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Em sua terceira edição, o Ostara Festival, que organiza eventos com a temática medieval na capital mineira, traz para Belo Horizonte uma proposta diferente: uma festa junina medieval – a primeira de que se tem registro do mundo. “Nesta edição, buscamos resgatar as raízes pagãs da festa junina sem esquecer da sua importância e influência na cultura mineira, juntando os dois mundos em uma celebração muito animada!”, disse Fernanda Ariel, uma das organizadoras do evento. Como em uma festa junina não podem faltar jogos e brincadeiras, a equipe de organizadores está planejando uma mistura, adaptando atividades medievais para a temática junina, como o tiro ao alvo, que no lugar de argolas, será feito com arremesso de machadinhas, organizado pela Cutelaria Orc. Durante toda a festa, teremos um bardo para enfeitiçar o público, com músicas, histórias e atividades típicas, como a prisão, que no festival será feito com uma berlinda, e o correio elegante. A culinária é um aspecto forte de uma festa junina e não é diferente em uma festa medieval. Para juntar os dois mundos, o chef Renato Lobato trará pratos típicos adaptados, harmonizando suas melhores características; como por exemplo, o Guisado de Winterfell (em referência ao seriado Game of Thrones), inspirado em receitas típicas da Escandinávia com toques dos caldos mineiros. O churrasco é algo presente nas duas tradições, e é claro que não poderia faltar em uma festa junina medieval. O chef Dudu Jáber traz toda sua experiência com o churrasco de chão, trazendo diversos tipos de carne, feitas de modo inusitados, como o “beer can chicken”, ou frango assado na lata de cerveja. A cerveja é outro aspecto presente tanto na era medieval quanto na cultura regional, portanto, quisemos pegar a melhor cerveja de minas gerais para encher nossas canecas e “drinking horns”, a Krug Bier, a cervejaria mais antiga do estado, estará servindo suas melhores cervejas a um preço acessível. Também não vai faltar quentão de cachaça e de vinho, e a novidade feita pelo Hidromel Ferroada exclusivamente para o evento: o Quentão de Hidromel. Para completar, o barman Nikolas Wolf, preparará drinks e shots temáticos para o público. É uma festa para toda a família. As crianças poderão participar de atividades como a arena de Swordplay (armas medievais feitas de espuma), organizado pela Liga Mineira de Sowrdplay, que farão diversas dinâmicas com o público, como brincadeiras, tiro ao alvo com arco e flecha de espuma, o “caipira ball” (uma espécie de roba bandeira com armas), torneios de luta e workshops. Esta edição contará com a apresentação de três bandas, dentre elas, a banda Taverna, que é pioneira do celtic-folk e folk-medieval em Minas Gerais. Eles irão transportar o público no tempo, trazendo versões de clássicos, tanto históricos, quanto do mundo fantástico de histórias, filmes, séries e games. Além dela, que se apresenta no domingo, teremos mais dois shows no sábado: o McMiners, que trará um pouco da música tradicional irlandesa e escocesa, somadas à energia do punk rock e Rock and Rock, com instrumentos diferenciados, como Bodhrán, gaita de foles e flauta Tin Whistle; e Gabriel Laender e banda, que vai agitar todo mundo com o melhor do folk, country e Southern rock. Teremos uma apresentação especial sobre a gaita de fole galega, a mesma que os portugueses tocaram quando chegaram ao Brasil. No sábado, teremos a honra de receber lutadores de HMB (Historical Medieval Battle) para um duelo, incluindo alguns lutadores que participaram do mundial “Battle of Nations” deste ano, em Barcelona. Após a apresentação, eles irão interagir com o público, mostrando suas armaduras, armas, explicando as regras do esporte e promovendo uma atividade de “soft combat”, onde qualquer um poderá vestir uma proteção e sentir o gostinho de um duelo medieval. No domingo, o grupo Espada Bolonhesa fará uma apresentação de esgrima renascentista e promoverá atividades com o público, que também poderá utilizar os equipamentos e ter dicas de esgrima para um duelo. Também no domingo, os grupos Trupe Andurá e Tribo Dannan farão uma apresentação de dança, com músicas brasileiras, árabes, balcânicas, e neomedievais, trazendo um repertório rico em influências culturais. No período medieval, o comércio era feito em feiras, onde os artesãos expunham e vendiam seus produtos. A organização do evento se inspirou nisso para criar uma feirinha, onde o público poderá conhecer o trabalho de diversos artesãos e mercadores da região, trazendo desde artefatos mágicos até comidinhas gostosas e artigos típicos da cultura junina. Grupo Ostara Festival O objetivo do grupo Ostara Festival é trazer um pouco da época medieval e tempo antigo para os dias de hoje, visando realizar eventos e encontros durante todo o ano, proporcionando uma experiência única, com o intuito de contribuir para a expansão da cena medieval em Belo Horizonte, Minas Gerais e no Brasil. Somos quatro organizadores: Thiago Rabello, Thiago Sanches, Fernanda Ariel e Phillipe Reis. Origens da festa junina A festa junina tem suas raízes nos festivais pagãos em celebração do solstício, no hemisfério norte, que posteriormente foram adaptados ao universo cristão, passando a homenagear três santos: Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Quando os portugueses vieram para o Brasil, trouxeram suas celebrações e entre elas estava a festa de São João, que teve seu primeiro registro por aqui em 1583. Após isso, os eventos foram se adaptando por conta da cultura local e pela estação do ano – em junho é inverno no hemisfério sul. Como o tempo ganhou influências do povo negro, dos indígenas, e posteriormente, no séc. XIX, dos imigrantes e dos costumes que se formaram aqui, transformando o festejo em algo único no país, com suas próprias danças, culinária e tradições.

Foto: Divulgação