Notícias

Com a pianista Sônia Rubinsky, Filarmônica de MG apresenta segundo concerto da Série Fora de Série

No palco da Sala Minas Gerais, músicos executam A Grande Fuga, Concerto para piano nº 2 e a Segunda Sinfonia de Beethoven

Ao som de Ludwig van Beethoven, a Filarmônica de Minas Gerais, apresenta, no sábado, dia 11, às 18h, na Sala Minas Gerais, o segundo concerto da série Fora de Série. Com participação da aclamada pianista Sonia Rubinsky e sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpreta obras de dois períodos da vida do compositor: A Grande Fuga, Concerto para Piano nº 2 em Si bemol maior eSinfonia nº 2 em Ré maior. 

 

Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Banco Votorantim por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.

 

Beethoven

Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770 – Áustria, 1827) ganha os holofotes da Orquestra na Temporada 2015 ao protagonizar a série Fora de Série. O compositor foi exemplo de autossuperação e cumpridor daquela que acreditava ser sua missão: a de ser, pela música, testemunha da humanidade.Filho de pai alcoólatra, que por muitas vezes agia com brutalidade, teve de assumir, ainda jovem, responsabilidades após a perda da mãe e a decadência do pai.      Sua música procurou refletir os anseios do homem como indivíduo e ser social político.

 

Nascido em Bonn, na Alemanha, estabeleceu-se, em 1792, em Viena, maior centro cultural da época, onde iria estudar brevemente com Haydn e posteriormente com Salieri. Beethoven se firma como talentoso compositor e instrumentista, com fama notória e ascensão ininterrupta. No entanto, sua surdez progressiva aparece como grande tragédia de sua vida, até a total perda da audição, o que não o impediu de continuar compondo, fazendo do músico uma lenda viva, mesmo na época. Não é sem razão que Victor Hugo escreveria a respeito de Beethoven que  “esse surdo ouvia o infinito”.  

 

Beethoven foi o grande surdo que a civilização ocidental fez entrar em sua mitologia. Paradoxalmente o último dos clássicos e o primeiro dos românticos, foi testemunha da fronteira entre duas eras. Seu papel histórico é capital: transcendendo o Classicismo, foi o norte e o farol do Romantismo, dando exemplo de todas as superações e ampliando de tal maneira as formas tradicionais, que elas pareceriam eternas às gerações que o sucederam.

 

A pianista Sonia Rubinsky

Elogiada por Arthur Rubinstein e Murray Perahia, Sonia começou sua carreira no Brasil, seu país natal. Estudou sete anos em Israel, na Rubin Academy, e posteriormente em Nova York, cidade onde, em 1984, recebeu o 1º Prêmio do concurso Artists International de New York e o título de Doctor of Musical Arts pela Juilliard School. Atualmente, reside em Paris. Recitalista nas grandes salas de concerto nova-iorquinas, como Carnegie Hall, Weill Recital Hall, Alice Tully Hall, Merkin Hall e Miller Theatre, Sonia Rubinsky tem se apresentado nos Estados Unidos, Israel, Europa e Brasil. Solicitada como solista de orquestra, já se apresentou com a Osesp, Orquestra de St. Luke’s, OSB, Sinfônica de Jerusalém, Filarmônica de Minas Gerais, entre outras.

 

Sonia Rubinsky foi vencedora do Grammy Latino 2009 de Melhor Álbum de Música Clássica com o oitavo volume da integral da obra para piano de Heitor Villa-Lobos, selo Naxos (1994/2007, Estados Unidos, Canadá, França). Mais de dez anos de pesquisa, em estreita colaboração com o Museu Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, fazem dessa integral a mais completa jamais gravada, incluindo várias peças inéditas e a mais premiada – o primeiro volume foi nomeado para o Grammy Awards, e o quinto foi Editor’s Choice da revista Gramophone. Por três vezes recebeu o Prêmio Carlos Gomes – em 2006 nacategoria Pianista do Ano e, em 2009 e 2012, como Instrumentista do Ano. Nomeada por Murray Perahia como artista residente no Edward Aldwell Center, em Jerusalém, ministra regularmentemasterclasses neste centro. Também atua no Jerusalem Music Center, a pedido do maestro Perahia, desenvolvendo cursos de Análise para Performers.

 

O maestro Fabio Mechetti

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.

 

Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.

