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Projeto Maravilhas faz últimas apresentações na Campanha de Popularização

Espetáculo, que segue em cartaz até o dia 17 de fevereiro, parte de uma cartografia dos desejos no espaço urbano pra repensar como podemos conectar nossos pares e fortalecer nossas comunidades em tempos de resistência política

Até o próximo domingo, dia 17 de fevereiro, a Funarte MG recebe o espetáculo Projeto Maravilhas na programação da Campanha de Popularização Teatro & Dança. Com direção de Cláudio Dias (Cia Luna Lunera) e dramaturgia de Marcos Coletta (Quatroloscinco Teatro do Comum), a montagem parte das vivências do elenco formado por Aisha Brunno, Bremmer Guimarães, Igor Leal e Pedro Henrique Pedrosa, pra percorrer uma cartografia dos desejos nos espaços públicos da cidade e repensar uma ideia de comunidade entre pessoas LGBTs.

Tocar nos corpos homossexuais que habitam o espaço urbano. Evidenciar esses corpos, entre o medo e a violência, entre o amor e a sacanagem. Naturalizar o que muitas vezes é considerado invisível e colocado à margem pela sociedade. Durante sua criação, a peça teve como dispositivo a busca por um recorte contemporâneo das potências e fragilidades das homossexualidades masculinas, em espaços urbanos reais e imaginados.

A ideia do trabalho surgiu no primeiro semestre de 2017, quando os quatro atores começaram a trabalhar juntos durante a montagem de PassAarão, espetáculo de rua do Grupo Espanca. Inspirado por aquele processo, nascia o desejo em poderem mergulhar num tema mais específico da relação entre arte e cidade, com foco agora nas masculinidades e nas homoafetividades, em seus diferentes territórios.

O conceito de “projeto” surgiu ao longo dos ensaios, aproximando a montagem de um experimento, uma criação em constante processo, um convite pra uma experiência compartilhada com o público. Em tempos de conflitos políticos acirrados no país e no mundo, Projeto Maravilhas incita à construção de um “jardim”, um espaço pensado como possibilidade de resistência e vazão pra novos modos de vida e existência, de luta contra o preconceito e a intolerância.

Como podemos somar forças entre nossos pares e criar uma cultura de paz, em vez de continuar as violências que também se propagam na nossa comunidade? A dramaturgia de Marcos Coletta e a encenação de Cláudio Dias partem de diferentes caminhos e referências, tendo como fio condutor as relações entre pessoas LGBTs e as suas contradições.

Em seu percurso, a peça dialoga com textos dos estudos culturais queers; com a obra literária Paraíso das Maravilhas, do pesquisador Luiz Morando, que investiga o primeiro assassinato registrado por homofobia em BH, no Parque Municipal, nos anos 1940; com o dispositivo de pesquisa cênica e corporal do contato-improvisação, pesquisa do diretor Cláudio Dias; sem se esquecer da memória do teatro LGBT, lembrada pela figura de resistência do encenador Ronaldo Brandão, atuante na cena da cidade durante o período da ditadura militar brasileira.

O espetáculo Projeto Maravilhas segue em cartaz na Funarte MG até o dia 17 de fevereiro e as apresentações acontecem de quinta a domingo, sempre às 20h. Os ingressos custam R$15, com vendas nos postos da Campanha de Popularização e pelo site do Sinparc. A equipe de criação conta também com as artistas Marina Arthuzzi (iluminação), Thálita Motta (cenário, figurino e adereços), André Victor (projeto gráfico), Bruno Lelis (produção) e Will Soares (operação de luz e som). A montagem é uma realização da Plataforma BEIJO.

SINOPSE

Corpos que habitam a cidade, entre o medo e a violência, entre o amor e a sacanagem. Sonham futuros com os olhos no presente, este que nos espreita e ameaça. É preciso estar atento e forte! Projeto Maravilhas faz um recorte contemporâneo das potências e fragilidades das homossexualidades nos espaços urbanos reais e imaginados.

Foto: Divulgação

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