Notícias

Aposta em espetáculos com dramaturgia consistente, uma profusão de misturas de linguagens, montagens em que a arte circense tem espaço de protagonista. Com esse perfil, a edição 2007 do Festival Internacional de Teatro de Bonecos se encaminha para a reta final. Mas, até domingo, quando o evento chega ao fim, o público belo-horizontino ainda tem muito o que conferir. Conhecida do público mineiro de outras datas, a Cia. Pequod de Teatro de Animação participa mais uma vez da programação do evento, com a apresentação do espetáculo "Peer Gynt", adaptação da obra homônima de Ibsen. "Topamos essa empreitada pelos cem anos da morte do Ibsen e porque consideramos estar em um estágio de trabalho que já nos permitia realizar essa ousadia de trazer Ibsen para o universo dos bonecos", afirma Miguel Vellinho, diretor do grupo. "O texto foi muito adaptado, até porque a peça é enorme. Foram necessários vários cortes e até mesmo reinvenções", afirma. Segundo o diretor, o texto de Ibsen, para o qual o personagem Peer Gynt era a expressão de tudo que o incomodava, já oferecia uma série de possibilidades para o teatro de formas animadas. "A dramaturgia é repleta de elementos nãohumanos, cheio de seres, uma possibilidade inclusive plástica de fazer coisas bem diferentes do que vínhamos fazendo. Em um momento da nossa pesquisa, percebemos a necessidade de interagir o ator com o boneco. No nosso repertório, "Peer Gynt" se difere e dá a oportunidade de o público perceber uma linha evolutiva", garante Vellinho. A peça "Peer Gynt" conseguiu façanha rara no mundo das artes cênicas. Além de ser considerada uma das dez melhores montagens cariocas no ano passado, foi indicada a duas categorias no Prêmio Shell. "Esse contato com um texto clássico era o que estava faltando. Sabíamos que era uma experiência que podia nos levar a um outro degrau. Mas acho que esse reconhecimento é resultado do nosso entendimento interno de para onde o trabalho está indo, mas também o que poderíamos oferecer de interessante ao público", avalia.