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Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais interpretam repertório RARO com trechos de óperas de GIUSEPPE VERDI

Programa será apresentado nas séries Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto, com regência de Silvio Viegas

Aberturas e Coros de Giuseppe Verdi, considerado o maior compositor nacionalista da Itália, compõem o repertório de mais uma edição das séries Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e Sinfônica e Lírico em Concerto, nos dias 9 e 10 de julho. Com regência de Silvio Viegas, A Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais apresentam, no Grande Teatro do Palácio das Artes, trechos das óperas Macbeth, La Forza del Destino, Nabucco, I Vespri Siciliani e Don Carlo. A realização desse concerto é um momento importante, já que a reunião dessas obras em um único repertório demonstra toda a força e capacidade dramática de Verdi.

Segundo o Maestro Silvio Viegas, óperas como Macbeth e Forza del Destino foram escolhidas para o repertório por, geralmente, não fazerem parte do programa dos concertos de orquestras brasileiras. “Tentamos fugir de títulos que todo mundo conhece e já costuma ouvir. Buscamos um Verdi que é pouco conhecido pelo público, mas que se expressa em toda sua grandiosidade musical”, revela o maestro, exaltando, também, a atuação do italiano na composição operística. “Ninguém escreveu óperas de maneira tão diversificada quanto Verdi, onde todas as vozes têm protagonismo. Para muitos, é considerado o maior compositor de óperas de todos os tempos”.

Buscando levar diferentes sensações ao público do Grande Teatro do Palácio das Artes, os concertos vão se desenvolver sobre o contraste as diferentes energias da obra de Verdi. “Assim como numa pintura em que as cores se complementam ou numa iguaria culinária, a diferença de texturas, cores e sabores enriquecem a experiência da música desse compositor. Em Verdi, há momentos contrastantes, com trechos mais introspectivos e outros explosivos”, explica o maestro, destacando que o texto é central na obra do compositor italiano para construir essa discrepância. “Verdi era um homem do teatro, e a palavra é de extrema importância na construção da dramaticidade da sua obra, seja um livreto de ópera ou um texto sacro”, conta Silvio.

De modo geral, os compositores buscam associar a palavra à música principalmente em livretos de ópera, que narram uma história. “Se o texto fala de vingança, a música se torna agressiva e dramática, se falamos de amor, a música é suave e agradável. No entanto, Verdi ultrapassa os limites estabelecendo um incrível jogo musical inigualável com o texto”, exalta o maestro. “Ele pode separar uma palavra de sua frase e até mesmo desenvolver um desenho melódico que foge do que normalmente se interpretaria de um texto. Se um texto fala de uma dor intimista, Verdi grita essa dor com a música. Para mim, essa preocupação com o texto é o maior diferencial entre Verdi e qualquer outro compositor”, explica.

Trechos das composições serão executados na terça-feira, 9 de julho, ao meio-dia, com entrada gratuita. Na ocasião, algumas pessoas da plateia serão sorteadas para assistir ao concerto do palco. Trata-se do projeto De Dentro do Palco, uma sugestão do regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, que visa aproximar o público da Orquestra e, assim, ampliar a difusão da música erudita.

Um Verdi e várias facetas – Raramente executado no país, o repertório dessa edição das séries ao Meio-Dia e Em Concerto celebra um dos maiores compositores de todos os tempos. Silvio Viegas, que é um profundo admirador da obra de Giuseppe Verdi destaca que a escolha das aberturas e coros que integram o repertório das apresentações vai ao encontro da diversidade da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. “Acabamos de executar o Réquiem de Mozart, que é uma das obras mais celebradas do compositor austríaco. Agora, vamos fazer uma viagem até a Itália, interpretando coros e aberturas de grandes óperas de Verdi. Só uma orquestra tão diversificada como a Sinfônica de Minas Gerais consegue mudar de ares tão rapidamente”, destaca.

