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Mineiro tem um dos QIs mais altos do Brasil

O montes-clarense Nelson Rocha foi aceito em junho passado em duas associações internacionais que reúnem gênios do mundo inteiro

Com um QI (quociente de inteligência) de 143 pontos, o arquiteto Nelson Rocha, 36 anos, de Montes Claros, Norte de Minas, foi aceito como membro da Intertel, associação americana de superinteligentes, em junho passado. Essa é uma das entidades mais respeitadas e restritas do mundo que só aceita pessoas com pontuação acima de percentil 99, que equivale a 135 pontos ou mais na escala Wechsler de inteligência. O arquiteto atingiu uma pontuação equivalente a 99,8% de QI, passando a ser um dos nove brasileiros integrantes da associação. Em todo o mundo, ela conta com pouco mais de 1.400 membros.

Rocha ainda foi aceito em outra tradicional associação, a Mensa International, sociedade britânica fundada em 1946, que reúne pessoas com pontuação acima de percentil 98 nos testes de QI, equivalente a 131 pontos ou mais na mesma escala Wechsler. A título de comparação, a população brasileira apresenta a média de um QI de 100 pontos, com uma variação de 15 pontos para mais ou para menos – 85 a 115.

O mineiro conta que sentiu necessidade de fazer os testes a partir de uma situação inusitada, a sensação de perda de audição. “Eu busquei, inicialmente, ajuda de uma otorrinolaringologista, acreditando que eu tinha algum problema de audição, pois algumas pessoas relatavam que eu não ouvia o que diziam”, conta. Após vários exames, foi constatado que não havia nenhum problema auditivo ou de processamento da informação. Assim, ele foi encaminhado para a neuropsicóloga Nathalie Gudayol, em São Paulo, que, após uma bateria de testes, concluiu que Nelson possui uma condição de superdotação.

 

Vocação – Segundo o arquiteto, constatar o seu alto nível de inteligência trouxe respostas para uma vida inteira. “Só consegui me entender após ler o laudo da neuropsicóloga, que traçou meu perfil de forma pontual. Este diagnóstico me fez refletir sobre toda a minha história de vida, desde a infância, na qual liguei vários pontos em que tive dificuldades, sobretudo, de relacionamento, e também onde me destaquei, como na habilidade com o desenho, além de um alto nível de criatividade”, diz Nelson, que aproveitou esse talento na sua profissão. Aprovado em primeiro lugar no concurso para professor efetivo de arquitetura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), em 2012, hoje, ele é fundador e CEO da coHaus.in, empresa que tem a meta de transformar a habitação popular no Brasil, desenvolvendo moradias compactas e inteligentes, focadas em uma geração mais conectada. “Compreender melhor a minha capacidade de raciocínio lógico, abstração de conceitos e capacidade criativa, me fez direcionar meu foco para atividades de criação de soluções inovadoras para o mercado imobiliário”, ressalta.

A ideia é que estas soluções possam impactar positivamente um grande número de pessoas diretamente ligadas ao déficit habitacional no Brasil, que, de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), será de 11,9 milhões de moradias até 2030. “Penso que essas soluções devem e podem atender a possibilidade de construção de casas com custo reduzido e edifícios mais eficazes dentro de uma lógica complexa de estruturação urbana, mas sempre com foco nas pessoas e suas necessidades”, pontua. Como próximos passos após a descoberta, Nelson está criando uma empresa de inteligência imobiliária, chamada Levelz, onde já serão desenvolvidos três empreendimentos, totalizando mais de 200 casas nesse novo formato.

Mais superinteligentes - A Associação Mensa Brasil divulgou levantamento, em junho, em que aponta a marca de 2 mil brasileiros superinteligentes, mas que esse número pode estar subnotificado. Segundo a associação, o Brasil é uma potência intelectual ainda adormecida e subaproveitada. “Temos uma das maiores populações do planeta. Cerca de 2% dos habitantes do Brasil podem apresentar sinais de altas habilidades, com um QI muito acima da média. Porém, ainda não há um mapeamento abrangente destes indivíduos”, aponta o presidente da Mensa Brasil, Rodrigo Lopes Sauaia.

Com o objetivo de ampliar a descoberta de pessoas com altas habilidades/superdotação, a entidade tem realizado periodicamente rodadas de testes em diversas cidades brasileiras. A última rodada aconteceu em maio, em 14 cidades de 10 estados brasileiros, de forma simultânea. Ao todo, foram aplicados 117 testes. A próxima rodada deve ocorrer no final do mês de julho.

Foto: Nelson Rocha

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