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Carminha Macedo Galeria de Artes apresenta neste sábado, 13 de abril, a primeira individual do artista Rafael Bqueer na capital mineira

Rafael Bqueer, um dos mais emblemáticos artistas da nova geração paraense, estará em Belo Horizonte pela primeira vez para apresentar, na Carminha Macedo Galeria de Artes, a exposição individual “Alice e o chá através do espelho”. A mostra será composta por 13 fotoperfomances da série “Chá olímpico”, de 2016, realizada na Vila Autódromo, no Rio de Janeiro, cidade onde o artista reside atualmente. A série fotográfica que compõe a mostra recebeu o prêmio de primeiro lugar no “Edital LGTB: Gênero e Identidade”, da galeria Transarte, em São Paulo. A exposição conta com entrada franca e estará aberta à visitação até 28 de abril.

Negro, alto e vestido de Alice, personagem dos livros de Lewis Carroll, o performer possui um posicionamento crítico que transita por questões como a homoafetividade, a marginalização, o racismo e o pensamento conservador. Com sua personagem arquetípica, Rafael Bqueer desenvolve em seus trabalhos uma linguagem poética, criativa e desafiadora.

“Alice é um enredo sobre o corpo negro-queerparaense em seu cotidiano latino-americano. Ação decolonial que perpassa lixões, viagens por barcos na Amazônia, Central do Brasil, Vila Autódromo, centro e favelas do Rio de Janeiro. Um corpo que incomoda por sua existência não normativa, revendo as leituras sobre contos de fadas e ícones da internet e da cultura de massa”, explica o artista.

Na leitura dos olhos de corpos brancos, Alice de Rafael Bqueer é vista como uma empregada doméstica por trajar vestido azul e avental branco. Reflexo do histórico escravocrata e colonizador que subalterniza os corpos negros, a exposição aborda trajetos onde a fantasia e o caos se misturam, e questiona, de forma crítica, a urgência de novas narrativas e estéticas sobre a negritude na arte contemporânea. “Ocupar os espaços de poder é um ato político. Reivindico em meu trabalho uma urgente reparação histórica da sociedade com os corpos afro-indígenas e LGBTQ’s. Meu corpo amazônico borra as fronteiras geográficas desse país continental e luta por uma maior inserção de artistas do Norte e Nordeste nos espaços institucionais de arte do Sudeste e demais regiões do país”, diz Rafael.

Sobre o artista

Rafael Bqueer nasceu em Belém, no Pará, em 1992. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduou-se em Licenciatura e Bacharelado no curso de Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Transita por diversas linguagens como performance, vídeo, fotografia, entre outras práticas a partir das investigações sobre corpo, decolonialidade, gênero e sexualidade. Participou de diversas residências e exposições, entre elas Projeto Arte e Ativismo na América Latina-Despina - RJ (2017), Red Bull Station – SP (2017), Exposição “How to Read El Pato Pascual: Disney's Latin America and Latin America's Disney" - MAK Center, Los Angeles (2017). Artista finalista do prêmio EDP nas Artes - Instituto Tomie Ohtake - SP (2018). Rafael participou do curso “Formação e deformação” da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - RJ (2018); foi indicado para a 7a edição do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas - SP (2019) e também atua em pesquisas como Drag Queen com sua persona Uhura Bqueer.

Sobre a galeria

A Carminha Macedo Galeria de Artes, fundada em 2006, é uma galeria que se diferencia, pois faz do seu espaço um lugar para se pensar, produzir e experimentar, gerando uma melhor relação entre o espectador e a arte. A larga experiência da galerista e a seriedade no trato com novos valores artísticos fizeram da galeria uma referência nacional em arte contemporânea em suas diversas vertentes. Por meio de sua programação de exposições, apresenta um elenco de criadores com diferentes linguagens, suportes e diversidade.

Foto:  Anderson Félix

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