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Durante o mês de junho e início de julho o espetáculo Variáveis Ocultas irá se apresentar em teatros e Centros Culturais da cidade. Nos Centros Culturais, além das apresentações, irão ocorrer bate papos após as apresentações e oficinas com os artistas. Na concepção do espetáculo os artistas criadores, Anderson Aleixo e Carolina de Pinho, foram buscar inspiração no Butô, no teatro físico e na dança teatro para expressar nos palcos inquietações atuais que os afetam. O espetáculo parte do encontro entre diferenças e de relações entre elas, gerando interrupções e contribuições e revelando fragilidades e forças em cada um. Nesse processo fronteiras e identidades são criadas e desfeitas, culminando em reflexões também sobre aspectos políticos e sócio-culturais da nossa contemporaneidade.

As apresentações irão ocorrer nos dias 1 e 2 de junho, no Galpão Cine Horto, nos dias 7, 8 e 9 de junho, no Teatro Sesc Palladium (Teatro de Bolso) e nos dias 29 e 30 no Galpão de Ideias. Os ingressos custam R$15,00 (inteira) e R$7,50 (meia entrada). As apresentações nos Centros Culturais serão gratuitas e vão ocorrer nos dias 15 de junho (Centro Cultural Bairro das Indústrias) e 06 de julho (Centro Cultural Salgado Filho).

Para essa circulação os criadores convidaram profissionais que desenvolveram novas camadas artísticas para o espetáculo, trazendo contribuições ao processo já desenvolvido, como é o caso de Haroldo Alves, que desenvolveu uma revisão da dramaturgia corporal, além de influenciar no direcionamento cênico. Haroldo trabalhou durante alguns anos com o bailarino Denilton Gomes, sob a direção de Takao Kusuno, um dos precursores da dança teatro e do Butô no Brasil, do qual Haroldo traz influências. O cenário e os figurinos, criados por Anderson e Carolina, ganharam uma valiosa revisão de Miriam Menezes (figurinos), Leandro Marra e Marcos Moura (cenário). A trilha sonora também passou por esse processo, tendo Tomaz Mota a frente da revisão das trilhas selecionadas originalmente para o espetáculo. “A contribuição desses artistas foi fundamental para que o espetáculo ganhasse novas camadas, tornando o resultado ainda mais condizente com o que queríamos dizer, pois vem agora carregado de influências de outros olhares”, explica Anderson Aleixo.

Sobre o espetáculo

Variáveis Ocultas trata da rede de afetos que envolve os criadores e de mudanças vivenciadas pelos mesmos a partir das relações com o espaço, com os objetos de cena e com o outro.

Esses encontros irão culminar em discussões sobre relações políticas que envolvem as identidades de um corpo feminino (no diálogo com um corpo masculino), de um corpo negro (no diálogo com um corpo branco). O feminino nele, o masculino nela, o masculino nele, o feminino nela, as misturas possíveis, as trocas, as opressões, as constatações de violências e possibilidades de transmutações.

O título do espetáculo faz referência a um termo criado pela física na tentativa de determinar o que não poderia ser explicado a partir de leis fixas, mas apenas através de interações entre uma rede de fatores, que geram constantes transformações em cada elemento observado.

O espetáculo traz reflexões sobre questões que têm se mostrado relevantes no contexto em que vivemos como o machismo, o racismo, a homofobia, as desigualdades e corrupções. Por outro lado, aborda também relações possíveis e potencializadoras entre diversidades, sem por isso deixar de trazer à cena as dificuldades das relações humanas. “Nesse momento, no qual discursos de ódio e segregação se acentuam, acreditamos que refletir artisticamente sobre as dificuldades e potenciais dos encontros e das diferenças tem sido um aspecto importante na criação”, diz Carolina de Pinho.

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Foto: Leandro Marra