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A Academia Mineira de Letras (AML) recebe a palestra “Nísia Floresta: uma mulher à frente de seu tempo”, com a professora de Literatura Brasileira da UFMG, Constância Lima Duarte, no dia 24 de maio, às 19h30.

O evento faz parte do programa Universidade Livre – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,7 mil médicos cooperados e colaboradores. A AML integra o Circuito Liberdade.

Quando se pensa na história da luta feminina por seus direitos no Brasil, vários nomes de mulheres podem ser citados. Mas nas primeiras páginas dessa história, um nome se destaca e se impõe: o de Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885), responsável pelas mais importantes páginas dessa luta, pela coragem revelada em seus escritos e pelo ineditismo e ousadia de suas ideias.

Enquanto a grande maioria das brasileiras vivia recolhida em casa sem nenhum direito, Nísia Floresta dirigia um colégio feminino no Rio de Janeiro, e escrevia livros para defender os direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. Ao todo, foram quinze títulos, entre romances, contos, poemas e ensaios, escritos em português, francês, italiano e inglês.

Sua obra de estreia é considerada a primeira que se tem notícia no Brasil que trata dos direitos das mulheres à instrução, e que exige que elas sejam consideradas inteligentes e merecedoras de respeito pela sociedade. O livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” foi publicado em 1832, em Recife; em 1833, em Porto Alegre; e em 1839, no Rio de Janeiro.

A figura de Nísia Floresta representa o pioneirismo na construção de nossa identidade e de nossos direitos; e uma mulher ilustrada, como bem poucas em nossa história. “Durante este encontro, vamos debater sobre algumas citações da autora. Trechos sobre feminismo, educação das mulheres, indianismo e outras questões para conhecer o seu pensamento acerca das principais questões que abordou em sua vasta obra”, diz Constância.

Sobre a palestrante:

Pesquisadora do CNPq, Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, com a tese “Nísia Floresta: vida e obra”. Em 1996, aposentou-se pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e em 1999 assumiu a Cadeira de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No Pós-Doutorado, realizado em 2002 na UFSC e UFRJ, desenvolveu o projeto de pesquisa “Literatura e Feminismo no Brasil: trajetória e diálogo”. É responsável pela publicação, reedição e organização de alguns livros, como Direitos das mulheres e injustiça dos homens, de Nísia Floresta (1989); Mulher e literatura no RN (1994); Nísia Floresta: vida e obra (1995; 2008); A lágrima de um Caeté, de Nísia Floresta (1997); Cintilações de uma alma brasileira, de Nísia Floresta Brasileira Augusta (1997); Itinerário de uma viagem à Alemanha, de Nísia Floresta(1998); Nísia Floresta e Auguste Comte – Correspondência (2002), A rainha do ignoto, de Emília Freitas (2002); Revista Via Láctea – 1914-1915, primeira revista feminina de Natal (2003); Nísia Floresta: a primeira feminista do Brasil (2005); Mulheres em Letras: antologia de escritoras mineiras (Org. 2008); e Mulheres de Minas: lutas e conquistas (coautoria, 2008); Dicionário de escritoras portuguesas, do século XV à contemporaneidade (coautoria, 2009), Dicionário de escritores mineiros (2010); Escritura no feminino – aproximações (2011), Escritoras de ontem e de hoje (coautoria, 2012); Escritoras do Rio Grande do Norte – Antologia (Org. 2013); Arquivos femininos: literatura, valores, sentidos (Org. 2014); Mulheres em Letras: memoria, transgressão, linguagem (Org. 2015); Imprensa Feminina e feminista no Brasil – Séc. XIX – Dicionário ilustrado (2016); entre outros.

Foto: Divulgação