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Minas Canta Marku Ribas - Em Festival, artistas mineiros reúnem-se no CCBB BH para cinco dias de shows e oficinas em homenagem ao grande músico brasileiro

Nascido à beira do rio São Francisco, em Pirapora (MG), ele soube misturar e divulgar, como poucos, as nuances regionais e diversidades sonoras da música brasileira. A partir de sua terra natal, o múltiplo Marku Ribas (1947-2013) fez com que a vivacidade de batuques, poemas e harmonias ocupassem espaços universais, para muito além das margens barranqueiras. Tal vasta inventividade será celebrada de 19 a 23 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Belo Horizonte, durante o Festival Minas canta Marku, no qual apresentam-se amigos e artistas mineiros diretamente influenciados pelo talento de Marku. Os ingressos, para cada dia de show, são R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Além de shows com importantes nomes da música mineira (Júlia Ribas, Pedro Braga, Toninho Horta, Juarez Moreira, Sérgio Pererê, Marcelo Veronez, Iconili, Marina Machado, Pedro Morais, Bauxita, Tattá Spala, Barranqueiros, Eda Costa, Priscilla Magela, Márcio Levy, Geovanne Sassa, +Samba, Black Jack 21, Cristiano Cunha,Adriano Campagnani, Titane, Célio Balona e Néstor Lombida Hunt e Bloco Magnólia), o evento contará com oficinas gratuitas sobre a obra de Marku, que, em diversas partes do mundo, influenciou composições do jazz ao samba, do samba-rock à música barranqueira. As inscrições para as oficinas devem ser feitas pelo site: www.markuribas.com.br

A cada dia do Festival, o público terá a oportunidade de apreciar uma vertente da caleidoscópica obra do artista. O mapa sonoro da obra markuniana, afinal, misturava – e redefinia – gêneros os mais diversos, como jazz, blues, música barranqueira, samba e rock.

“Queremos sensibilizar o grande público para a riqueza da cultura poética e da musicalidade brasileira, por meio da experimentação e da reflexão sobre a obra deste grande artista mineiro, ao destacar sua importância para a divulgação e a consolidação da cultura nacional”, ressalta Júlia Ribas, filha do músico, além de idealizadora e curadora da iniciativa.

“A obra de Marku Ribas é ampla e de grande importância, por isso merece ser revisitada em vários momentos e espaços. Pensado isso, temos a ideia, de dar continuidade com encontros nacionais entre outros tantos artistas amigos e influenciados pela obra de Marku”, completa Lira Ribas, também filha de Marku.

Mineiro de Pirapora (MG), como Marku, o músico Pedro Braga ressalta que Marku Ribas cantava “como quem entoa um canto de aboio, tornando sua música um convite à cultura universal, exalada nas suas expressões artísticas, com o suave sabor da água doce de seu querido Rio São Francisco”. Justamente tal característica fez com que sua arte acabasse por representar a identidade de um povo, de uma nação, do mundo.

Com curadoria e idealização de Júlia Ribas, o Festival conta com coordenação geral de Pedro Braga; direção musical do maestro Nestor Lombida Hunt; direção artística de Lira Ribas e produção executiva de Sirlene Magalhães. A realização é da Coreto Cultural.

Sobre Marku Ribas

Um dos grandes arquitetos da música, e figura de destaque na cultura popular brasileira, Marku Ribas conta com apreciadores ilustres, como Ed Motta, Max de Castro, Simoninha, Lenine, e Charles Gavin. Marku foi um dos mais completos artistas do Brasil. Sua obra influenciou admiradores em diversas partes do mundo.

Da diversidade cultural de Minas à Europa (onde ganhou prêmios) ou ao continente africano – ele foi o único brasileiro a participar das comemorações de independência da Namíbia –, Marku tornou-se referência e inspiração, a ponto de atrair a atenção de bandas como a britânica Rolling Stones, com quem tocou e gravou. Vítima de câncer, Marku Ribas morreria em abril de 2013, deixando um legado artístico a ser contemplado, apresentado e redescoberto.

SHOWS

Dia 19/06 – Barranqueiros convidam Célio Balona e Titane

Barranqueiros

Geovanne Sassá, Marcio Levy, Pedro Braga e Priscila Magella fazem da musicalidade do povo do Vale do São Francisco a conscientização do público que os ouvir, em relação à importância não apenas das águas “franciscanas”, mas, principalmente, das águas como tema, e como necessidade vital aos seres humanos. Os artistas apresentam espetáculo expressivo, por meio de músicas, danças e poemas a ecoar a voz de seu povo.

