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Espetáculo Que Venha a Primavera - Páginas Tchekhovianas estreia no CCBB

Montagem mineira interpela as forças sociais e culturais da sociedade contemporânea a respeito da representação da figura feminina e das formas de opressão da mulher

Inspirado em um conto de Anton Tchekhov, o espetáculo teatral “Que Venha a Primavera - Páginas Tchekhovianas” estreia no Teatro II do CCBB (Praça da Liberdade, Belo Horizonte/MG) no dia 23 de março. As apresentações acontecerão até o dia 16 de abril, sextas, sábados, domingos e segundas, às 19hs, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Na montagem, o diretor, ator e dramaturgo Hélio Zolini, além de apresentar de maneira contundente o conto “A Corista”, de Anton Tchekhov, recheia o espetáculo com cenas impactantes de fragmentos de outras obras do autor russo. Assinando a direção e adaptação do espetáculo, Helio Zolini traz ao palco uma tragédia moderna e contemporânea de textos escritos no século XIX.

Composto por fragmentos apresentados de maneira curiosa, o espetáculo mostra um homem e duas mulheres (o ator: Mário César Camargo e as atrizes Raquel Albergaria e Juliana Martins) enredados num conflito em torno do qual a falta de saída corresponde ao horizonte  das solitárias criaturas Tchekhovianas, mergulhadas em contradições e motivações que se revelam sempre falíveis e insolúveis. 

Anton Tchekhov foi um médico, dramaturgo e escritor russo, considerado um dos maiores contistas de todos os tempos. Em sua carreira como dramaturgo, criou quatro clássicos e seus contos têm sidos aclamados mundialmente por escritores e críticos.

O conto “A Corista” é mais uma das pequenas obras-primas do universo literário de Tchekhov. Três personagens, delineadas de forma a revelar os aspectos contraditórios da existência humana, são dramaticamente reunidas numa situação inescapavelmente tensa, em que a mulher traída entra no apartamento da amante do marido. Neste espaço, se desenrola um jogo surpreendente e arrebatador entre estas mulheres que transcende os limites da farsa burguesa. Mais do que enredados numa trama dramática, aparentemente trivial, um homem e duas mulheres são confrontados com sentimentos de frustração e impotência diante da vida. Submersas em seus silêncios, estas três pessoas imensamente solitárias são atravessadas pela singularidade da existência humana, enquanto, lá fora, as ruas estão em chamas.

O espetáculo “Que Venha a Primavera” pretende interpelar as forças sociais e culturais da sociedade contemporânea no que dizem respeito tanto à dimensão conflituosa e contraditória da representação da figura feminina, quanto das relações de poder do mundo social, de modo a contornar a escalada de violência nas relações humanas, na vida privada e pública.

Para o respeitado diretor mineiro Hélio Zolini, o resultado estético pretendido é a condução do drama traçado no conto literário a uma condensada tragédia contemporânea. Sem perder de vista os silêncios, a vida prosaica de todos os dias, que em Tchekhov, longe da monotonia e banalidade sugeridas, se deixam, sobretudo, atravessar por sentimentos recônditos; o espetáculo pretende desvelar a vida subterrânea, profundamente íntima, de personagens que persistem em silenciar suas dores diante da vida.

Foto: Dila Puccini

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