O repertório tem início com a abertura (prelúdio) da ópera Macbeth, baseada na obra homônima de William Shakespeare e que se passa na Escócia e Inglaterra do século XI. Dessa obra, a Orquestra e o Coral interpretam Patria opressa, composição que mescla naipes de sopros, madeiras, cordas e metais. Escrita sob encomenda do Teatro Imperial de São Petersburgo, a ópera La Forza del Destino é uma história do escritor Angel Saavedra. Dessa composição, a Orquestra Sinfônica executa a abertura, um trecho carregado de drama e maus presságios. Destaque para alternância de temas e naipes, que dão colorido e um dinamismo distinto à peça.

Outra obra prima de Verdi, a ópera Nabucco, também faz parte do repertório. Nesse momento do concerto, Orquestra Sinfônica e Coral Lírico interpretam os coros Gli arredi festivi, que é uma peça de introdução da obra e é apresentado no Ato I, e Va pensiero, trecho da obra que se tornou uma das árias mais populares de todos os tempos. A composição, que também é conhecida como Coro dos Escravos Hebreus, é um hino para o povo italiano e narra a jornada dos judeus pela Babilônia.

Para encerrar o programa, a Orquestra e o Coral interpretam Spuntato ecco il dì d’esultanza, coro final da ópera Don Carlos. Para Silvio Viegas, a escolha desse coro para encerrar o concerto é uma decisão acertada. “É um dos momentos mais bonitos da obra, e tem um tom apoteótico. Celebrar a obra de Verdi em um concerto tão especial e oferecer toda essa exuberância musical para o nosso público é muito gratificante”, comemora Viegas.

Giuseppe Verdi – Nascido na aldeia italiana de Le Roncole, era filho de Carlo Verdi, dono de uma taberna, e de Luisa Utini. Na infância, recebeu apenas educação rudimentar, mas revelou desde cedo um talento musical invulgar. Antonio Barezzi, um comerciante abastado, tornou-se seu mecenas, pagando a sua educação erudita em Milão. Nesse mesmo ano, estreou sua primeira ópera Oberto, no La Scala de Milão, obtendo êxito e encomendas para três novas óperas. Em meio às encomendas estava seu primeiro fracasso, Um Giorno di Regno (1840). Verdi rapidamente se recuperou do “tropeço” e, em 1842, experimentou seu primeiro grande sucesso com a estreia de Nabucco, ópera que consolidou seu prestígio. Graças à diversidade e à qualidade de sua obra, Verdi é considerado o mais importante compositor italiano do século XIX. Escreveu 27 óperas, entre elas Macbeth (1843),Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853), Um Ballo in Maschera (1859), Aida (1871), Otello (1887) e Falstaff (1893), além do Réquiem (1874) e outras peças do repertório religioso.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Como iniciativas de destaque, podem ser citadas as séries Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, além da Sinfônica Pop que apresenta grandes sucessos da música popular brasileira com arranjos orquestrais. Em 2016, Silvio Viegas assumiu o cargo de regente titular da OSMG. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

Silvio Viegas – Silvio Viegas é mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro por oito anos e esteve à frente de orquestras como a Sinfônica Brasileira; Sinfônica de Minas Gerais; Filarmônica do Amazonas; Orquestra Sinfônica de Roma e Orquestra da Arena de Verona (Itália); Sinfônica do Teatro Argentino de La Plata (Argentina); Sinfônica do Sodre (Uruguai), entre outras. Atualmente, é o regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Professor de Regência na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui uma programação artística permanente e que interpreta um repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade. O Grupo se apresenta em cidades do interior de Minas e em capitais brasileiras com o intuito de contribuir para a democratização do acesso ao canto coral. As apresentações têm entrada gratuita ou preços populares. O Coral já atuou com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, além da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Dentro da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, o Coral Lírico desenvolve diversos projetos que incluem as séries Concertos no Parque, Lírico Sacro, Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto e Sarau no Café, além da participação nas temporadas de óperas realizadas pela Fundação Clóvis Salgado.

Foto: Paulo Lacerda.

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