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Projeto leitura rara do Memorial Vale traz “a jagunça”

O Projeto Leitura Rara do Memorial Minas Gerais Vale traz no dia 27 de junho, quinta-feira, às 19 horas, a leitura dramática do texto de “A Jagunça”, da Cia Insólita, com trilha sonora ao vivo de Flávio Cravo e direção de Ildeu Ferreira. A peça conta a história de Zinha, que nasceu num “fim de mundo” do sertão mineiro, onde seu esposo e filho foram assassinados. Para vingar a morte deles, ela abre seu corpo para Deus e o Diabo. Seu feito se espalha pelo sertão, onde pedidos de “acerto de conta” são feitos e ela passa a ser conhecida como “A Jagunça”. Entrada gratuita, com retirada de senhas uma hora antes do evento. Memorial Vale fica na Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias.

O texto, com seus jargões, expressões, ritmo e melodia, ganhou reforço com acompanhamento musical, que ora é percussivo, o que realça e dá tonicidade aos momentos de fuga e conflitos da protagonista, e ora se faz através de paisagens sonoras, executado ao vivo. Uma atriz e um músico trazem para a cena o sertão, com seus mitos e mistérios. Para além da relevância estética e de linguagem, o espetáculo apresenta ao público um rico legado da cultura mineira, com suas histórias e tradições (rezas, bendições e costumes).

“A Jagunça” estreou no FIT BH (Festival internacional de teatro de Belo Horizonte) em 2017. Foi apresentada em outros conceituados festivais mineiros e, em 2019, o espetáculo é remontado com novo elenco, obedecendo à mesma estética e rigor técnico. Na aspereza do sertão mineiro, a peça traz à tona a força feminina e nos aproxima do conceito etimológico do termo jagunço. Se no senso comum a palavra é associada a contraventor, etimologicamente o termo é sinônimo de soldado. A Jagunça é, pois, mais a história de amor de uma mulher que acredita ter sido revestida de poder superior para lutar pela ordem, do que uma história de “acerto de contas”, que resgata para a nossa contemporaneidade o imaginário popular, com seus símbolos e mitos que muito contribuíram para a formação cultural brasileira.

Criada em 2002, a Insólita Companhia realiza e produz espetáculos teatrais. Manteve por quatro anos um espaço cultural ativo no município de Ouro Branco, onde acolheu grande números de espetáculos provenientes de vários estados e de outros países. Ainda em Ouro Branco realizou três edições do “Pau Brasil, festival do teatro nacional”.

 

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