Célio Balona

Músico mineiro, é compositor, arranjador, tecladista e acordeonista. Aos 15 anos, já atuava como profissional em orquestras de baile. Na década de 1960, ao lado de Nivaldo Ornelas e Wagner Tiso, formou o primeiro grupo musical. Gravou vários discos e participou de festivais no Brasil e exterior. Tem sete discos e cinco CDs lançados. Atualmente, apresenta-se com seu grupo em shows de música instrumental e compõe trilhas sonoras para cinema, balé e teatro. É curador e um dos idealizadores do Festival Internacional de Acordeon.

Titane

Intérprete por excelência, Titane lança mão de diferentes fontes sonoras para compor, com segurança e personalidade, seu universo musical. Com mais de 30 anos de carreira, sempre pilotada a partir de Minas Gerais, seu estado de origem, canta, dirige musicais e cria espetáculos cênico-musicais, sempre dedicados a autores de diferentes matizes da música brasileira, em diálogo com sonoridades advindas das múltiplas culturas do Brasil. Em 2019, circula com o show de lançamento de seu mais recente álbum, Titane canta Elomar.

Dia 20/06 – Pedro Morais, Toninho Horta, Banda Black Jack 21 e Bauxita

Toninho Horta

Compositor, instrumentista, cantor, arranjador e produtor, Toninho Horta é mineiro de Belo Horizonte. Crescido em família de músicos, é neto de João Horta, maestro de bandas e compositor de música sacra e popular do período do Barroco Mineiro. Autodidata, tornou-se profissional aos 16 anos, apresentando-se em festivais e acompanhando cantoras em programas de TV. Foi um dos destaques do famoso “Clube da esquina”, também formado por Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Fernando Brant e Márcio Borges.

Pedro Morais

Cantor, compositor e instrumentista, o músico representa a cena contemporânea autoral de Minas Gerais. Em 2006, produzido por Luiz Brasil e Flávio Henrique, lançou o primeiro disco, homônimo, e despontou no cenário local como talento promissor. Em 2010, lançou Sob o Sol, já com produção do renomado Chico Neves. No fim de 2013, com produção de Gustavo Ruiz, foi a vez do álbum Vertigem. Seu último trabalho, de 2017, é Poema norturno, no qual canta Carlos Drummond de Andrade.

Bauxita

Ronald Hércules Messeder Esquerdo era conhecido, na infância, como Roninho, e, na adolescência, virou o “Bauxita”. Com timbre e personalidade marcantes, o músico esteve à frente de diversas bandas, e chegou a lançar trabalho solo. Consagrou-se no cenário belo-horizontino de rock, apresentando-se nas principais casas noturnas da capital, nos maiores festivais de rock de Minas Gerais e em programas de rádio e TV. Contemporâneo, amigo e parceiro de grandes artistas do cenário musical mineiro, é reconhecido e elogiado por todos, pela irreverência e pela voz singular.

Banda Black Jack 21

A banda Black Jack 21, formada 2010 em Uberlândia (MG), possui bagagem musical e cultural vasta que é refletida em um som preciosista e aprofundado nas raízes ancestrais que transmite a verdadeira alma do blues. Em sua trajetória, o grupo lançou um DVD gravado no London Pub. Em 2013, participaram do longa-metragem Ópera Blues, que mistura linguagens de ficção, videoclipe, documentário, comédia, drama e musical. Para o show em Belo Horizonte a banda se apresenta com Maurício Winckler (voz e guitarra), Jack Will (bateria) e Maria Bastos Perdomo (voz).

Dia 21/06 – Mais Samba, Eda Costa, Marina Machado e Cristiano Cunha

Projeto + Samba

Lucas Telles, Lucas Ladeia, Abel Borges, Leonardo Brasilino e Digão Nardel formam o time que gravou com Marku Ribas seu último álbum, lançado em 2013. Hoje em carreiras solo, os instrumentistas reúnem-se, neste projeto, para apresentar canções do CD, homônimo, com repertório de canções criadas à época ou produzidas por Marku na década de 1970. No Festival Minas canta Marku, o músico Cristiano Cunha participará do grupo.

Marina Machado

Participou do álbum Pietá, de Milton Nascimento, com quem seguiu em turnê mundial, de 2003 a 2005. Foi a primeira cantora a ser lançada pelo selo de Nascimento, com o aclamado Tempo Quente (2008). Antes disso, gravou dois álbuns solo, Baile das Pulgas (1999) e Marina Seis Horas da Tarde (2002). Experimentos com musicais de rua culminaram com a criação da Companhia Burlantins, parceria entre Marina Machado, Regina Souza e Maurício Tizumba. Atualmente, circula com projeto especial, em parceria com a cantora Celinha Braga.

