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Dudude Comemora 50 anos de estrada com a mostra Dudiude 50 – Trajetória singular

A abertura das comemorações começa no SESC Palladium no próximo 28.04 com estreia da performance “Le Balai est la même chose que Le Ballet”, que vai reunir 22 artistas parceiros e no dia 1º de maio (terça) com o espetáculo “Sublime Travessia”.

“Gosto de fazer coisas para mover o mundo, me deixo à deriva, deixo que minha percepção me leve, escuto as pistas”. Com 50 anos de carreira, a bailarina, improvisadora, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança Dudude continua a olhar o mundo com o interesse de quando começou. “Sou mineira, meio torta, meio barroca e adoro mexido. Sou improvisadora, sempre gostei de atrevimentos, de me lançar em territórios não treinados. O que muda hoje é talvez o descompromisso em acertar, mas também a atenção para não cair em um lugar de conforto e obedecer um padrão habitual”, explica a artista que de abril a junho vai celebrar a data no Sesc Palladium, no Galpão Cine Horto e no Sesiminas com a MOSTRA DUDUDE 50 – Trajetória Singular, que traz espetáculos, lançamento de livro e residência artística. A abertura é no dia 28 de abril, domingo, com a estreia da performance coletiva “Le Balai est la même chose que le ballet”, idealizada pela bailarina. Durante 50 minutos, mais de 20 artistas parceiros de trajetória da artista, munidos de vassouras, iniciam a ação coletiva de varrer o Foyer do SESC Palladium (entrada Augusto de Lima). Aos poucos, o movimento ordinário e cotidiano se transforma em uma grande dança coletiva de celebração da vida. Entrada gratuita. Classificação indicativa: livre. Mais informações para o público nas redes sociais da artista - facebook e instagram: @Dudude.

“Nada melhor para o artista que celebrar com os amigos e o público. Sempre cultivei encontros, sabendo que são únicos e podem ser duradouros em seu âmago e apontar novos olhares”, afirma Dudude que vai performar ao lado de nomes das dança, música e artes plásticas, entre eles, Marco Paulo Rolla, Tuca Pinheiro, Suely Machado e Thembi Rosa. Segundo a artista, a performance reúne uma pequena mostra dos pares que estabeleceu ao longo das últimas cinco décadas. “Somos colegas de ofício e precisamos reconhecer no outro o lugar de potência, colaboração. Reconhecer nossos laços fraternos de camaradagem e troca, ainda mais em tempos ácidos, de carestia, se faz urgente e necessário”, completa.

Além da performance de abertura, os festejos seguem até junho com lançamento do livro “Ela sentou na cadeira”, em que Dudude divide com os leitores textos sobre improvisação e alguns contos; a residência artística “Improvisação, Ação, Sentidos Composição”, ministrada pela artista, com inscrições abertas a partir de 1º de maio (terça); e três espetáculos solo que apresentam momentos distintos do percurso artístico de Dudude e possuem em comum “a palavra que surge de percepções corporais e não está descolada do corpo que dança”, explica.

“Sublime Travessia” (2016), trabalho mais recente, abre a série de espetáculos solo da Mostra Dudude 50 – Trajetória Singular, no dia 1º de maio, terça, no Grande Teatro do Sesc Palladium. Com trilha sonora de Nathalia Malo, o mote é uma travessia pelo Brasil afora, cheio de cheiros e corpos, tendo na trilha sonora seu chão e na letra do Hino Nacional Brasileiro um lugar de escavação de memória, de origem. Em “A Projetista” (2011), com direção de Cristiane Paoli Quito e trilha sonora de Nathalia Malo, a intérprete cria um espetáculo/desabafo e disserta todo o tempo sobre o seu possível e próximo projeto artístico. Em cena a intérprete aborda a questão do artista-projetista que se tornou um sintoma contemporâneo iniciado nos anos 90, quando toda uma geração criadora passou a mudar hábitos e posturas em relação ao mercado, tornando-se dele refém. No espetáculo “Maria de Lourdes em Tríade” (2004), o pano de fundo é a própria Dudude ou Maria de Lourdes (nome de batismo), que resolve ir a fundo na questão: quem poderia ser esta Maria de Lourdes? E assim mergulha em filósofos e poetas para desvendar esta pessoa. Maria de Lourdes habita três lugares e em cada lugar (Casa, Trabalho e Lazer) disserta sobre uma determinada sensação. O espetáculo comemora 15 anos em 2019 desde a sua estreia e segundo a artista é inevitável que passe por atualizações: “Eu mudei e naturalmente a obra acompanha esse processo. Apesar de ter passado tanto tempo, é um trabalho solo que continua pertinente e requer coragem”, reforça.

