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O projeto "O negro conta" surgiu com o desejo do bailarino e ator Evandro Passos – figura renomada na militância negra de Minas Gerais – de fazer uma retomada de seu trabalho com o teatro. Falar das questões dos negros brasileiros foi o primeiro impulso para o trabalho, que começa bebendo de figuras históricas como Chico Rei, Chica da Silva e Zumbi.

Após meses de trabalho e pesquisa, o espetáculo tomou um rumo pessoal. Ele mostra de forma autêntica e sincera, a jornada de dois negros, um homem e uma mulher, com suas alegrias, superações, preconceitos, traumas e vitórias.

Para dividir o palco, ninguém melhor que a atriz mineira Aruana Zamby, que, com seus 62 anos de idade, participou, ativamente, do teatro e da televisão durante seus quase quarenta anos de carreira. A música tem lugar de destaque no espetáculo, dialogando com as histórias e construindo narrativas próprias. Para isso, o violonista Robert Mouraconstruiu novos arranjos para a obra de Paulo Moura, Pixinguinha, Cartola – tendo como foco músicos e compositores negros.

A dramaturgia foi conduzida por Francisco Falabella Rocha, vencedor do 3º Prêmio Copasa Sinparc de Melhor Texto Original Infantil. A direção é assinada por Epaminondas Reis, ator e diretor, com passagem pela Cia Sonho e Drama e Grupo Trama.

O espetáculo “O negro conta” propõe novas formas de falar sobre as questões dos negros no Brasil. Partindo do relato pessoal que se relaciona com a cidade, o país e todo um povo negro, a partir de lutas, alegrias, feridas e superações. Inspirado na arte da oralidade (do contar) – fato marcante da cultura negra, aqui apresentando a saga de uma mulher e um homem negro e a sua arte.

Foto:Maria Rita