Eda Costa

Preparadora vocal, professora de voz e expressão e de história do teatro negro, no Arena da Cultura, Eda Costa coordenou, preparou e regeu o Coral Agbára – Vozes d’Àfrica, de música Yorùbá. Em 2015, estreou, com o Grupo de Teatro Olho da Rua, o espetáculo “Memórias de Bitita – O Coração que Não Silenciou”. Estreou no cinema em Um outro Homem, do diretor Willy Biondani. Em 2016, na Áustria, estreou o espetáculo “Samborubá”, acompanhada pelo grupo austríaco Brazilian love affair. No mesmo ano, apresentou o show “Salve o Samba”, em Linz.

Cristiano Cunha

Em seu primeiro álbum, Pro fim do inverno, o cantor, ator e compositor mineiro Cristiano Cunha pesquisou o Filín, estilo de Cuba que investiga a figura do ator-cantor, com o percussionista cubano Santiago Reyther, paralelamente à sua formação em teatro. O projeto tem produção musical e arranjos do também cubano Yaniel Matos e articula a música de Cuba com ritmos de manifestações brasileiras como o Samba, o Congado Mineiro e Candomblé. Atualmente trabalha seu solo de teatro "Retorno de Saturno" que tem direção de João Filho e o show "48minutos" que reúne canções de sua produção mais recente e inaugura novas parcerias com o escritor e antropólogo Renato Jacques e a cantora paulistana Fabiana Cozza. Para este trabalho, estuda a semelhança entre fundamentos da música tradicional de terreiro e a música eletrônica, baseado na repetição, no improviso e na percussão corporal.

Dia 22/06 – Iconili, Sérgio Pererê e Marcelo Veronez

Iconili

Banda do hemisfério Sul, formada por 11 integrantes. Em seu som instrumental, apresenta mistura peculiar de timbres imersos em atmosfera de transe. Sopros, guitarras, teclado e uma cozinha temperada promovem cruzamentos rítmicos e culturais, evocando o jazz, a África, o rock, o Brasil, o novo, o velho, o visual e o musical. Tudo no mesmo caldeirão, dançante e psicodelicamente tropical.

Sérgio Pererê

Cantor, compositor, percussionista, poeta e ator, Pererê destaca-se pelas raízes na cultura afro-brasileira. Seus discos demonstram a força vinda da ancestralidade, que já marcava seu trabalho com o grupo Tambolelê. O mais recente trabalho do artista é Cada um, CD lançado em 2018.

Marcelo Veronez

Conhecido pela voz segura e límpida, além da forte presença de palco – que o faz ser comparado a Ney Matogrosso –, Veronez lançou, há pouco mais de um ano, seu primeiro disco, Narciso deu o grito. O álbum apresenta faixas como “Nunca Vi”, parceria de Marku Ribas com Paulo Coelho. O músico se destacou na cena musical com o espetáculo “Não sou nenhum Roberto”, há dez anos em cartaz, com apresentações em festivais e bares da cidade. O show apresenta releitura roqueira da obra de Roberto e Erasmo.

Dia 23/06 – Júlia Ribas, Néstor Lombida, Felipe Fantoni, Jack Will e Pedro Braga convidam Tattá Spalla, Adriano Campagnani, Juarez Moreira e Bloco Magnólia

Júlia Ribas

Filha primogênita de Marku Ribas, Júlia captura a essência ebulitiva do pai e entrega ao público a sonoridade, a expressão e a criação desse que é um dos artistas mais completos do Brasil. Ao mesmo tempo, apresenta sua personalidade ao palco, conduzindo o público a uma experiência ímpar, de contato com a música a partir de suas interpretações. Em 2019, a cantora completa 25 anos de carreira.

Néstor Lombida

O maestro Néstor Lombida atuou como regente e arranjador da Big Band Palácio das Artes desde sua fundação, e, também, foi responsável por cópias de editoração de música da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e da Orquestra de Câmara do Sesiminas. Néstor se dedica a ensinar a influência africana na música brasileira e no jazz. Ao lado da cantora Júlia Ribas e do violonista Pedro Braga, é pianista no show “A Paz”.

