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Filarmônica de Minas Gerais recebe o violoncelista Leonardo Altino em BH

Um dos mais talentosos jovens violoncelistas brasileiros, Leonardo Altino abre as séries Presto e Veloce da Filarmônica de Minas Gerais, nos dias 9 e 10 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais, ao executar o Concerto para violoncelo em ré menor,de Lalo. Com regência do maestro associado Marcos Arakaki, a Orquestra interpreta, ainda, Rienzi: Abertura, de Wagner, e aSinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61, de Schumann. Ingressos entre R$ 40 (inteira) e R$ 105 (inteira).

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. Com o tema “Schumann e a resistência do espírito”, o palestrante Werner Silveira, percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador da iniciativa, comentará características do artista alemão, que revelava personalidade única e apaixonada.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.

O repertório

Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883) e a obra Rienzi: Abertura (1840)

Realizada em cinco atos, Rienzi, o último dos tribunos foi a terceira ópera completa de Wagner. A versão original, hoje desaparecida, estreou no Teatro Real de Dresden, em 1842, sob a regência de K. G. Reiβiger. A estreia revelou-se um sucesso e transformou Wagner no herói do momento. O argumento da peça baseia-se na história de Cola di Rienzi, político romano do século XIV que luta contra a tirania dos nobres. Porém, a aliança entre os nobres e a igreja vem a derrotá-lo, e Rienzi morre incendiado pela fúria do mesmo povo que antes o apoiava. A mais longa das óperas do compositor é, também, uma de suas mais tradicionais. Sua Abertura, ainda tão presente nas salas de concerto, é totalmente constituída de temas retirados da ópera.

Édouard Lalo (França, 1823 – 1892) e a obra Concerto para violoncelo em ré menor (1877)

Édouard Lalo nasceu em uma família de origem espanhola, em Lille, na França. Estudou violoncelo com Baumann e violino com François Habeneck. Com o quarteto Armingaud, fundado por ele, contribuiu para a difusão da música de câmara, pouco valorizada na França daquela época. Seu amor pela música espanhola e pelos instrumentos de corda transparece em sua obra, sendo que a exploração dos ritmos ibéricos significou uma inovação ousada para a música francesa, cuja tradição está presente na obra de Lalo: clareza de ideias e formas, leveza de expressão e nitidez do colorido orquestral. Seu estilo foi elogiado por contemporâneos como Fauré, Chausson, Chabrier e Debussy. As composições de Lalo para cordas têm lugar permanente no repertório para esses instrumentos, e o Concerto para violoncelo em ré menor tem merecido destaque. Rico em temas melódicos e ritmos ibéricos, utiliza com maestria os recursos técnicos do instrumento e possui orquestração transparente que jamais ofusca o solista. Composto em três movimentos, o Concerto de Lalo foi o escolhido pelo célebre Pablo Casals para fazer sua estreia em Paris, o que confirmou a obra como uma das favoritas do repertório romântico para o violoncelo.

Robert Schumann (Alemanha, 1810 – 1856) e a obra Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61 (1845/1846)

Robert Schumann compôs sua Segunda Sinfonia em meio a graves problemas de saúde que o atingiam desde 1844. A estreia ocorreu em 1846, com a Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, sob regência de Mendelssohn. A obra transparece três influências: Franz Schubert, a quem Schumann reconhecia como o mestre da sinfonia; Beethoven, no período das últimas sonatas para piano, livre da rigidez formal clássica; e o Bach contrapontístico da Oferenda musical e do Cravo bem temperado. O resultado é uma sinfonia muito original e pessoal composta em quatro movimentos. Logo nos primeiros compassos Schumann prepara o caráter melancólico da Sinfonia. Após um Scherzono segundo movimento, o terceiro movimento mostra a ternura e a melancolia típicas das obras-primas de Schumann. O último movimento, original em sua estrutura, traz energia e vigor rítmico que parecem indicar a melhora de saúde que Schumann começava a experimentar.

Os artistas

O maestro Marcos Arakaki

Marcos Arakaki é Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais e colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o do 1º Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes 2001 e o Prêmio Camargo Guarnieri 2009, ambos como primeiro colocado. Foi também semifinalista no 3º Concurso Internacional Eduardo Mata, realizado na Cidade do México em 2007.

Marcos Arakaki tem dirigido outras importantes orquestras tanto no Brasil como no exterior. Estão entre elas as orquestras sinfônicas Brasileira (OSB), do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, a Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica, Orquestra Experimental de Repertório, orquestras de Câmara da Cidade de Curitiba e da Osesp, Camerata Fukuda, dentre outras. No exterior, dirigiu as orquestras Filarmônica de Buenos Aires,Sinfônica de Xalapa, Filarmônica da Universidade Autônoma do México, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e a Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.

Marcos Arakaki foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira e regente titular da OSB Jovem e da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Natural de São Paulo, Marcos Arakaki é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts, Estados Unidos. Recebeu orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen e participou de masterclasses com os maestros Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner.

Nos últimos dez anos, Marcos Arakaki tem contribuído de forma decisiva para a formação de novas plateias, por meio de apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concertos através de turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua, ainda, como coordenador pedagógico, professor e palestrante em diversos projetos culturais, instituições musicais, universidades e conservatórios de vários estados brasileiros.

O violoncelista Leonardo Altino

O violoncelista brasileiro Leonardo Altino iniciou os estudos aos cinco anos. Aos oito, realiza a primeira apresentação e, aos 11, estreia, com uma orquestra sinfônica. Aos 14, vence o concurso Jovens Concertistas Brasileiros, no Rio de Janeiro, o que o leva às principais orquestras do país. Aos 19, conquista o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Violoncelo de Viña del Mar, no Chile. Desde então, realiza concertos no Brasil e em países como Argentina, Chile, Colômbia, Coreia, Dinamarca, Grécia, Itália, Taiwan, Uruguai, Venezuela e EUA. Altino já foi solista com grupos como Sinfônica de Boston, Filarmônica de Bogotá, sinfônicas de Jackson, Memphis e Montgomery, New England Chamber, Symphony Pro Musica, Brasileira, Nacional, Nacional de Chile, de Odense, de São Paulo e do Festival Virtuosi. Trabalhou com maestros como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, David Machado, Fabio Mechetti, Carl Saint Clair e Benjamin Zander. Como camerista, tem colaborado com músicos como Monique Duphil, Ilya Gringolts, Oleh Krysa, Steven Mackey, Antonio Meneses, Giora Schmidt e Quarteto Miró. Ao lado da esposa, a violinista Soh-Hyun Park Altino, e do pianista Victor Asuncion, integra o Dúnamis Trio.

Professor apaixonado e mentor de jovens músicos, Altino é professor no Wheaton College, em Chicago. Realiza masterclasses e aulas em festivais ao redor do mundo, como Festival e Academia Nuevo Mundo, Festival de Inverno de Campos do Jordão e festivais Duxbury, MasterWorks e Virtuosi, Fábrica de Música, MIMO e na prestigiosa série Kumho, na Coreia do Sul. O violoncelista estudou no New England Conservatory of Music, na Escola Superior de Música de Detmold e na Universidade de Illinois. Seus principais professores foram Francisco Pino, Aldo Parisot, Laurence Lesser, Marcio Carneiro e Suren Bagratuni. Após os estudos, foi contemplado com o Cello Fellowship da Montgomery Symphony Orchestra, programa que ajuda jovens concertistas em início de carreira. Hoje, reside em Madison, no Wisconsin.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal.

Foto: Jennifer Brinkley

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