Notícias

Palestra: A História da Tuberculose em BH - Museu Abílio Barreto

História da tuberculose em BH é tema do “Novos Registros” deste mês Pelo seu clima e sanatórios, a cidade era o refúgio dos tuberculosos A dissertação “A história da tuberculose em Belo Horizonte de 1897 a 1950: uma abordagem histórico-cultural”, da mestre em História pela UFMG, Geordana Natali Rosa Requeijo, é o tema do próximo “Novos Registros”. O trabalho apresenta um levantamento histórico da tuberculose em Belo Horizonte do final do século 19 até meados do século 20 e aborda a literatura médica e ficcional em torno da doença e do doente e o surgimento dos sanatórios. A palestra sobre a tese acontece dia 24, terça, às 19h, no Auditório Itaú do Museu Histórico Abílio Barreto, com entrada franca. O objetivo do projeto “Novos Registros” é divulgar trabalhos acadêmicos sobre a capital mineira e o Estado de Minas Gerais. A promoção é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, do APCBH e do MHAB, localizado na Av. Prudente de Morais, 202, no Bairro Cidade Jardim. Belo Horizonte foi a primeira capital do Brasil a ser planejada e edificada dentro dos modernos conceitos de salubridade da passagem do século 19 para o 20, marcado nitidamente pelo discurso higienista. Isso representava o desejo de construção de uma nova sociedade, com novos valores, dentro dos preceitos médico-higiênicos tão em voga na época, no qual o conteúdo humano estaria condicionado a uma sociedade medicalizada, em uma cidadania controlada. A partir dos dados estatísticos referentes aos óbitos por tuberculose em Belo Horizonte na primeira metade do século XX e da literatura diversificada produzida diante da situação, torna-se possível fazer uma abordagem da doença numa perspectiva histórico-cultural. Nesse campo, percebe-se a tuberculose não apenas como um problema de saúde pública, mas também como um forte componente da construção de um fértil imaginário cultural em torno do que é ser doente e o que é a doença, o que abre possibilidades para um leque significativo de indagações e interpretações. A abordagem da tuberculose na literatura médica e ficcional se constitui num dos capítulos desta dissertação sendo o momento em que os médicos, poetas e doentes ganham voz. A tuberculose foi um tema corrente no meio artístico e literário dos séculos 19 e 20. Nenhuma outra doença foi tema de tantas poesias, músicas, livros e novelas, como a tuberculose. Outro aspecto abordado são os locais destinados ao tratamento e isolamento dos doentes. É o surgimento dos sanatórios, dispensários antituberculose e preventórios, dentro do contexto mundial, nacional e local, em que Belo Horizonte se destaca, em função do grande afluxo de tuberculosos que chegam à capital, na crença de que poderiam se curar apenas com as propriedades do clima da cidade. Os sanatórios passam a fazer parte da paisagem de Belo Horizonte, em fins dos anos 20. Foram instalados na capital mineira alguns dos mais luxuosos sanatórios do País. Em junho de 1927, foi inaugurado o primeiro sanatório da capital, o segundo de Minas Gerais e o terceiro do Brasil, o Sanatório Cavalcanti. Em 1929, dois outros sanatórios para tuberculosos mais afortunados foram inaugurados na capital mineira: os sanatórios Belo Horizonte e Hugo Werneck, que mais tarde passou a chamar-se Sanatório Minas Gerais. Desde seus primeiros anos de vida, a capital recebia um grande número de infectados, muitos dos quais, chegavam sem condições financeiras para se estabelecerem nos sanatórios. Sem condições de financiar o tratamento em instituições particulares, muitos desses doentes se hospedavam nas diversas casas e pensões para tuberculosos que proliferavam pela cidade. Foi somente em 1928 que se organizou um movimento no sentido da caridade pública, do qual resultou a Assistência ao Proletário Tuberculoso, transformado mais tarde no Sanatório Marques Lisboa, o primeiro destinado ao tratamento de tuberculosos pobres. Geordana Natali Rosa Requeijo tem graduação em História pelo UNI-BH (2000) e mestrado em História pela UFMG (2005), e possui diversas publicações, entre artigos e resumos, em periódicos e já participou de vários seminários como palestrante, como o 10º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, em 2005. Após a apresentação e debate, a dissertação é doada para o APCBH e ficará disponível para consultas. O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte fica na Rua Itambé, 227 – Floresta, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. Mais informações: 3277-4603 (Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte - APCBH) 3277-8573 (MHAB) 3421-9723 (Geordana Natali Rosa Requeijo)

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.