ATIVIDADES | MOSTRA DUDUDE 50 – Trajetória Singular

LIVRO “Ela sentou na cadeira” - Lançamento

Textos autorais de Dudude sobre reflexões e experiências dentro da improvisação e alguns contos. O livro será lançando durante a programação e estará à venda a R$30 após as apresentações da Mostra.

PERFORMANCE “Le Balai est la même chose que Le Ballet” (2019) - Estreia

Ter a vassoura como objeto funcional nas ações ordinárias do viver. Extrair imagens relacionadas onde O ATO DE VARRER desliza para a ação do DANÇAR. Deslizar, correr, varrer, escorregar, cantar, delirar, limpar, agir transitando entre espaços para assim desenhar um talvez espaço possível em que através da repetição, da insistência ganha volume porosidade e re significâncias singulares. Performance idealizada por Dudude com participação de artistas parceiros.

Ficha Técnica

Concepção: Dudude

Intérpretes: Dudude, Marco Paulo Rolla, Tarcísio Homem,Tuca Pinheiro, Margô Assis, Izabel Stewart , Thembi Rosa, Dorothé Depeauw , Lina Lapertosa, Jackie Castro, Ana Lana Gastelois, Waneska Cezar, Tana guimaraes, Marise Dinis, Nicolle Vieira, Heloisa Domingues, Patricia Siqueira, Jose Washington Vidigal Lopes , Paola Rettore, Suely Machado, Marina Machado

Frederico Herrmann, Luiz Naveda (ambientação sonora)

Duração: 50 min | Classificação indicativa: Livre

ESPETÁCULO “Maria de Lourdes em Tríade” (2004) - Remontagem

Uma mulher em um corpo sem órgãos, uma consciência, uma percepção humana.

Disserta sobre lugares onde um afeto, um nada, uma fuga, coexistem em lugares ordinários da vida. Ela se conserva em um corpo plastificado e literalmente estático. Arcaica guarda seus afetos sobrevivendo em um mundo urbano. Vai de um ponto ao outro sem perder seu impulso lúcido. Em seu imaginário vive sua casa, seu trabalho e seu irremediável desejo de fuga. Maria de Lourdes, nome próprio, fundo pessoal, um corpo cheio de movimentos intrínsecos que dilatam através da fala, o intenso escondido dentro. Solo monólogo em que a artista disserta sobre estares: afeto/casa, nada/trabalho, fuga/lazer comemora 15 anos desde a sua estreia.

Ficha técnica

Concepção e Direção: Dudude

Intérprete: Dudude

Estudos de figurinos e Adereços: Dudude, Marco Paulo Rolla e Laura Belém

Criação luz: Telma Fernandes

Duração: 40 min | Classificação indicativa: 12 anos

 

ESPETÁCULO “A Projetista” (2011) - Repertório

Solo com direção de Cristiane Paoli Quito (SP)

Em um projeto não existe nada além de um enorme espaço vazio a ser ocupado, sua nutrição é a vontade, o desejo de existir, de voar. A Projetista transita por terrenos áridos, secos, desnutridos, muito rasos. Todos repletos e plenos de possibilidades de construção, onde só a imaginação alcança. Ela se utiliza do nada para preencher o vazio do mundo. Projeta-se no espaço um pouco mais a frente...São lançados ao vento ideias, vontades, propostas a todo instante enquadradas no formato a4. A projetista discute, conversa, questiona, pergunta, e sinaliza este vazio e este modo operante de controle da arte e cria uma habilidade que não pertence a sua alma. Dudude discorre sobre os modos de fazer frente aos editais, Leis e organismos de controle no campo factual da liberdade de criação e suas incongruências.