 

O Repertório

A Filarmônica de Minas Gerais dá início à apresentação com A Grande Fuga. Composta em 1825, a peça foi publicada separadamente em 1827, dois meses após a morte de Beethoven, tanto em versão para quarteto de cordas quanto para piano a quatro mãos. Embora não seja claro o motivo, a peça foi desvinculada do quarteto e transformada em obra separada, versão que se sustenta por si só.

 

Estreada em 1826, em Viena, como movimento final do quarteto op. 130, ela não voltou a ser executada até 1853, em Paris. Trata-se de uma obra de grande complexidade, repleta de contrastes e que revela um trabalho contrapontístico e temático de habilidade rara e técnica muito avançada, talvez mesmo em confronto com a Nona Sinfonia, é o exemplo mais impactante da abstração e da transcendência que Beethoven atinge em sua última fase.

 

Na sequência, com a participação da pianista Sonia Rubinsky, será interpretado o Concerto para piano nº 2 em Si bemol maior, op. 19, obra do início de sua carreira e que foi importante para o compositor por fazê-lo se firmar em Viena, tanto como instrumentista quanto como compositor. Composta entre 1787 e 1789, a obra já revela alguns aspectos que marcam o compositor em sua próxima fase. Sua estreia ocorreu em 29 de março de 1795, no Burgtheater, tendo o próprio Beethoven como solista.

 

Para encerrar o programa, a Orquestra apresenta a Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36, obra que apresenta um afastamento do compositor em relação ao estilo de Haydn, embora ainda pertença à primeira fase da carreira de Beethoven, uma das últimas do período.  A peça foi terminada no verão de 1802, durante a estada de Beethoven em Heiligenstadt, e estreada em cinco de abril de 1803 no teatro An der Wien. Em outubro deste mesmo ano que o compositor toma consciência da tragédia da sua ainda incipiente surdez.

 

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica pauta seu trabalho pela excelência artística e vigorosa programação.

 

Em 2015 serão 90 concertos, dos quais 57 contam com nomes do cenário mundial como Martin Grubinger, Liza Ferschtman, Leo Gandelman, Elissa Lee Koljonen. Voltam a se apresentar com a Filarmônica Augustin Hadelich, Lilya Zilberstein, Pascal Rogé, Daniel Binelli e Daniel Müller-Schott, além dos brasileiros Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Antonio Meneses, Paulo Szot e Cristina Ortiz. Neste ano serão celebrados os cento e cinquenta anos de nascimento de Sibelius, Dukas e Nielsen e o centenário da morte de Scriabin.

 

Iniciando seu oitavo ano de vida, a Filarmônica já conta com mais de 500 concertos para um público total de quase 600 mil pessoas, das quais 48,9% participaram gratuitamente, além da criação de 36 mil oportunidades de trabalho indireto. Dentre suas ações de democratização do acesso foram realizadas 69 Turnês Estaduais, alcançando um público de 149.304 pessoas. Os concertos Clássicos na Praça, por sua vez, mobilizaram 82.737 pessoas em 26 apresentações. Mais de 60 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras orquestrais, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos destinados à educação e formação de público. Em sua primeira turnê internacional, realizada em 2012, a Filarmônica tocou para 6.658 pessoas em  apresentações nos míticos teatros Solís, de Montevideo (Uruguai),  Colón, de Buenos Aires, além dos teatros de Rosário e Córdoba, na Argentina. Como ações de estímulo à música, a Filarmônica promove o Festival Tinta Fresca, destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade pioneira no Brasil, que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.

 

Ainda este ano, o público terá a oportunidade de conhecer a trilha sonora criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti) e gravada pela Filarmônica para o novo espetáculo do Grupo Corpo. Outra parceria com um grupo mineiro foi o conto musical Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev, realizado em 2014 com o Giramundo Teatro de Bonecos. A partir de 2013, a Filarmônica passou a gravar comercialmente. Em seu primeiro CD, a Nona Sinfonia de Schubert. Com o selo Naxos, três discos com obras de Villa-Lobos.

 

Sua constante preocupação com a qualidade foi reconhecida por importantes premiações: em 2012 recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra brasileira; em 2010 foi eleita como melhor grupo musical erudito do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); e seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2009 como melhor regente brasileiro.

  

Foto: José de Oliveira 

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.