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Mortes por tabagismo podem chegar até 7,5 milhões por ano até 2020, segundo OMS

Dia Mundial sem Tabaco é fundamental para alertar população para perigos do cigarro. Segundo oncologista, conscientização pode não só diminuir quantidade de fumantes, como também reduzir incidência de cânceres

No próximo dia 31 de maio (sexta-feira) é o Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco e a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz um importante alerta: Em 2020 o número de mortes causadas pelo hábito de fumar será de 7,5 milhões por ano. Até o final deste século, a OMS estima ainda que o tabaco será responsável por mais de um bilhão de óbitos no mundo.

O mais lamentável de todos esses dados é que eles poderiam não existir. Isso porque o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável no planeta. “Por isso o 31 de maio é importante, afinal, alertar a população para os perigos do cigarro, pode contribuir não só para a queda na quantidade de fumantes como também para a incidência de doenças cardiovasculares, infartos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e diversos tipos de cânceres”, explica Charles de Pádua, diretor técnico do Cetus Oncologia [hospital-dia especializado em tratamentos oncológicos, com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem].

O médico afirma ainda que a conscientização também é capaz de reduzir custos de saúde, que são muito onerosos, principalmente em relação aos medicamentos para tratar casos onde o diagnóstico de câncer já está constatado. Estima-se que o vício do tabaco custe aos governos e empresas cerca de 1,4 trilhão de dólares anuais gastos com saúde e perda de produtividade.

E engana-se quem pensa que o cigarro é o único nocivo à saúde quando se pensa em tabaco. Apesar de ser o primeiro mais lembrado, todos os derivados desta planta, que podem ser usados na forma de inalação, como charutos, cachimbos, narguilé e cigarros de palha; aspiração (rapé); e mastigação (fumo de rolo), não deixam de ser perigosos. “O consumo desses produtos provoca a absorção de 4.720 substâncias tóxicas pelo organismo, [40 delas são comprovadamente cancerígenas] e também pode causar impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata”, cita o médico.

Outro fator destacado pelo oncologista que reforça ainda mais a necessidade dos fumantes abandonarem o cigarro e daqueles que ainda não experimentaram jamais terem a curiosidade pela primeira tragada é o fato do câncer de pulmão, [uma das principais consequências do tabagismo a longo prazo] ser uma doença silenciosa, que dificilmente manifesta sintomas. “O paciente desenvolve o câncer ao longo da vida. Antes ele pode ser acometido, por exemplo, por enfermidades como bronquite crônica ou enfisema pulmonar. Ninguém começa a fumar hoje e cinco anos depois está com câncer. Isso é raro”, pontua. Entretanto isso não significa que é possível se render ao vício por um curto espaço de tempo e depois parar. “O ideal é não fumar, não iniciar esse hábito”.

Cigarro também pode ser caminho para câncer bucal

Além do câncer de pulmão, a pessoa que fuma tem um risco até dez vezes maior de contrair câncer de boca em relação às não fumantes. Quando há associação entre tabagismo e alcoolismo, as probabilidades podem aumentar em até 20 vezes. Nesta sexta-feira, por sinal, também é o Dia Mundial de Combate ao Câncer Bucal. Para alertar a população sobre o perigo dessa relação ‘cigarro X boca’, a dentista estomatologista do Cetus Oncologia, Fernanda Fonseca, explica que o hábito de fumar causa danos à cavidade bucal devido às elevadas temperaturas que o cigarro aceso alcança e também pela liberação de suas substâncias químicas cancerígenas, que podem ocasionar mutações no DNA das células da região e consequentemente propiciar a formação de um tumor maligno.

Entre os indícios que podem indicar câncer na cavidade bucal, a dentista destaca a presença de feridas na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias; nódulos persistentes no pescoço; áreas avermelhadas ou esbranquiçadas e rugosas, que não se destacam; sensação de que há um espinho na garganta ou rouquidão; dificuldade de deglutir e de movimentar a língua. “Qualquer lesão percebida [na cavidade bucal], que não melhore em 15 dias deve ser avaliada por um estomatologista. Ele irá realizar uma biópsia para constatar ou não o câncer bucal”, afirma a especialista.

Em caso de diagnóstico positivo, o paciente é encaminhado para especialidades médicas, como cirurgia de cabeça e pescoço e oncologia. “Não está dentro das competências do cirurgião-dentista realizar o tratamento do câncer bucal, apesar dele poder detectá-lo e realizar a biópsia de lesões suspeitas”, enfatiza Fonseca. No entanto, uma vez definido o tumor, o dentista estomatologista deve fazer uma avaliação odontológica do paciente prévia ao tratamento oncológico, com a intenção de remover possíveis focos infecciosos bucais, além de acompanhá-lo durante e após o processo. “Isso é fundamental para tentar prevenir ou eliminar precocemente possíveis efeitos nocivos da quimioterapia e da radioterapia aos tecidos bucais”, explica.

A estomatologista ressalta ainda a importância de não negligenciar os sintomas de um provável câncer bucal, pois quanto maior a lesão ou mais infiltrada ela estiver, mais difícil será o tratamento. “Em casos avançados observamos piores índices de qualidade de vida, maiores taxas de insucesso [do tratamento], bem como risco de mutilação e necessidade de medidas complexas, além da dificuldade em se conseguir adequada reabilitação do paciente”, finaliza Fonseca.

Foto: Divulgação

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