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Primeiro Concurso de Roteiros e Narrativas - Vozes da Periferia revela roteiristas mineiros

Edital, promovido pela ONG Contato, mostra a importância de dar voz para quem está à margem das políticas de fomento

A ONG Contato comemora o resultado da primeira edição do Concurso de Roteiros e Narrativas - Vozes da Periferia, que contemplou 20 projetos, com o prêmio de R$ 2 mil cada um. Viabilizado pela Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, o edital recebeu mais de 100 inscrições vindas de várias regiões do Estado. Entre argumentos ou roteiros de curtas-metragens de ficção ou documentário, a seleção prima pela diversidade e qualidade.

A potência dos projetos apresentados entusiasmou a comissão julgadora, formada pelo crítico de cinema Paulo Henrique Silva, o cineasta Marcelo Lin (“Abdução”) e a atriz Tásia d´Paula. “Abraçando gêneros diversos, que vão desde a comédia rasgada a olhares mais experimentais, os roteiros ressignificam esse conceito (de periferia), que deixa de ser um ponto geográfico dentro de um quadro social de grande desigualdade para abrigar grupos étnicos, diversidade de gênero, situações outras de marginalização e até mesmo uma outra periferia que se manifesta dentro dessa periferia”, afirma Silva.

Um dos objetivos da ONG Contato com o edital é criar um banco de narrativas de periferia de Belo Horizonte e de Minas Gerais, tanto para serem utilizadas numa oficina de capacitação como, quem sabe, num projeto de coprodução. “Se eu fosse dono de uma produtora, de um serviço de streaming ou de canal de TV, estaria de olho nas histórias das periferias. É ali que está uma rede nova de realizadores e coletivos muito potente, mas que não encontra espaço neste mercado tão fechado que é do audiovisual brasileiro”, afirma Helder Quiroga, coordenador da ONG Contato e um dos idealizadores do concurso.

De acordo com Quiroga, é urgente a valorização de narrativas que vêm da periferia. “E por periferia, nós entendemos todos aqueles lugares que estão à margem das políticas de fomento, isso inclui o interior do Estado também”, diz.

O Concurso de Roteiros e Narrativas - Vozes da Periferia é uma realização da ONG Contato, contemplado na Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Todos os 20 contemplados no primeiro Concurso de Roteiros e Narrativas - Vozes da Periferia já receberam seus prêmios.

Conheça os projetos premiados e seus autores:

Breno Henrique de Almeida Rocha - “As Mães e os seus Mortos”

Bacharel em Cinema e Audiovisual e Mestrando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, trabalha com Direção de Arte e Realização Audiovisual. Foi professor do Curso de Direção de Arte do NPD da Prefeitura de Belo Horizonte.

Bruno Tadeu Carvalho Linhares - “Nação Comprimido”

Roteirista, formado em Cinema e Audiovisual, seu primeiro curta-metragem musical circulou por festivais como a Mostra Tiradentes, entre outros. Também ator e dramaturgo, estreou sua primeira dramaturgia em 2018.

Ellen Victoria Maciel de Souza - “Entre Estações”

Recém formada em Cinema pela PUC. Durante a faculdade, atuou na produção de vários curtas em diversas funções, como fotografia, roteiro e direção de som. Atualmente trabalha com projetos pessoais e voluntários ligados a esse meio.

Franco Dafon - “Vovó”

É ator e cineasta de Belo Horizonte, graduando em Letras pelo CEFET-MG. Sua formação cinematográfica se deu por cursos periféricos. No ano de 2020, fundou a sua produtora, a Companhia de Cinema LiberArte, que trabalha com foco na igualdade de gênero e na democratização da sétima arte, tendo como matriarca a primeira diretora brasileira, Cleo de Verberena.

Hozienne Reis Passos - “As Manas Têm Vez”

Multiartista, atua como artista visual, poeta, arte educadora e realizadora audiovisual. Seu trabalho transita por múltiplas áreas especialmente a arte urbana, a escrita literária e o cinema. Graduada em artes visuais na EBA/UFMG, integra os coletivos Filme de Rua, Manas e a Amargem Crew.

Ieda Maria Gonçalves Lagos - “Flor e o Jequitibá”

Estudante e produtora de cinema e audiovisual, sócia da Gangorra Filmes.

Labibe Araújo - “As Benzedeiras”

Integrante do Coletivo Negro de Cinema Coisa de Preto, no cinema realizou trabalhos como diretora, assistente de direção, diretora de fotografia e diretora de arte. Além de produção e realização de mostras de cinema e cineclubes.

Luiz Malta - “Como Nasce um Maremoto”

Formado em Ciências Sociais pela UFMG. Atua como produtor cultural e audiovisual há cinco anos. Movido pela cultura cineclubista, começou no Audiovisual com atuações na exibição, produção e realização de obras cinematográficas.

