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Do lo-fi ao experimental: rapper e produtor musical mineiro Abu lança seu primeiro disco solo, ‘Vô’

Disco traz sete faixas inéditas e tem participações de nomes como Oreia e Matéria Prima; álbum já está disponível nas plataformas digitais

"Vô" é o nome do primeiro disco solo do cantor, compositor e produtor musical Abu, figura conhecida da cena do rap de Belo Horizonte. Lançado nesta segunda-feira (19), quando o artista mineiro completa 30 anos de idade, o álbum traz sete faixas autorais e inéditas que registram participações de Matéria Prima, Oreia, Rafael Fantini, Cizco e do cantor e instrumentista francês Krißla. O disco tem produções instrumentais de Abu, que também assina gravação, pré e pós-produção, finalização e mixagem. Já a masterização foi feita pelo produtor belo-horizontino Fantasmatik. Lançado pelo selo Xifuta Records, o trabalho já está disponível nas principais plataformas digitais.

>> Escute “Vô”, de Abu, nas plataformas digitais

Segundo Abu, o disco traz uma atmosfera lo-fi, com a musicalidade orgânica da mistura entre samples crus e instrumentação. “O álbum tem a proposta de ser minimalista, de dar uma sensação de respiro. Quando criei as músicas, estava achando tudo muito carregado, tanto na vida quanto no som que eu escutava. E, na real, não imaginava o quanto tudo ia ficar ainda mais carregado”, relembra. “Tentei fazer uma parada com letras mais curtas e espaço para o instrumental. E fui experimentando levadas menos tradicionais nas letras, com elementos nos beats que trouxessem musicalidades mais orgânicas”, diz o músico, que gravou cavaco, escaleta, sintetizadores para algumas das faixas.

Primeiro single de “Vô”, lançado em março deste ano, a faixa “Bandeira” conta com a participação do antigo parceiro e beatmaker Cizco, dessa vez nos vocais do refrão. Já a recém-lançada “Cama de Pregos”, segundo single, tem participações do rapper Oreia e do músico Rafael Fantini, cantando a saudade dos amigos que vão buscar a vida em outras terras – sentimento tão presente nestes tempos de isolamento social. “A música foi criada num momento em que eu estava morando no Sul, em Florianópolis (SC). A parada da saudade já fazia parte da minha relação com os amigos de BH, como Fantini e Oreia. Mas é um sentimento que ganhou novos contornos com a pandemia, com certeza", afirma.

>> Assista ao clipe de “Cama de Pregos", de Abu


O disco traz, ainda, a participação do cantor Matéria Prima na faixa-título e do cantor e instrumentista francês Krißla (que se pronuncia ‘Kriszla’), em “Garoa Fina". "Eu e o Matéria Prima temos feito vários trabalhos juntos ultimamente, como Mabu. Trocamos muita ideia sobre música, eu mando vários beats para ele e essa música saiu de um deles. O Kriszla é um camarada francês que é baixista de reggae, que conheci em Florianópolis, por acaso. Nosso diálogo musical deu muito certo, gravei umas faixas dele”, conta Abu, lembrando que a capa e o material visual que ilustra o disco foi desenvolvida por Bruno Rios, artista visual de Belo Horizonte.

O primeiro disco solo de Abu sucede seus últimos trabalhos, frutos de parcerias com outros músicos: o instrumental “Microbeatologia” (2020), em parceria com Fumaça; “Cru Vol.2”, com Cizco, e “Fotocópia”, com Felipe Filgueiras, de 2018; e o primeiro EP solo, de 2016. Além dos discos, Abu lançou várias faixas gravadas com outros beatmakers e cantores de BH, como Gurila Mangani, X Sem Peita e Bruno Afterall. “Vô é uma figura, né. O avô. Tem uma brincadeira com uns amigos de BH em que falamos do ‘estilo vovô’, desses traços de espírito ‘velho’ num corpo jovem. Com os cabelos brancos que estão me dominando, então”, brinca. “Ao mesmo tempo, é uma afirmação. ‘Vou”, o ímpeto. Para quem se liga nos astros, é a contradição de um cara de áries com ascendente em capricórnio”.

Xifuta Records

"Vô" é o primeiro disco assinado pela Xifuta Records, selo criado por Abu, que busca a fusão dos beats eletrônicos com os grooves orgânicos, mirando o minimalismo e o experimental. O selo já lançou trabalhos como a faixa "Prefácio", do projeto Dedo Primata, de Abu e Fábio Mukanya (RJ), cujo EP também sai neste ano. O trabalho propõe a mistura dos beats com a pesquisa desenvolvida por Mukanya com instrumentos e temas musicais tradicionais de África, principalmente de regiões do Zimbábue e Moçambique.

Xifuta é um sinônimo de estilingue. Para Abu, como instrumento artesanal, cada estilingue é diferente um do outro. “Cada xifuta tem sua própria forquilha. Você tem que se adaptar a ela e, ao mesmo tempo, ela se adapta à sua mão. Também acho que tem uma cara de resistência, na contramão do industrial, de ser um tiro de cada vez, de ter que mirar bem para não acertar o próprio dedo”, reflete o músico mineiro.

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Mais. Site Xifuta Records | Instagram Xifuta Records | Instagram Abu

Foto: Henrique Rangel

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