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Grupo Miserável estreia SIRENE, o seu primeiro espetáculo, no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes de 13 a 15 de março de 2020

Montagem tem direção de Amora Tito e parte do universo fantástico de autores como Murilo Rubião e Julio Cortázar para traçar um paralelo entre ficção e a realidade do Brasil atual

Um dos novos nomes da cena de teatro em Belo Horizonte, o Grupo Miserável estreia o seu primeiro espetáculo, em curta temporada no Palácio das Artes. Com direção da artista e pesquisadora Amora Tito, SIRENE é fruto de um processo colaborativo iniciado no 2º semestre de 2019, tendo como mote o realismo fantástico, com referências literárias do mineiro Murilo Rubião e do argentino Julio Cortázar. A peça fica em cartaz de 13 a 15 de março, sexta e sábado às 20h, e domingo às 19. Os ingressos custam R$20 (inteira).

Na história de SIRENE, acompanhamos o dia-a-dia das moradoras e moradores da Cidade dos Ventos, um território fictício e distópica, que é também alegoria do mundo atual em que vivemos. Nessa cidade, uma sirene toca frequentemente, alertando seus habitantes para um futuro iminente, com a promessa de avanços e grandes transformações. Contudo, mesmo com todos os anúncios, nada parece se alterar na Cidade dos Ventos, provocando nas personagens da peça uma sensação de inércia, gerada pela longa espera de um caminho que mais parece de retorno ao passado, do que a promessa de um futuro realmente promissor. 

A dramaturgia, construída durante o processo por elenco e diretora, parte também das vivências e relatos biográficos de cada integrante em cena, apostando no uso de imagens e de textos autorais para evocar no espectador um universo mágico e onírico, que é metáfora para temas contemporâneos como as tragédias de Bento Rodrigues e Brumadinho, numa abrangência social e global, além da masculinidade tóxica, a ansiedade e malefícios causados por uma rotina imposta pelo sistema capitalista, numa dimensão mais existencial. No elenco da peça estão Bruno Pimenta, Esdras Chiarelli, Giuli Paz e Pedro Ivo Alvarez.

Com uma linguagem poética e um delicado apelo estético, o trabalho investe na plasticidade, sem abandonar as questões políticas que atravessam a arte hoje. Na direção de movimento, as pesquisas em dança-teatro da artista alemã Pina Bausch e do coreógrafo grego Dimitris Papaioannou foram referência para o coletivo. Além disso, figurino assinado por Daniel Perón e iluminação de Zinho Marques, agregam novas camadas ao espetáculo, com jogos de luz e sombra, mascaramento e outros elementos surrealistas, que dialogam com a performatividade trabalhada pela direção.

SOBRE GRUPO MISERÁVEL

O Grupo Miserável foi fundado em 2019, na cidade de BH, por Bruno Pimenta, Esdras Chiarelli, Giuli Paz e Pedro Ivo Alvarez. Sua estreia aconteceu com a cena-curta “Peixe de Ouro”, que foi apresentada nos festivais Na Margem da Arte e na 4ª edição da Me Mostra, no Cefart/Palácio das Artes. O ímpeto de transformar o fragmento em um espetáculo fez o coletivo aprofundar suas pesquisas dramatúrgicas e, posteriormente, convidar a diretora Amora Tito para conduzir o processo, resultando na cena curta "Polegares Opositores”, apresentada em outubro de 2019 na 5ª edição da Me Mostra. Como o coletivo não conta com auxílio ou patrocínio de quaisquer instituições, toda a viabilização de seu trabalho se dá pelo apoio popular e de artistas parceiros. Também no ano de 2019, foi realizado o evento Rolê Miserável, que reuniu diversos artistas da cidade a fim de levantar fundos para a construção do espetáculo SIRENE, a primeira montagem de longa duração do grupo.

SOBRE AMORA TITO

Amora Tito é atriz, dramaturga e diretora formada pelo CEFART (Centro de Formação Artística e Tecnológica - Palácio das Artes) em 2014 e atualmente cursa licenciatura em teatro na Escola de Belas Artes (UFMG). Pesquisadora da dramaturgia contemporânea, foi residente em arte cênicas na Fundação Clóvis Salgado e é integrante e co-fundadora da Breve Cia (BH). Também é arte-educadora e compõe as equipes pedagógicas da Breve Cursos Livres e da Arte da Saúde de Venda Nova.

SINOPSE

Um lugar em que comumente, após a construção de vidas civilizadas e terras ocupadas por casas de tijolos e chinelos de borracha, as pessoas se inundam. Uma grande lupa se instaura bem diante dos nossos olhos. O que nos aprisiona? Quais são as nossas fomes? No meio das praças das grandes e pequenas cidades, um monumento fálico indica a toxicidade da civilização. Nada nunca muda na Cidade dos Ventos. A Sirene nos coloca em estado de alerta indicando que algo vai acontecer. O que muda quando tudo permanece igual?

FICHA TÉCNICA

Direção: Amora Tito

Concepção e atuação: Bruno Pimenta, Esdras Chiarelli, Giuli Paz e Ivo Ivo Ivo

Dramaturgia Coletiva. Textos: Bruno Pimenta, Esdras Chiarelli, Giuli Paz e Ivo Ivo Ivo

Orientação Dramatúrgica e Preparação Corporal: Amora Tito

Iluminação: Zinho Marques

Figurino: Chorume Artwear

Trilha sonora original: Ivo Ivo Ivo e Eletromago

Operação de Trilha: quasehumano

Músicas: Giuli Paz, Ivo Ivo Ivo e Eletromago

Direção de Produção: Bruno Pimenta. Assistência de Produção: Yasmine Rodrigues

Assessoria de comunicação: Bremmer Guimarães

Arte gráfica: Nathan Barbosa. Fotógrafo: Igor Cerqueira

Realização: Grupo Miserável

 

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