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Equipes da campanha da UFMG Renasce Museu iniciam construção de plataforma virtual

Profissionais atuam no processamento de parte do acervo de paleontologia e da coleção Maxacali que integra acervo etnográfico do MHNJB

O Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da UFMG iniciou no mês de março os trabalhos previstos na campanha de financiamento coletivo Renasce Museu para estruturação de uma plataforma virtual, pública e gratuita com informações e imagens dos acervos que foram impactados pelo incêndio ocorrido no dia 15 de junho de 2020.

Em entrevista à TV UFMG, Andrei Isnardis, vice-diretor pró-tempore do museu, explica que os profissionais e bolsistas das áreas de arqueologia, paleontologia, museologia, fotografia, conservação e restauração foram contratados para atuar na preparação da base digital de gestão e compartilhamento de dados das coleções resgatadas que estão atualmente acondicionadas em uma nova reserva técnica, organizada em parceria com o Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor/EBA).

De acordo com o vice-diretor, o processamento das coleções é iniciado com o trabalho da equipe de paleontologia e arqueologia que analisa cada peça, levanta dados de seu contexto original, pesquisa como ela chegou até o museu e sua localização dentro de seu acervo de correspondência. Essas informações são compartilhadas com a equipe de profissionais conservadores, que também analisa as características físicas e biológicas dos materiais e produz relatórios com indicações de danos e impactos causados pelo incêndio e possibilidades de encaminhamento para uma restauração futura. Todos esses dados conduzem o trabalho da equipe de fotografia, que é responsável por registrar em imagens os detalhes de cada uma dessas peças.

O museólogo do MHNJB, André Leandro Silva, relata que esse trabalho minucioso de reencontro com as coleções resgatadas tem revelado surpresas e um reconhecimento de muitas das peças, como a descoberta da equipe de paleontologia de um osso fossilizado de uma preguiça-gigante. “Esse trabalho mais detido faz com que a gente efetivamente conheça essas histórias, consiga descrevê-las, para poder contar para as pessoas no momento em que o acervo estiver disponível para exibição, por meio da plataforma que vamos criar ou até mesmo nas visitas aqui no museu”, constata o museólogo.

Isnardis, que é também professor do departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG, explica que duas coleções, menos impactadas pelo fogo, foram selecionadas para iniciar os trabalhos. “Isso está sendo feito com uma parte do acervo de paleontologia, que vai ser processada para entrar nessa base digital, e com uma parte do nosso acervo etnográfico, a coleção Maxacali", diz o vice-diretor que ainda ressalta que a expectativa é que, ao longo dos próximos meses, esses trabalhos de processamento técnico possam ser estendidos aos outros acervos acometidos pelo incêndio para abastecer a plataforma.

O professor conta ainda que a plataforma vai disponibilizar também para consulta pública arquivos inéditos do museu. "A gente também está produzindo um registro digital de material primário das escavações de arqueologia”, destaca Isnardis. Após aquisição de equipamentos de digitalização, uma equipe atua no processamento dos cadernos de campo antigos do arqueólogo e professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG André Prous. As anotações trazem informações sobre escavações realizadas em expedições durante as décadas de 1980 e 1990 e que deram origem a grande parte do acervo arqueológico do museu.

Saiba mais em vídeo produzido pela TV UFMG (equipe: Olívia Resende - produção, reportagem e edição de conteúdo; Samuel do Vale – imagens; Marcelo Duarte - edição de imagens).

Foto: Reprodução

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