Maick Hannder - “Longe do Mundo”

Diretor e roteirista, é sócio-fundador da produtora Ponta de Anzol Filmes. Dirigiu os curtas-metragens “Ingrid” (2016) e “Looping” (2019), exibidos em mais de 60 festivais nacionais e internacionais. “Perto da Meia-Noite", seu primeiro projeto de longa-metragem, foi laureado com três prêmios na edição 2020 do BrLab, incluindo o Prêmio de Desenvolvimento da Vitrine Filmes. É associado da APAN.

Matheus Moura - “Guarda - Rios”

É diretor, roteirista, montador e diretor de fotografia. Sócio-fundador da Retrogosto Filmes, produtora audiovisual de Belo Horizonte (MG) criada em 2020. Graduado em Comunicação Social com Habilitação em Cinema e Audiovisual pela PUC Minas. Seu trabalho de conclusão de curso e primeiro filme, "Ditadura Roxa” (2020), foi selecionado para dezenas de festivais nacionais e internacionais.

Michel Brasil - “Batalha BH: Rima, Sangue e Hype”

É músico, comunicador e pesquisador. Possui experiência em produção de documentários, programas de rádio/tv e em projetos de comunicação comunitária. Atualmente realiza uma pesquisa sobre a cena de rap/Hip Hop de Belo Horizonte, que resultará em um livro e uma série de documentários.

Milena Andrade da Rocha - “A Vista”

Jornalista e realizadora audiovisual, atua na direção, fotografia e roteiro, com produções exibidas em canais de TV, mostras e festivais.

Raissa Santos - “Sarau Resistência”

Mulher negra bissexual, nascida e criada em BH. É bolsista da Rede Educafro Minas no curso de psicologia e atua como coordenadora nesse mesmo projeto dentro do núcleo Maria Magela. Além disso, contribui no "Una-se contra LGBTfobia" projeto de extensão universitário voltado para pautas LGBT.

Rodolfo Ataíde - "Difícil Fotografar o Futuro”

Filho de pais migrantes da Zona da Mata mineira, o poeta e fotógrafo propõe reflexões sobre as diversas periferias e a construção de novos imaginários e utopias a partir de pessoas originárias das margens da margem dos grandes centros urbanos.

Russo Apr. - “Terra Firme, o Filme”

Russo apr (Artilharia Pesada da Rima), nome artístico de Flávio Paiva. Rapper graduado em Pedagogia, atua no movimento Hip Hop desde 1999. Já desenvolveu vários projetos sociais em sua trajetória como diretor, vídeomaker, beatmaker e educador social. Atuou em cinco filmes, entre eles, “Temporada” (2018), dirigido por André Novais Oliveira, pelo qual ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Rodrigo Rezende Meireles - "Morro do Cemitério”

Formado em Cinema e Vídeo pela UNA (Belo Horizonte). Seu primeiro trabalho como produtor/diretor foi o curta “João Batista” (2015), ganhador de vários prêmios, entre eles, o Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas pelo Júri Popular. “Anderson” (2017), seu segundo curta, venceu sete prêmios. “Seu terceiro filme, Trindade” (2020, 28min.), estreou na Mostra de Tiradentes em 2020, ganhou prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Taguatinga (DF) e continua rodando no circuito de festivais.

Sarah Tavares Barbosa - “Antes de Falar de Amor”

De São Paulo, é assistente de direção e está dando os primeiros passos como roteirista e diretora. Trabalhou nos filmes "Valentina", de Càssio Pereira dos Santos, e "Canção ao Longe", de Clarissa Campolina, assim como na série "Sou Amor", de Cris Azzi e André Amparo, entre outros projetos. Também produziu o curta-metragem "Sigo Viva" e a websérie "Cidade das Minas".

Sofia de Campos Marinho Diniz - “Dona”

É estudante de Cinema e Audiovisual pela Faculdade de Comunicação da PUC Minas e aspirante a roteirista e produtora. Atualmente, trabalha na equipe de produção do programa “Faixa de Cinema”, da Rede Minas.

Yasmin Mendes Müller - “Às Vezes, Tudo que nos Resta É Ir Embora”

Formada em Cinema e Audiovisual pela PUC Minas, roteirizou e produziu dois curtas-metragens durante a graduação e um longa-metragem como Trabalho de Conclusão de Curso.

Warlen Dimas Marques - “Paim”

Integrante do elenco da Cia Acômica e Cia Crônica, de Contagem, ingressou no TU (Teatro Universitário). É poeta e artista de rua, hoje desenvolve um trabalho como autodidata em artes plásticas e pesquisa a dança Butoh, adaptando seus conceitos para a cultura brasileira.

Link de divulgação dos premiados https://drive.google.com/drive/folders/11Rctw2ZXCpFkz6qLkoz4Xf52YmymmhUX?usp=sharing

Foto: Divulgação

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