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Alunos de Teatro do Cefart apresentam 1º espetáculo de encerramento do curso

A rua é o primeiro palco do espetáculo #Cortiço, montagem de conclusão do Curso Técnico em Arte Dramática. Sob direção de Lenine Martins, os 15 alunos formandos apresentam uma ocupação palco-rua, com dramaturgia própria, que discutirá temas como homofobia, racismo, machismo e preconceito contra deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. “Nós tratamos neste espetáculo de minorias e de como as vemos, recebemos e as tratamos na sociedade. Com a montagem, não queremos resolver nada, apenas apresentar questões, problematizar”, afirma Lenine.

 

Nas ruas do entorno do Palácio das Artes, os 15 atores vão se dividir em diversos pontos e dar vida a personagens que interagem com o público em cenas inusitadas. De forma menos ou mais direta, todos estes personagens fazem analogia às minorias e provocam nas ruas as mais diversas reações.

 

Um dos personagens por exemplo, é vivido por um ator negro, que usa roupas esfarrapadas. Muitas das pessoas que passam por ele o tratam como um morador de rua, ou alguém com sofrimento mental. “É interessante ver a reação das pessoas. Elas não sabem que aquilo faz parte de um espetáculo, que é uma intervenção. Algumas pessoas o libertam, outras correm dele”, comenta Lenine Martins, ao completar que se surpreende ao perceber que na rua existe mais humanidade do que o esperado. “A ideia é que o personagem remeta à condição do negro na sociedade, à busca pela verdadeira libertação desde o período da escravidão”, diz.

 

A ocupação acontece simultaneamente, com cada um dos personagens desenrolando sua ação de forma independente. Após esse primeiro momento, os personagens saem em direção ao teatro, de certa forma dissociados de seus papéis. “Lá, problematizamos o lugar do ator, que não é dentro do teatro, é na rua mesmo”, conclui Lenine. 

Foto: Paulo Lacerda

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