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É possível ser grato e feliz em tempos de pandemia?

Filósofo dá dicas sobre como praticar gratidão e encontrar a felicidade, até mesmo nos momentos incertos da vida.

Sim, é possível ter felicidade e gratidão em qualquer momento da vida, basta praticar. No atual contexto pandêmico em que vivemos, com as taxas de desemprego projetando-se a quase 14%, crises de ansiedade contínuas, entre outras situações que permeiam o cotidiano, deixando as nossas emoções um pouco mais abaladas, ser feliz e grato têm sido tarefas desafiadoras, entretanto, elas não são impossíveis de se realizar. 

Afinal de contas, se fala tanto em felicidade e gratidão nos últimos tempos, porém, o que ambas significam? O advogado, filósofo e escritor, Marcelo Gallupo, explica com detalhes sobre cada um dos termos. “Felicidade pode ser tratada de dois modos: como a sensação de que uma vida é completa, e a sensação de bem-estar. Ambas têm relação com a sensação de que se vive uma vida que vale à pena ser vivida. Gratidão é reconhecer que, sendo dependentes uns dos outros, muito do que possuímos e recebemos, não decorre de nosso mérito”.

Mesmo vivendo momentos difíceis em meio à pandemia da Covid-19, nem sempre tais sentimentos são gerados por fatores externos e sim, por questões pessoais. “Falta de autoconhecimento é o que mais traz infelicidade, e querer estar no controle de tudo, é o que nos torna ingratos. Objetivamente, temos melhores condições para sermos felizes (vacinas e eletricidade em casa, por exemplo), mas, várias pesquisas indicam que somos mais insatisfeitos com a gente mesmo”, explica o especialista.

Algumas pessoas costumam acreditar naquela velha frase que diz: “o dinheiro traz felicidade”. Cientificamente, foi comprovado que de fato o que nos proporciona felicidade mesmo são as realizações pessoais. Num estudo realizado por longos anos pela Universidade de Harvard, nos EUA, comprovou-se que as relações pessoais são as maiores responsáveis por trazer saúde à nossa mente. O dinheiro, fama e emprego foram citados na pesquisa também, entretanto, não foram os que mais proporcionam bons sentimentos aos 1000 participantes da pesquisa.

Autoconhecimento 

Não existe uma receita infalível para ser grato, mas, quando começamos a prestar atenção nos efeitos danosos da ingratidão nas nossas vidas, podemos mudar o padrão de nossa ação. Marcelo explica que ao mesmo tempo que nos acontecem coisas ruins, acontecem-nos coisas boas também. “É uma questão de foco e de escolher em que aspectos da vida prestar atenção”.

Ainda segundo o escritor, a prática da gratidão e felicidade levam uma vida inteira para ser aperfeiçoada. “São as nossas escolhas de como lidar com as complexidades cotidianas, que irão definir ao longo da nossa jornada, se estamos gratos e se conseguimos ser felizes apesar dos problemas, dos desafios e contratempos. Ser agradecido já é também uma maneira de praticar a felicidade”, ressaltou Gallupo.

O isolamento social é um bom momento para pensar em maneiras de construir esta casa de bons sentimentos dentro da gente. “Podemos dar sentido ao isolamento social, se o pensarmos como um período de auto-aperfeiçoamento, mais ou menos como o personagem principal do filme “O feitiço do tempo”, que conta a história fictícia de um repórter que ficou preso no tempo e precisou vivenciar cada momento e enfrentar as controvérsias surgiram durante o período”, sugere o filósofo.

Fonte: Marcelo Gallupo é filósofo e professor universitário - filosofia do direito. Professor há 25 anos, graduado pela PUC em Direito e fez filosofia do Direito pela UFMG. Além disso, escreveu livros técnicos, tais como; 1999 - Igualdade e Diferença e Metodologia de Pesquisa - Da ideia a defesa: o Impeachment. E mais recentemente o lançamento do livro “Um dia sem reclamar”, com Davi Lago (@prof.marcelo.galuppo).


Foto: Divulgação

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