Ficha técnica

Concepção e Interpretação: Dudude

Direção: Cristiane Paoli Quito (SP)

Assistência: Lydia Del Picchia

Figurino: Marco Paulo Rolla & Dudude

Trilha Sonora: Natalia Mallo & Danilo Penteado

Desenho de Luz Bruno Cerezoli

Captura de imagem e vídeo Joacélio Batista e Frederico Herrmann

Duração: 60 min | Classificação indicativa: 12 anos

ESPETÁCULO “Sublime Travessia” (2016) - Repertório

A necessidade de travessia de um corpo artístico estilizado, potente de intuição e instinto, aguçado de perceptividades eletivas que repousam no campo das afetividades e estão disponíveis para os estímulos brasis. A travessia se faz imbuída de capturas sensíveis, midiáticas, publicando no espaço da expressão o tão sublime que possa ser “ pátria nossa idolatrada salve, salve”!! Trabalho inspirado no viver Brasil, reconhecer-se oriundo daqui mesmo. Escutando as grandes oposições, como: Como um país tão rico e pobre ao mesmo tempo? Como um país tão lindo e maltratado, abandonado? Como um país tão abastado e tão miserável? E por aí vamos, tendo a letra do Hino um lugar para instigar e pesquisar sobre tais incongruências

Ficha Técnica

Concepção, intérprete: Dudude

Trilha sonora: Natalia Mallo

Criação desenho luz: Leonardo Pavanello

Junta Conselheiros: Elisa Belém, Izabel Stewart, Kenia Dias, Tarcisio Homem

Ambientação cênica e estudo figurino: Marco Paulo Rolla & Dudude

Registro fotográfico: Adriana Moura

Registro videográfico: Fernanda Branco Polse

Captura de imagens/ vídeo: Frederico Herrmann

Arte Gráfica: Viviane Gandra

Duração: 50 min | Classificação indicativa: 12 anos

RESIDÊNCIA “Improvisação / Ação / Sentidos / Composição”

A proposta da residência é criar estímulos para a composição via a escuta sensível de cada acontecimento. As composições são criadas através de exercícios físicos ativados pelos sentidos, aquecendo o corpo e o espaço para sessões de improvisação. As propostas entre pausa e movimento marcam o ponto zero da improvisação, funcionando como plataforma de acesso, podendo assim, fornecer a estrutura de uma improvisação com o sentido da edição para composição. O objetivo é ampliar, para cada participante, o entendimento de espaço, de lugar, de acontecimento, de ação, de dança. Público-alvo: bailarinos, atores, performers e demais artistas da cena, acima de 18 anos. Vagas: 20 distribuídas por seleção através de análise de currículo e carta de intenção. Inscrições a partir de 1º de maio, através do formulário online: https://goo.gl/forms/cACSubemw6iEB4nj1

SOBRE DUDUDE

Dudude, artista de dança, é reconhecida não somente pelo seu trabalho na dança, mas pelas criações em que faz a interseção com diversas outras linguagens artísticas como o teatro, a performance, a música. Premiada diversas vezes como diretora, coreógrafa e intérprete, possui uma singular assinatura nas artes adquirindo projeção nacional ao longo vários anos de carreira. Dudude fez parte do Grupo Transforma, coletivo artístico da dança que marcou época em Belo Horizonte nos anos 70 e foi o propulsor de vários artistas e grupos, fazendo de Belo Horizonte local referência nacional para a dança.

Estudante e companheira de trabalho de importantes nomes como Marilene Martins e Klaus Vianna, há 5 décadas atua no cenário cultural tendo se tornado testemunha importante da história da dança, além de referência para diversas gerações de artistas.

Dudude é uma das artistas pioneiras no Brasil a utilizar linguagem da improvisação em dança. A artista desenvolveu uma maneira singular de aplicar, ensinar e entender a linguagem da dança contemporânea. Construiu uma pedagogia própria, a qual tem no corpo orgânico sua base de entendimento, com o suporte da educação somática direcionada para a linguagem da improvisação em dança.

Desde sempre, ministra workshops voltados para a linguagem da improvisação pelo Brasil a fora. Apresentou-se como intérprete em diversas cidades do país e em países como Portugal, Alemanha e França. Atualmente possui seu Atelier de criação, com quase uma década de funcionamento, localizado em Casa Branca, onde promove ações para a comunidade artística e interessados, com ações focadas na arte contemporânea, envolvendo profissionais da cena viva. O espaço vem se tornando uma referência nacional. Já passaram pelo ateliê workshops e residências com diversos artistas locais, nacionais e internacionais, como Katie Duck (HOLANDA) Daniel LepKoff (EUA), Claire Filmon (FRANÇA), Vera Mantero (PORTUGAL) Diogo Granato (SP), Kenia Dias (SP), Andrea Drigo (SP), João Saldanha (RJ), Pascal Queneau (FRANÇA), Patricia Kuipers e Frank Beaubois (FRANÇA), Letycia Nabuco (JUIZ DE FORA), Angel Vianna (RJ), Irene Ziviani (MG), Beth Bastos (SP), Denis Stutz (RJ), entre vários outros.

Foto: Divulgação

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