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Grupo Giramundo promove ensaio aberto e workshops gratuitos no CCBB-BH

Conhecido e consagrado na cena teatral brasileira em seus quase 50 anos de atuação, o Grupo Giramundo construiu uma trajetória que inclui um vasto repertório, que inclui ao todo 39 espetáculos teatrais, mais de 1.500 bonecos confeccionados, máscaras e objetos de cena, além da participação na formação teatral de diversos nomes importantes da dramaturgia e teatralidade contemporânea do país.

Agora, durante a temporada de estreia do espetáculo “O Pirotécnico Zacarias”, o Giramundo irá promover nesta quinta(04/03), às 16h, uma apresentação aberta ao público, seguida de um bate-papo com a equipe. A proposta do encontro é apresentar parte do processo de criação do espetáculo bem como os bastidores e os desafios desta montagem, que reúne diferentes linguagens, misturando teatro de bonecos, vídeo, animação, música, moda, literatura, dança e artes plásticas.

No final de semana é a vez dos workshops. O primeiro, marcado para o sábado(06/04), das 14h às 17h, é voltado para os interessados em conhecimentos e vivências nas áreas de Direção/Interpretação. A atividade será ministrada pelo diretor Epaminondas Reis. No domingo(07/04), das 14h às 17h, o workshop será voltado para os interessados na área de produção e ministrado pelo diretor da montagem, Marcos Malafaia. Os workshops são gratuitos e as vagas limitadas(20 por atividade). Os interessados em participar devem se inscrever pelo e-mail [email protected], enviando nome completo, idade, breve currículo e um telefone para contato. Os participantes terão direito a certificado.

O PIROTÉCNICO ZACARIAS

A dramaturgia do espetáculo foi construída a partir da continuidade entre os roteiros de cada adaptação, estabelecendo uma conexão entre 5 contos de Rubião, interligados pela figura central do Pirotécnico Zacarias. Assim, o público é convidado a acompanhar a história do próprio protagonista, seguida pelas adaptações de “O Ex-Mágico”, “Teleco, o Coelinho”, “O Bloqueio” e “Os Comensais”.

“Desde o início dos anos 2000 temos norteado nossa produção na experimentação com outras mídias, principalmente com as possibilidades híbridas com o audiovisual. Com a montagem “Pirotécnico Zacarias” fomos mais além, trazendo o cinema como um processo duplo de planejamento e produção, seguindo convenções de realização focadas na criação de um filme, mas ao mesmo tempo incorporando as características cinematográficas para uma linguagem teatral. É um campo cênico híbrido, que corresponde à uma inquietude midiática de sentimentos no mundo contemporâneo.”, conta Marcos Malafaia, diretor da montagem.

O espetáculo traz como novidade a influência do cinema no campo da linguagem e na própria construção da composição de cena. Contudo, apesar de seguir uma nova linha de experimentação no que diz respeito às possibilidades técnicas e linguísticas do teatro, a montagem mantém o rigor metodológico e a atenção estética no planejamento e produção que é adotado pelo Giramundo desde a década de 70. Assim, incorpora formas e temas adultos, dialogando com questões formais, plásticas e políticas complexas e essências para o mundo contemporâneo, seja para o contexto cultural e social, ou para a cena teatral.

“Os contos de Murilo Rubião são surpreendentemente contemporâneos e importantíssimos para a cultura brasileira, apesar de não serem tão populares entre o público. À medida que realizamos as adaptações e experimentações para construção do espetáculo, percebemos que eles vão ficando cada vez mais eloquentes e que possuem traços cinematográficos fortes. Por isso, enxergamos não só a necessidade, mas também a importância em trazer vida à obra de Rubião.”, conta o diretor.

Após as quatro semanas de temporada no CCBB-BH, a montagem inicia a circulação pelo o Brasil, percorrendo as unidades do CCBB em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Serão ao todo, 107 apresentações do espetáculo, transformando-se na maior temporada da história do grupo Giramundo desde a sua fundação, em 1970.

::Sobre o Grupo Giramundo::

O Giramundo foi criado em 1970, pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu. O grupo montou 34 espetáculos teatrais, construindo acervo próximo de 1500 bonecos e objetos de cena. Suas montagens experimentaram o boneco em múltiplas formas, criando um variado panorama técnico e expressivo do teatro de bonecos. Nos anos 70 e 80, a formação acadêmica e artística de seus fundadores imprimiu no grupo o rigor metodológico e atenção estética no planejamento de seus bonecos e espetáculos. Estas características, unidas ao interesse pela cultura brasileira, trouxeram reconhecimento nacional ao Giramundo, garantindo seu lugar na história do Teatro Brasileiro por sua ação transformadora de incorporação de formas e temas adultos, dialogando com questões formais, plásticas e políticas complexas.

Durante os anos 2000, o Giramundo conquistou sua sede própria, base para seu Museu, Escola e Estúdio de Animação. Neste período o grupo concentrou sua atenção na produção de animações e conteúdo digital e na comunicação através da internet. Mais recentemente, iniciou a produção e comercialização de livros, vídeos e brinquedos incorporando o pensamento industrial ao seu modelo de sustentabilidade institucional.

Hoje, o Giramundo se transforma: a ideia de grupo de teatro, que orientou suas atividades durante 30 anos, cede espaço para um núcleo multimídia, experimentador de uma cena de animação variada, onde convivem bonecos reais e suas versões digitais. Essa mistura do teatro de bonecos, vídeo, animação, música, dança e artes plásticas parece ser o território do Giramundo do século XXI.

“Giramundo é um perseguidor. Sempre em busca do inatingível: a receita do boneco nunca construído, a montagem improvável, a cena surpresa, a metodologia da máxima performance. Essa inquietude não tem fim, só começo. O grupo nasceu com ela e a sustenta viva, em brasa, no sopro do entusiasmo de seus membros, geração após geração, ativos na faina de tarefas irrealizáveis. Assim, o Giramundo nos deixa marcas, escreve e se inscreve em nós, como tatuagem, como palimpsesto, como gravura policrômica. E com este espetáculo reforçamos todas essas características que fazem parte do DNA do grupo”, encerra Marcos Malafaia.

Foto: Elmo Alves

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