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Nos dias 15 e 16 de junho, o Atelier André Ferri apresenta a coleção Memória, que utiliza peças de madeira centenárias, resgatadas do Espaço Comum Luiz Estrela. A exposição exibirá peças autorais únicas do premiado designer André Ferri, executadas a partir das madeiras originais do telhado, recentemente restaurado, do casarão situado na rua Manaus, 348, bairro Santa Efigênia, Belo Horizonte. O casarão tombado como patrimônio histórico foi ocupado, em outubro de 2013, após 19 anos de abandono pelo Estado, por artistas e ativistas que possuem cessão de uso do imóvel por 20 anos.

Segundo Ferri, que trabalha com técnicas construtivas da marcenaria tradicional, diferentes tipos de madeiras compõem a coleção, incluindo as espécies: Peroba do Campo, Peroba Rosa, Braúna, Jacarandá e Maçaranduba. Outro ponto importante, como destaca o designer, é a escolha pela permanência das marcas do tempo, ainda cravadas nas peças. “A coleção quer enfatizar a importância do casarão para a cidade, preservando e difundindo a nossa história”, afirma o designer.

Parte do valor obtido com a venda das peças expostas será destinada ao processo de restauro do casarão mantido, por meio das atividades culturais realizadas no espaço, e via campanha colaborativa (https://www.evoecultural.com/luizestrela/). De 26 de junho a 1º de julho, a coleção Restauro será apresentada também na 6ª edição do evento Mercado, Arte & Design (Made), que reunirá peças de designers e estúdios nacionais e internacionais, na Bienal do Parque Ibiraquera (São Paulo).

André Ferri​ - Formado em Arquitetura e Urbanismo, com especialização em Design de Móveis, o designer produz peças autorais com uso das técnicas construtivas da marcenaria tradicional. Importantes prêmios: Salão Design 2018 - Luminária Costureira; - Salão Design 2016 - Luminária Entre e passe; Salão Design 2013- Mobiliário Criado ME; - 2º lugar nacional no concurso “Projetando o Futuro” Masisa 2012 - Mobiliário Mobile UN - Parceria da Arquiteta Luiza Reis.

Espaço Comum Luiz Estrela - Construído em 1913, o imóvel sediou o primeiro Hospital Militar da Força Pública Mineira e, em 1947, passou a abrigar o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil (HNPI). Na década de 1990, funcionou como Escola Estadual Yolanda Martins, destinada a crianças com necessidades especiais. Em 1994, foi tombado pela Diretoria de Patrimônio de BH. Artistas ocuparam o casarão em 26 de outubro de 2013, formando o Espaço Comum Luiz Estrela que inclui coletivos de teatro, música, comunicação, permacultura, patrimônio e memória. Em 22 de agosto de 2017, recebeu o maior prêmio de patrimônio do país, Rodrigo Melo Franco de Andrade (IPHAN), que reconheceu o compromisso e a responsabilidade compartilhada do coletivo com a preservação e/ou salvaguarda do Patrimônio Cultural brasileiro.