Felipe Fantoni

Baixista e produtor musical, bacharel em cinema, Felipe Fantoni já tocou em shows de vários artistas, como Toninho Horta – seu tio –, Vander Lee, Renegado, Pedro Morais, Gabriela Pepino, e grupos musicais como Pato Fu e Tianastácia, dentre outros. Atua como diretor musical em publicidade e cinema e é o diretor do Estúdio Natrilha Produções.

Pedro Braga

Músico, violonista, guitarrista e produtor barranqueiro, nascido na cidade de Pirapora, situada às margens do rio São Francisco, em Minas Gerais. Iniciou seu contato com a música barranqueira aos 12 anos, e conviveu, durante a infância e a juventude, com a cena efervescente da cultura norte-mineira. Versátil tanto no popular quanto no jazz, acompanha a cantora Júlia Ribas, filha do grande artista Marku Ribas, e os músicos Priscilla Magela, Geovanne Sassá e Marcio Levy, que, juntos, formam o grupo Barranqueiros. Foi assessor de relações internacionais do Governo de Minas, de 2015 a 2018. Hoje, além da música, coordena projetos culturais como o Festival Minas Canta Marku e Piraporarte.

Tattá Spalla

Natural de Nanuque (MG), Tattá Spalla é cantor, compositor e produtor musical. Teve parcerias e músicas gravadas com Sergio Mendes, Seu Jorge, Toninho Horta, Cássia Eller, Brenda Russel, Jon Anderson e Sérgio Ricardo, dentre outros. Seu primeiro CD foi gravado em 2003, com a Banda ArmaZém. Já lançou os álbuns Fila de Cinema(2008), Aqui, Ali, Aí (2013) e um CD gravado em Luxemburgo, Fala Brasil (2014). Com cerca de 30 anos de carreira, começou a tocar profissionalmente no “Projeto Fim de Tarde”, do Palácio das Artes, em BH.

Adriano Campagnani

A versatilidade do contrabaixista fez com o que ele sempre estivesse na estrada, ou em estúdio, com artistas de vários gêneros: pop, rock, jazz, soul, além de música cubana, africana e, principalmente, brasileira. Acompanhou bandas como Kid Abelha e Jota Quest, além de cantores, compositores e intérpretes, a exemplo de Wilson Sideral, Titane, George Israel, Marku Ribas, Marina Machado, Celso Adolfo, Chico Amaral, Juarez Moreira, Esdras “Nenem” Ferreira e Beto. Lançou três CDs solo e autorais, nos quais, além do vigor de instrumentista, revela-se ótimo produtor e compositor.

Juarez Moreira

Reconhecido como um dos maiores violonistas do Brasil, aclamado pela crítica estrangeira e por nomes como Milton Nascimento, Toninho Horta e Paquito D’Rivera, Juarez Moreira cresceu a ouvir jazz, bossa nova e música nacional dos anos 1950. Com técnica impecável, o guitarrista e compositor apresentou-se nos quatro cantos do mundo. Tem 13 álbuns lançados e um DVD ao vivo no Palácio das Artes, em BH. Apresentou-se ao lado de nomes como Egberto Gismonti, Ivan Lins, Milton Nascimento, Yamandu Costa, Toninho Horta, Maria Bethânia e Gal Costa.

Jack Will

Nascido em Uberlândia, William Nunes Borges – mais conhecido como Jack Will – iniciou seus estudos musicais aos 12 anos de idade no Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli. Aos 16 anos, começou a atuar profissionalmente tocando percussão em bares noturnos da cidade, acompanhando cantores e violonistas nos estilos de MPB, Rock e Pop. Jack Will tem registrados 10 discos nos quais gravou bateria e percussão como músico convidado. Ao longo de sua trajetória, trabalhou com grupos locais importantes como: Dança Flamenca Veruska Mendes; Dança Afro Balé de Rua; e Orquestra Popular do Cerrado. Também se apresentou com notórios músicos como Wagner Tiso, João Donato, Bruno Mangueira, Zé Luiz Mazziotti e Paulo Jobim.

Bloco Magnólia

Magnólia é um bloco influenciado pelos cortejos do Mardi Gras, ao estilo second line, que toca jazz, pelas ruas do bairro Caiçaras, em BH, na terça-feira de Carnaval – assim como a tradicional terça-feira Gorda (Mardi Gras), em New Orleans. A formação segue a linha instrumental, com naipes de sopros e percussão que se assemelha a uma bateria desmembrada, e performática, feita, além dos músicos, por dançarinas e dançarinos em conexão com o público, além de regente e porta-estandarte. Após a estreia no carnaval de 2014, o bloco sentiu uma efervescência, na capital, no que tange às brass band’s, que se formaram desde então.

Foto: Guto Muniz

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