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Arthur Moreira Lima em BH

Arthur Moreira Lima faz tributo a JK no seu famoso ‘caminhão-teatro’ O pianista Arthur Moreira Lima, um dos maiores instrumentistas da história do Brasil, chega a Belo Horizonte com o projeto “Um piano pela estrada”, já em seu quarto ano, desta vez com o tema “Nos caminhos de JK”. Seu imenso caminhão-teatro, que carrega a bordo um caríssimo Steinway & Sons de cauda, estaciona no próximo dia 20, domingo, às 18 horas, na Praça JK, no Sion. A realização é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, em conjunto com a Arthur Moreira Lima Cultural. O projeto é um sonho antigo de Moreira Lima de levar a música clássica e popular brasileira a pessoas que dificilmente teriam acesso a esse tipo nobre de arte. Nesta homenagem ao médico, prefeito, governador e presidente Juscelino, o caminhão-teatro irá do local de nascimento do estadista, Diamantina, até Belém, pela estrada por ele aberta para a integração do país, incluindo Rio, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Tocantins, Mato Grosso e Piauí. O concerto tem cerca de 1h30 de duração, com um repertório que inclui obras de Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Pixinguinha, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Luiz Gonzaga, Astor Piazolla, entre outros compositores da música erudita e popular brasileira. Em todas as viagens anteriores, que ganharam uma grande repercussão na mídia nacional e internacional, o caminhão percorreu mais de 130 cidades de 20 estados do país. Populações ribeirinhas, índios, povos que vivem nas florestas, pampas, pantanais, plantações de soja, seringais, favelas, entre outras, tiveram a oportunidade de ver, pela primeira vez ao vivo, um pianista do porte de Arthur Moreira Lima. De Moscou à Rocinha Arthur Moreira Lima é um pianista clássico que foge totalmente dos padrões. De alma carioca, brasileira, mesmo estando longe - viveu muitos anos na Europa - nunca deixou de saber as últimas gírias, as novidades de Fluminense, as histórias sempre atualizadas da boemia carioca, os bastidores da política. Ele toca com a mesma dedicação tanto no Lincoln Center, de Nova York, quanto numa garagem de ônibus da Rocinha. Num teatro elegante de Recife ou na quadra da Mangueira. Essa é a personalidade artística única de Arthur Moreira Lima, o mais brasileiro dos grandes pianistas de formação erudita da nossa história. Do seu currículo constam apresentações com as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Viena, Berlim e Praga, e regência de maestros como Jesus Lopes-Cobos, Mariss Jansons, Vladimir Fedosseyev e Sir Charles Groves. Além disso, um feito que poucos na história fizeram: a gravação da obra integral de piano e orquestra de Chopin, com a Filarmônica de Sofia, considerada pela crítica estadunidense como “o mais importante registro pianístico” daquele ano. Dos suíços, guarda, com carinho, um elogio de uma revista que dizia que ele era “o Pelé do piano”. Dos japoneses, carrega o peso de ser um dos campeões de venda de música erudita. Aliás, seu álbum “Chopin Favourites” continua como um dos mais vendidos da gravadora Nippon Columbia. Além disso, gravou uma antologia da obra de Villa-Lobos para piano e outra de Radamés Gnattali. Com três grandes orquestras européias, a da Rádio de Moscou, Rádio de Varsóvia e a de Câmara de Moscou, o pianista gravou concertos para piano e orquestra de Mozart, Rachmaninoff e Tchaikovsky. Com seus discos reunindo a obra de Ernesto Nazareth, considerado pela crítica brasileira “um autor popular”, ou seja, “menor”, que ele foi incluído na lista das melhores gravações de 1977, pela “Stereo Review Magazine”, dos EUA, e tornou-se o maior vendedor de música instrumental do Brasil. Pouco depois, descobriu que nas grandes lojas especializadas de Londres, entre os autores clássicos separados em ordem alfabética, havia um novo nome na letra N: Nazareth. Esta negativa do músico em aceitar a fronteira rígida entre o erudito e o popular, entre a “arte maior” e a “arte menor”, sempre causou espanto em parte da crítica. Para Moreira Lima, são expressões diferentes de uma mesma cultura rica, diversificada e em eterna ebulição. Tocar Chopin e Mozart em praça pública, praia ou favela tem, para ele, o mesmo peso de encarar platéias sisudas no mundo, tocando Nazareth e Pixinguinha. Toda essa democratização musical que o pianista vem desenvolvendo só foi possível após 1978, quando fez a opção arriscada de trocar duas décadas na Europa pelo Brasil. Afinal, os entraves que um músico de formação erudita enfrenta no país são visíveis. Só que, conforme relatou à época a uma amigo que morava em Madri, o pianista cansou de ser estrangeiro. “Eu me sentia realizado como pianista; queria me sentir realizado como brasileiro. Lá fora, as coisas estão feitas, estão prontas. Aqui, não. Eu sentia que no Brasil poderia participar do processo cultural de maneira ativa. Sabia que num país com uma elite pequena e indefinida, como é o Brasil, tentar democratizar as coisas, no meu caso, a música, seria extremamente difícil. Mas sabia, também, que valia a pena”. Com uma média de 90 apresentações por ano, tocando para platéias mais diversas, em lugares inusitados, ele está dando a sua contribuição. “Garoto prodígio” A história musical de Arthur Moreira Lima iniciou aos seis anos de idade, quando começou a estudar piano e, apenas dois anos depois, já dava seu primeiro recital, na Associação Brasileira de Imprensa, interpretando Beethoven, Chopin e Paderevsky. Aos nove anos, fez o seu primeiro concerto profissional, no Teatro da Paz, em Belém. Naquele mesmo ano, ganhou, pela primeira vez, o Concurso para Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica Brasileira. Foi solista da orquestra e tocou o Concerto em Lá Maior, de Mozart. Com quatorze anos apresentou-se novamente, ganhando o concurso pela segunda vez, tocando, posteriormente, o Primeiro Concerto de Beethoven. Durante quatorze anos, foi aluno da professora Lúcia Branco, que também deu classes para Tom Jobim. Em 1959, foi estudar com a professora Marguerite Long, em Paris, ficando três anos na capital francesa. Em 1963, ganhou uma bolsa para aquele que era, na época, o mais prestigiado nicho formador de pianistas do mundo: o Conservatório Tchaikovsky, em Moscou. Moreira Lima estudou na União Soviética durante cinco anos. Posteriormente, fez pós-graduação, sendo assistente de cátedra do grande mestre Rodolf Kehrer. Nesse meio tempo, obteve o segundo lugar no Sétimo Concurso Chopin, o mais prestigioso do mundo, realizado em Varsóvia, em 1965. O brasileiro foi ovacionado durante vinte minutos, dando início à sua carreira internacional. Moreira Lima foi, ainda, premiado nos Concursos de Leeds, na Inglaterra, e Tchaikovsky, em Moscou. O conjunto desses três prêmios é algo que pouquíssimos pianistas do mundo podem citar em suas biografias, assim como o fato de ter sido o intérprete da primeira audição mundial do Concerto Número 1, de Villa Lobos, no Japão, Rússia, Áustria e Alemanha. Segundo muitos, Arthur Moreira Lima deixou, há um bom tempo, de ser ‘apenas’ um dos maiores pianistas da história brasileira. Ele é um dos nomes mais importantes da nossa cultura. Mais informações: 3277-4631 AML Cultural – 48 – 3369-3198 / 48 – 9961-1117 [email protected] / [email protected] www.arthurmoreiralima.com.br

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