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Show Djavan: Álbum Ária em Beagá

O compositor e cantor, que é considerado um dos ícones da MPB, Djavan, retorna à capital mineira para apresentar, em duas noites, seu novo trabalho: Ária. Lançado em setembro do ano passado, o 19º disco de Djavan promete fortes emoções. Contribuindo apenas como intérprete, o artista apresentará canções que estão em sua memória afetiva e que o influenciaram ao longo da carreira. É essa curiosa faceta que o cantor mostrará ao público, nos dias 8 e 9 de abril, no Palácio das Artes. No repertório do show estão clássicos como Sabes mentir (Othon Russo), Disfarça e chora (Cartola/Dalmo Castello), Brigas nunca mais (Vinícius de Moraes/Tom Jobim), Fly me to the moon (Bart Howard), Palco (Gilberto Gil) e Oração ao tempo (Caetano Veloso), além dos grandes sucessos do próprio artista, como Flor de Lis, Faltando um pedaço e Lambada de serpente. A apresentação conta com uma aura clássica, com figurinos e cenário remetendo ao Rio Antigo. Djavan estará no palco com seu violão e acompanhado pela banda formada por Torcuato Mariano (guitarra), André Vasconcellos (baixo acústico) e Marcos Suzano (percussão). Álbum Ária O novo CD de Djavan é um dos discos mais esperados da música brasileira contemporânea, pois é o momento em que o artista dedica-se, pela primeira vez, exclusivamente a cantar, sem se preocupar com novas composições autorais. Com gravações formalmente jazzísticas, melodias soltas, como que voando sobre as bases rítmicas e harmônicas, o disco revela o dom de um mestre na arte de cantar, tocar e arranjar. Leves e rejuvenescidas, as canções soam como novas. De certo modo, Ária é uma volta ao começo da carreira de Djavan, início dos anos 1970, quando chegou de Alagoas ao Rio. É desse tempo que ele pinçou uma das mais inusitadas faixas do disco, Brigas, Nunca Mais, originalmente um samba de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, transformado em valsa, típica brincadeira de boate. “Cansei de cantar essa música nas boates, ficava até irritado porque me pediam toda noite. Aí descobri maneiras novas de cantá-la”, explica Djavan. Com essa maneira intuitiva e pessoal, o artista foi escolhendo as canções de Ária. De uma das mais belas letras e melodias do repertório de Cartola (em parceria com Dalmo Castelo), Djavan reinventou Disfarça e Chora apenas ao violão. O mantra de Caetano Veloso Oração ao Tempo, outro clássico, também reapareceu cheio de sutis invenções e um show de percussão de Suzano. Fly me to the Moon e Palco, dois standards não menos conhecidos, também chegaram ao repertório pelo desejo puramente musical de lidar com grandes sucessos. O primeiro, “o standard americano mais batido de todos”, como define Djavan, resultou em puro prazer musical, a mais propriamente jazzística das faixas, cheia de improvisos. Palco foi, também segundo o cantor, “um desafio maravilhoso”. O resultado é a faixa talvez mais pop do disco, numa suingueira totalmente à maneira de Djavan, completamente diferente do estilo de Gil. Apoteose ao Samba chegou de uma vontade de falar de samba, homenageá-lo, vertente importante do trabalho autoral de Djavan. E não é que o samba de Silas e Mano Décio, a dupla mais tradicional do Império Serrano, ficou a cara dos sambas típicos do Djavan compositor? Além disso, a memória afetiva do artista resgata, ainda da infância, a instrumental Treze de Dezembro, velho tema de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, no álbum, reinventada de forma jazzística. Também não poderia faltar a fase da adolescência de Djavan, com a versão da bela balada Nada a Nos Separar, retirada do repertório do Trio Esperança. “Adorava o Trio Esperança e, especialmente, a voz de Evinha, que fez discos poderosos antes de se mudar para Paris”, revela o cantor. Já músico de sucesso no Rio, Djavan encantou-se por seu colega de geração Beto Guedes, de quem interpreta (em parceria com Caetano) Luz e Mistério, pelo nítido prazer de cantar. Do parceiro Chico Buarque (com Edu Lobo), Djavan viaja pela Valsa Brasileira e encara sua complexidade em letra e melodia, demonstrando todo o seu potencial como cantor. Atento ao que acontece na música mundial, Djavan pinçou La Noche, canção contemporânea espanhola, do repertório da cantora Montse Cortés. Nitidamente, nesta faixa o cantor aproxima sua escola pessoal de canto a uma das mais influentes na música pop internacional, a do flamenco. “Nunca imaginei fazer um disco assim, porque o meu prazer sempre foi compor. Pensei em me divertir pouco. Achei que seria fácil fazer este trabalho, já que não precisaria compor. Mas me enganei. Acabei me divertindo muito, reinventando e pesquisando as canções dos outros. Sem dúvida, este foi um dos discos mais difíceis de fazer, sobretudo na hora de escolher o que cantar”, conclui Djavan. Djavan São 34 anos de carreira e quase 20 discos gravados. Eclético, já transitou por gêneros como samba, jazz e valsa. Gravou com artistas como Chico Buarque, Stevie Wonder e o violonista espanhol Paco de Lucía. Chegou até mesmo a se arriscar como ator no filme Para viver um grande amor, musical dirigido por Miguel Faria Júnior, em 1983. Mas, apesar dos tantos caminhos percorridos, ainda faltava um desafio para o cantor e compositor alagoano Djavan: um trabalho como intérprete.

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