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Nova exposição do Museu Mineiro promove encontro de gerações de artistas

Cyro Almeida e Mestre Júlio Santos combinam técnicas contemporâneas e tradicionais em exposição inédita de fotopinturas

Dois artistas de distintas gerações e com uma mesma paixão – a fotografia – se reúnem em uma exposição única em Belo Horizonte. “Deslimites da Memória”, de Cyro Almeida e mestre Júlio Santos, traz à tona imagens que mesclam fotos contemporâneas ao trabalho da fotopintura, arte de retocar fotografias em preto e branco na busca pela representação ideal da figura humana. A exposição estará em cartaz no Museu Mineiro, que integra o Circuito Liberdade em Belo Horizonte, de 7 de março a 3 de maio. A entrada é gratuita.

Cyro Almeida é fotógrafo documentarista, artista visual e professor, nascido em Araxá em 1984. Em 2015, foi contemplado com o XV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. Mestre Júlio Santos nasceu em 1944, no Ceará, e dedicou toda a vida à fotopintura, técnica muito difundida no interior do país ao longo do século 20, quando mestres pintores eram contratados para colorir manualmente retratos em preto e branco.

Da união destes dois saberes surgiu a ideia de realizar a exposição, revelando ao público uma singular troca de técnicas, entre o tradicional e o contemporâneo, tendo como eixo comum a imagem. “Deslimites da Memória” apresenta retratos da geração Z, nascida na era da internet, em Belo Horizonte. As fotos foram tiradas por Cyro e coloridas por mestre Júlio que, sem mais informações sobre as pessoas retratadas, realizou as intervenções nas imagens. O resultado é uma obra híbrida, formada por múltiplas poéticas visuais, como explica Cyro Almeida.

“Nesse trabalho coletivo retratei jovens e adolescentes que performaram, para uma câmera analógica de médio formato, atitudes e expressões faciais que normalmente fariam em selfies que circulam nas redes sociais. A partir daí, vem a atuação do mestre Júlio que, de forma harmoniosa, conclui a fusão entre passado e presente, unindo aquelas fotografias às suas técnicas de fotopintura. São duas técnicas distintas aplicadas nessa exposição, mas que, juntas, dão essa noção de coletividade”, descreve Cyro.

Imagem e memória

Em 2011, o fotógrafo mineiro Cyro Almeida conheceu mestre Júlio Santos, residente em Fortaleza e um dos últimos expoentes vivos da fotopintura. O encontro se transformou em amizade e parceria, que resultou mais tarde na proposta da exposição.

A mostra conduz o visitante a uma reflexão sobre técnicas históricas que se viram superadas pela modernidade, sobre a importância da fotografia no tempo presente, bem como sobre a experiência de representação da juventude de Belo Horizonte.

Com curadoria de Ângela Berlinde, a mostra é composta por uma expografia que agrega fotopinturas, provas de contato e um vídeo que documenta todo o processo. A abertura acontece neste sábado (7/3), com a presença dos dois autores e de alguns jovens retratados. O projeto foi elaborado por Cyro Almeida e realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, patrocínio da Minas Gerais Administração e Serviços S.A. e apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult).

Na opinião da Diretora de Museus da Secult, Ana Werneck, a exposição é uma excelente oportunidade para que o visitante entenda como a arte pode ser colaborativa. “São dois trabalhos distintos, dois olhares diferenciados, que formam uma obra única. As peculiaridades de cada artista, seja pelo olhar mais contemporâneo do Cyro Almeida, seja pelas tradições do mestre Júlio Santos, criam obras singulares, que dialogam de forma muito harmoniosa e permitem que o visitante possa criar suas próprias histórias a partir dessas belas criações”, destaca.

Foto:Divulgação

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