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Está aberta a temporada do Festival de Inverno de Vilas e Favelas em BH

Em sua 3ª edição, o evento terá uma programação diversificada e um documentário para contar a história do Alto Vera Cruz, sede das atividades

A partir do dia 17 de julho, a capital mineira sedia a 3ª edição do Festival de Inverno de Vilas e Favelas, realizado pela Associação Arebeldia Cultural. Até o final de agosto, está prevista uma programação que vai promover oficinas, palestras, shows e workshops. O Alto Vera Cruz vai se tornar um ponto de encontro para o intercâmbio cultural da comunidade com outras partes da cidade.

A abertura da programação será com o Bloco Queixinho, com um animado cortejo pelos becos e vias do Alto Vera Cruz, na terça-feira, 17, às 17h.

A curadoria do festival vai trabalhar com diferentes linhas de atuação. A primeira envolve o entretenimento para as famílias, com atividades artísticas e de recreação para crianças, jovens e adultos. A segunda, oficinas para o público infantil, desenvolvendo assuntos como meio ambiente, brincadeiras lúdicas, música e gastronomia.

Arte, esporte, gastronomia, geração de renda, apresentações artísticas, debates, mesas, formação de núcleo de fomento e mobilização. Todas essas áreas serão abraçadas pelo festival, que conta com o apoio e receptividade dos moradores, além de uma rede de amigos e parceiros que fazem essa ideia acontecer.

“Estou muito feliz e realizado com os trabalhos que a Arebeldia está desenvolvendo nos últimos anos no Alto Vera Cruz. Estamos conseguindo transformar vidas, transformar a comunidade para elevar a autoestima de quem vive na comunidade e que pode ser base para mudar a própria vida. Sempre!”, afirma Flávio Renegado.

Vale destacar algumas atividades importantes do festival. Do dia 20 de julho ao dia 3 de agosto, a Arebeldia, em parceria com a ONG Contato, vai contar a história do Alto Vera Cruz por meio dos grafites. A realização do documentário foi idealizada por Flávio Renegado e Negro F., um dos criadores do projeto “Amor pelo Alto Vera Cruz nos Muros”. Ainda colhendo frutos desta parceria, Negro F. mantêm duas frentes de trabalho, a Nação Hip Hop Brasil e o Graffiti BH, que, desde a primeira edição do festival, contribui com as atividades da programação.

A Nação Hip Hop Brasil promove cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, enquanto o Graffiti BH surge com a missão de transformar a vida de pessoas por meio da arte. Tudo a ver com o Festival de Inverno de Vilas e Favelas.

Ainda no campo do audiovisual, Flávio Renegado gravará no dia 4 de agosto, um DVD na sede do campo de futebol Clube Ribeiro, que comemora 40 anos e fica ao lado da ONG Arebeldia. O rapper contará com a Orquestra Ouro Preto.

Na programação, o projeto Morro.Arte.Mural (M.A.MU), responsável pelo maior macro mural do Brasil, no Alto Vera Cruz, vai dar continuidade ao trabalho na comunidade, em uma parceria que contará com cursos de geração de renda, sustentabilidade, e claro, a própria auto estima dos moradores, que ganharam mais cor e vida com as fachadas, muros e escadarias do morro pintadas artisticamente pelo projeto.

Destaque ainda para os cursos e debates com temas relacionados a organização de eventos. Uma turma de dez jovens da periferia de BH vão colocar a mão na massa e desenvolver juntos a 3ª edição do Somos Todos Black, Semana da Consciência Negra e o bloco carnavalesco, Bloco do Amor, participando na produção executiva dos shows.

Sobre a Associação Arebeldia Cultural

Idealizada por Flávio Renegado e Danusa Carvalho, a Associação Arebeldia nasceu do desejo de atuar no contexto sociocultural e nas lutas comunitárias do Alto Vera Cruz, por meio de uma iniciativa que eles entendem muito bem, a cultura.

Atuando de forma independente e com parceiros voluntários desde sua fundação, em 2010, a entidade desenvolve ações de fomento à arte e à cultura na comunidade, em presídios, em oficinas, debates e palestras pelo interior do estado. O principal objetivo da ONG é gerar oportunidades de acesso, socialização e profissionalização, canalizando a rebeldia de adolescentes e jovens para a formação humana através da arte e da cultura.

Sobre o Alto Vera Cruz

Localizado na regional leste de BH, a comunidade do Alto Vera Cruz sempre mostrou a sua forte atuação cultural por meio de mobilização para a realização de festas juninas, forrós, gafieiras, encontros de sanfonas e grupos de Congado, independente de todos os problemas enfrentados pelo aglomerado. Entre eles, ausência de saneamento básico, moradia precária, violência, entre outros.

A população local encontrou nas manifestações culturais a sua vocação para as lutas sociais. E assim, em 1970, nasceu o Grupo de Dança Afro e o Grupo de Teatro da Terceira Idade. Na década de 1980, já havia mais de 10 grupos culturais de forte expressão em toda cidade, além de artistas independentes, como Flávio Renegado, Robson Batata e Meninas de Sinhá.

Foto: Cacá Lanari

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