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FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS RECEBE O PIANISTA ESCOCÊS STEVEN OSBORNE E O JOVEM REGENTE BÚLGARO STILIAN KIROV

A Orquestra apresenta obras de Beethoven, Mozart, Respighi e Hindemith

Nos dias 14 e 15 de junho, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta, na Sala Minas Gerais, às 20h30, dois importantes artistas da atualidade: o pianista escocês Steven Osborne e o jovem regente búlgaro Stilian Kirov. Um programa de caráter clássico e neoclássicodestaca a Abertura Coriolano, op. 62, de Beethoven, o Concerto para piano nº 12 em Lá maior, K. 414, de Mozart; Os pássaros, de Respighi;e a Sinfonia “Matias, o pintor”, de Hindemith.

Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas, promovidas pela Filarmônica antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o convidado das duas noites será o percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio da Cemig por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre a Abertura Coriolano

Ludwig Van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e a Abertura Coriolano, op. 62 (1807)

Na época de Beethoven, surgiu o costume de se iniciar toda apresentação teatral com uma peça musical, muitas vezes composta especialmente para a ocasião. Beethoven escreveu a Abertura Coriolano inspirado pela tragédia homônima do poeta e dramaturgo vienense Heinrich J. von Collin, estreada em Viena em novembro de 1802 com muito sucesso. Coriolano é um herói romano dividido entre o impulso patriótico, a devoção à família e o orgulho próprio. Promovido a general, foi traído por seus inimigos e banido de Roma. Organiza uma vingança, mas os assustados romanos enviam sua mãe, esposa e filho para convencê-lo a desistir de invadir a cidade. Ele aceita os pedidos da família, mas escolhe o suicídio como única saída honrosa para sua situação. De acordo com E.T.A. Hoffmann, célebre escritor e poeta alemão, contemporâneo de Beethoven, a Abertura Coriolano “é perfeitamente adequada a criar a expectativa de que um grande e trágico evento será o conteúdo da peça que se segue. Somente uma tragédia de caráter elevado, onde heróis são criados e destruídos, poderia vir após essa abertura”.

Sobre o Concerto para piano nº 12 em Lá maior de Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e o Concerto para piano nº 12 em Lá maior, K. 414 (1782)

Em 9 de maio de 1781, aos 25 anos, Mozart rompeu com o arcebispo de Salzburgo para instalar-se como artista independente em Viena, onde obteria enorme sucesso artístico e financeiro. A extravagância das últimas obras de sua terra natal deu lugar a texturas mais nítidas e transparentes, num estilo menos ornamental. Nos concertos para piano, em particular, a textura adquire relevância formal. O K. 414 abre a série dos dezesseis concertos vienenses para piano. A estreia dessas peças a partir de manuscritos recém-concluídos ou ainda inacabados, cujos toques finais eram concebidos durante as execuções, cercou-se de enorme excitação. Ao escrever apressadamente para o pai em 28 de dezembro de 1782, pouco antes de uma apresentação, Mozart descreve os três concertos para piano nos quais trabalhava, o K. 413, o K. 414 e o K. 415: “Estes concertos constituem um justo balanço entre o muito fácil e o muito difícil; eles são extremamente brilhantes, agradáveis ao ouvido e naturais, sem cair na insipidez (...)”.

Sobre Os pássaros de Respighi

Ottorino Respighi (Bolonha, Itália, 1879 – Roma, Itália, 1936) e Os pássaros (1927/1928)

Em seus melhores momentos, a música de Ottorino Respighi exibe uma inventividade de orquestração só comparável, em seu tempo, à de Ravel. Nenhum compositor italiano depois de Puccini conquistou tamanha popularidade internacional. E Os pássaros, de 1928, é sem dúvida alguma um dos melhores trabalhos orquestrais dele. A obra toma evocações de animais feitas por compositores dos séculos XVII e XVIII para sujeitá-las a requintes de orquestração aprendidos por Respighi no estudo de partituras de Richard Strauss e nas críticas de Rimsky-Korsakov a seus trabalhos iniciais (1900-1903). Após o Prelúdio baseado em uma ária de Bernardo Pasquini, o compositor nos apresenta quatro pássaros: La colomba [A pomba], inspirada por obra do francês Jacques de Gallot; La gallina [A galinha], derivado de um trabalho para cravo de Rameau; L'usignolo [O rouxinol], a partir de uma melodia inglesa de autor desconhecido; Il Cucù [O cuco], último movimento que retoma o tema original de Pasquini.

