Notícias

TAU - Território Arte Urbana reúne movimentos e projetos de artes visuais em sua 1a edição, de 24 a 28 de julho, em Belo Horizonte

Impulsionada por uma série de iniciativas descentralizadas que vêm sendo realizadas em toda a cidade, Belo Horizonte se abre para as artes urbanas. Após anos de inibição e até criminalização nas últimas décadas, a arte de rua volta a se estabelecer na capital mineira. Exemplos de iniciativas não faltam. Agora é a vez do tradicional e boêmio bairro Santa Tereza receber intervenções de artes visuais durante a 1ª edição do TAU – Território Arte Urbana, que acontecerá de 24 a 28 de julho. A equipe do TAU e os curadores do projeto, Marcela Yoko e Tales Bedeschi, selecionaram 15 artistas entre os 200 inscritos. Entre as obras escolhidas estão grafite, pintura, instalação, fotografia, escultura, bordado e lambe-lambe.

São nove trabalhos em nove locais distintos que formarão um circuito de obras que começará na Praça Duque de Caxias pelas ruas Mármore, Dores do Indaiá, Divinópolis e Silvianópolis. O circuito culminará na Praça Joaquim Ferreira da Luz, onde acontecerão mais seis intervenções de muralismo e grafite no muro do metrô que contorna a parte baixa do bairro. Na praça também acontecerá a programação de encerramento da mostra no dia 28 de julho.

Os trabalhos nas fachadas ficarão expostos para visitação de 28 de julho a 19 de agosto e as obras realizadas no muro ficarão expostas por prazo indeterminado.“A ideia é que com o projeto a gente consiga colocar as pessoas em contato direto com o processo de realização das obras, atravessando seu cotidiano de forma que o transeunte possa valorizar ainda mais os trabalhos dos artistas e suas obras durante quase todo o mês de agosto”, explica Gisele Milagres, idealizadora do projeto.

Os nove artistas que criarão intervenções nas fachadas dos estabelecimentos são Itamara Ribeiro, que trará para o TAU a delicadeza do bordado, rompendo com o pressuposto de que esta técnica é exclusiva às mulheres em ambiente privado; Clara Valente e suas cores vibrantes em uma proposta baseada no local escolhido, sua arquitetura, entorno e história; Tatiana Cavinato com suas criaturas de afeto que darão um presente ao bar Desde 1999; Priscila Amoni e sua nova série cheia de cores, poesia, talento e feminino, que deixará o restaurante o Birosca S2 ainda mais charmoso.

Fernando Fonseca levará o lado crítico, político e bem-humorado para a esquina da rua Mármore, no restaurante Sheridan; o paulistano Cris Rodrigues proporcionará uma atmosfera lúdica para coisas reais utilizando cenas do cotidiano e técnicas de aquarela de pintura aguada; Zadô Luz causará impacto e força na fachada do Santo Ofício Cowork com sua fotografia surpreendente; o cenógrafo Guilherme PAM realizará a instalação de uma linda “arvre” no local que ainda é surpresa; e Karina Felipe proporcionará um encontro entre o ambiental e o artístico, a força da natureza e a arte urbana, levando para a fachada do Bar Santê a textura que faltava para o circuito de obras do projeto. Nas palavras de Guilherme PAM, “arvre é uma lembrança de uma árvore, sobra dos objetos urbanos, um fantasma construído, uma alegoria do que já não é mais”.

Entre os seis artistas que farão intervenções de muralismo, grafite e lambe no muro do metrô estão Alexandre Rato com sua série de cabelos violeta, desenho inspirado tanto na famosa história da Alice como unida à inspiração na vida pessoal do artista e sua filhota Violeta, criando uma atmosfera lunar de gravidade leve e objetos flutuantes; La niña e seus pedais, um trabalho delicado, de proporções gigantes, muitas cores e pinceladas que disseminam a cultura da bicicleta e estimulam o uso do modal na sociedade; Camila Lacerda com um trabalho de metalinguagem do bairro Santa Tereza e seus becos e ruelas em uma perspectiva única e técnica de aquarela; Binho Barreto com a obra “Cultivo” e seus traços inconfundíveis que fazem menção ao cultivo de sentimentos e pensamentos positivos; Denise dos Santos com um trabalho de fotografias individuais de jovens residentes nas comunidades remanescentes dos quilombos de Rodrigues e Marinhos, trazendo a riqueza e os valores dos povos quilombolas; e o representante do graffiti Iron, que mescla técnicas para trazer ao público as diversas formas da natureza recheadas de texturas, formas e cores extasiantes.

Realizado pela mercê, soluções culturais, o TAU vem para fortalecer ainda mais a arte urbana na capital mineira, promover a criação artística de forma aberta e participativa e colaborar para o crescimento de projetos desta natureza. “O objetivo é proporcionar ao transeunte uma experiência inusitada com a arte e o urbano no cotidiano da cidade. Desenvolver um projeto de arte urbana em Santa Tereza é também revelar histórias ainda não contadas, criar ficções, valorizar e trazer reflexões sobre a arte urbana. A ideia é que a obra, o criador e o público mantenham uma conexão harmônica e enriquecedora durante o evento”, explica a curadora convidada do projeto, Marcela Yoko.

O TAU também contará com a exibição de uma Mostra de Filmes de Arte Urbana no MIS Cine Santa Tereza, a mesa de conversa “A cidade se preparando para a arte urbana: impasses legislativos e novas configurações”, com Michele Arroyo (IEPHA), Yuri Mello (Diretoria de Patrimônio Cultural – FMC), Juliana Mont’Alverne e Janaína Cruz (Cura) e Pedro Carais (Museu de Rua) no MIS Cine Santa Tereza; a Exposição no Mama Cadela – Edição TAU, e para o encerramento no dia 28 de julho, pelas ruas da cidade indo até o bairro Santa Tereza, o TAU conta com a Edição especial do curso “Pedalando Pelos Muros” do Instituto Amado, visita guiada com público espontâneo e na Praça Joaquim Ferreira da Luz, teremos os artistas do muro finalizando seus trabalhos, DJ Amy, Breaking no Asfalto, Kitutu e suas comidinhas, entre outras atividades.

Inspirado no projeto C.A.L.L.E que acontece anualmente no bairro Lavapiés, em Madrid, na Espanha, o TAU também vislumbra a possibilidade de um pequeno mapeamento de artistas da capital mineira, de Minas Gerais e do Brasil dedicados a pensar a relação entre a arte e o urbano.

Realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte - Fundação Municipal de Cultura, o TAU – Território Arte Urbana é executado pela mercê, soluções culturais com o patrocínio da Lápis Raro Agência de Comunicação. O projeto conta ainda com o apoio do MIS Cine Santa Tereza, da CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos, Cura - Circuito Urbano de Artes, Museu de Rua BH, Galeria Mama / Cadela, Casa Camelo, Quarto Amado, Xeque-Mate Bebidas, Santa Pizza, Restaurante Sheridan, Xeque-Mate e Paris 68. E parceiros como o Museu de Rua, Cura – Circuito Urbano de Artes, Galeria Mama/Cadela, Casa Camelo, Instituto Quarto Amado, Breaking no Asfalto e Kitutu.

Foto: Divulgação

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.