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Dez mãos e um piano. Essa é a proposta pioneira do PianOrquestra, que há mais de dez anos encanta plateias pelo Brasil e o mundo, sob a direção artística do músico Cláudio Dauelsberg. Recém-chegado de uma turnê por sete países na Europa, o grupo carioca agora desembarca em Belo Horizonte para apresentar, pela primeira vez, o espetáculo “Timeline” em Minas Gerais. A apresentação acontece no dia 18 de julho, quinta-feira, no Cine Theatro Brasil Vallourec.

De acordo com Dauelsberg, o PianOrquestra se renova completamente neste novo espetáculo, cuja estreia aconteceu neste ano. “Trata-se de um espetáculo que vem ampliando muito a plasticidade e o grau de comunicação com o público. Tem cenografia e iluminação de alto nível, o trabalho de movimentação dos integrantes superou nossas próprias expectativas”, sublinha. “As críticas positivas dos principais teatros europeus nos ajudaram a compreender que estamos na direção certa”.

Em “Timeline”, o PianOrquestra migra para o conceito de espetáculo multilinguagens, mesclando audiovisual, dança, desenho de luz e artes visuais, tudo pensado minuciosamente para as movimentações que acontecem no palco. “O espetáculo foi construído com base em linhas e fios que simbolicamente representam o tempo. Tempo esse que hoje é mínimo, líquido, relativo e precioso. Também é sobre o tempo da música, da vida, do conceito grego de Ayon e Kayros. O tempo vivido com qualidade, o tempo de amadurecimento de um trabalho”, reflete Dauelsberg.

No repertório, obras de compositores brasileiros como Pixinguinha, Claudio Santoro e Villa-Lobos misturam-se a números de autores como Arvo Pärt, chegando à cena pop contemporânea mundial com Beatles, Queen e Michael Jackson. Entre os nacionais, entram na lista os mineiros Milton Nascimento e Toninho Horta, com os quais o grupo guarda história. “A PianOrquestra tem uma ligação forte com a música mineira. No nosso primeiro DVD, gravamos músicas de Milton e Toninho Horta com abordagens completamente inovadoras. Em ‘Cravo e Canela’, de Milton, fazemos um funk dentro do piano; já em ‘Manuel, o Audaz’, de Toninho Horta, exploramos o piano como se fosse um violão, tocando suas 220 cordas com seis mãos”, conta o diretor.

Dauelsberg lembra que a última passagem da PianOrquestra por BH foi em 2016, durante o festival Sunset Instrumental, quando dividiram o palco do Parque Municipal com a cantora paulistana Tulipa Ruiz. “Foi um show que ficou na memória. Público participando, tudo muito bom. Estamos muito felizes em levar ‘Timeline’ para BH. Os mineiros podem esperar um espetáculo dinâmico, variado. Tem humor, virtuosismo, ludicidade, introspeção e alegria. Tudo ao mesmo tempo”, diz.

Não à toa, as inovações de “Timeline” foram dignas de elogios na imprensa internacional. “Um espetáculo único, inovador, fascinante e de incrível liberdade cenográfica”, comentou o "La Comète", da França. Os teatros europeus também aplaudiram. “Foi mágico! Tem humor, virtuosismo, beleza, ousadia e inovação”, avaliou o Elbphilarmonie, de Hamburgo (Alemanha). Grandes nomes da música nacional ficaram surpreendidos com a performance do grupo. “Foi uma surpresa maravilhosa encontrar a PianOrquestra explorando as sonoridades do piano em todos os seus limites e extensões”, disse o compositor João Bosco.

As apresentações de “Timeline” têm produção da Dell’Arte Soluções Culturais e realização da Gaia Produções Artística e Culturais, com patrocínio cultural de Furnas – Lei de Incentivo à Cultura.

Sobre a PianOrquestra

Criada em 2003, a PianOrquestra destaca-se pela originalidade e a qualidade musical. Seu trabalho que envolve quatro pianistas, uma percussionista e um piano preparado. Com luvas, baquetas, palhetas de violão, fios de náilon, sandálias de borracha, peças de metal, madeira, tecido e plástico, a PianOrquestra explora infinitas possibilidades de timbres e sonoridades produzida pelo piano, transformando o instrumento em sua própria orquestra.

O grupo acaba de retornar de uma extensa turnê pela Europa, em que passou por importantes teatros de sete países. Foram dois anos de preparação e o resultado surpreendeu, com lotação em teatros da Estônia e da Letônia. PianOrquestra também fez show no moderno e recém-inaugurado teatro Elbphilharmonie, em Hamburgo, na Alemanha, com lotação esgotada. A turnê ainda teve apresentações pela França, Suíça, Portugal e Espanha.

Considerado um dos “10 Melhores Concertos do Ano” pelo jornal “O Globo”, o grupo recebeu, em 2016, a maior pontuação das três Américas para participar doshowcase “Classical Next”, na Holanda. Atualmente, a formação da PianOrquestra reúne o diretor artístico e músico Claudio Dauelsberg, o diretor de produção Carlos Fausto, a assistente de produção Karine Fonseca e os músicos Amanda Kohn, Nathália Martins, Verónica Fernandes e Mako.

Foto: Renato Mangolin