Sobre a Sinfonia “Matias, o pintor”

Paul Hindemith (Hanau, Alemanha, 1895 – Frankfurt, Alemanha, 1963) e a Sinfonia “Matias, o pintor” (1933/1934)

Filho de um humilde pintor de casas morto na Primeira Guerra Mundial, o alemão Paul Hindemith compôs essa peça em um contexto de crescente conflito em seu país. Com a chegada dos nazistas ao poder em 1933, o músico começou a se dedicar a uma obra para o teatro lírico sobre a vida do pintor gótico Matthias Grünewald (1475-1528), que retratou os horrores e os sofrimentos de sua época, marcada pela Guerra dos Camponeses (1524) no sul da Alemanha. Embora o pintor fosse o personagem principal da ópera, o tema central era a vocação do artista, a revolta contra a autocracia e a defesa do liberalismo germânico. Paralelamente, Hindemith compôs uma sinfonia de mesmo título, com três cenas correspondentes ao célebre tríptico do altar-mor da igreja de Santo Antônio de Isenheim, em Colmar (França), tela significativa do exaltado e comovente misticismo de Grünewald. Escrita em linguagem que privilegia as tradições do canto gregoriano e doVolkslied (o canto popular alemão), a Sinfonia “Matias, o pintor” estreou em 1934. A ópera, porém, foi considerada conceitualmente perigosa e censurada. Sua estreia só aconteceria em 1938, na Suíça, com grande repercussão. Pouco tempo depois, Hindemith deixaria a Alemanha para viver o resto de seus anos nos Estados Unidos e em outros países da Europa.

Stilian Kirov, regente convidado

Recém-nomeado Diretor Artístico da Orquestra Filarmônica de Illinois, Stilian Kirov venceu o primeiro lugar do Debut Berlin em 2017 e conquistou diversos outros prêmios de regência ao redor do mundo, incluindo uma menção na Malko Competition e um Emmy para o Soundtrack Project da Sinfônica de Memphis. É reconhecido também por ser um educador entusiasmado e pelo diálogo próximo com a comunidade, tendo atuado como Regente Associado da Sinfônica de Seattle e da Sinfônica de Memphis. Kirov esteve à frente de importantes orquestras na Europa e participou de masterclasses com maestros de renome, como Kurt Masur e Michael Tilson Thomas. Estudou na Academia de Regência de Aspen e foi bolsista em regência no Tanglewood Music Center. Seu mestrado em regência foi defendido na École Normale de Musique de Paris, onde estudou com Dominique Rouits. Atualmente, é também Diretor Artístico das Sinfônica de Bakersfield, na Califórnia, e da Symphony in C de Nova Jersey.

Steven Osborne, piano

Steven Osborne é um renomado pianista escocês, eleito instrumentista do ano pela Royal Philarmonic Society em 2013 e vencedor de dois Gramophone Awards por gravações de obras de Britten para piano e orquestra e de peças solo de Prokofiev e Mussorgsky. Já se apresentou com grandes orquestras em todo o mundo, incluindo visitas recentes à Sinfônica Alemã em Berlim e à Mozarteum de Salzburgo. Trabalha regularmente com as mais importantes orquestras britânicas, como a Filarmônica de Londres e a Sinfônica da BBC. Desde 1998, é artista contratado da Hyperion Records, selo com o qual lançou 25 discos, abrangendo um amplo repertório, que inclui Beethoven, Schubert, Debussy, Ravel, Liszt e Stravinsky. Atualmente, Osborne é professor visitante da Royal Academy of Music, um dos mais tradicionais conservatórios da Grã-Bretanha.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.

Foto: Ben Ealovega 

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