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3ª Mostra CineAfroBH encerra programação na Bahia com sessão na cidade de Valença

Criada em Belo Horizonte (MG), com a proposta de exibir filmes produzidos por diretores afro-brasileiros, a mostra da sequencia a circulação pela Bahia no dia 25 de julho promovendo, também, homenagens a mestres de culturas de raiz de matriz africana.

Criado com o objetivo de difundir e incentivar a produção audiovisual de realizadores afro-brasileiros, a 3ª Mostra CineAfro BH promoverá no próximo dia 25 de julho, a sessão de encerramento de sua programação na Bahia. A atividade será realizada no no Kilombo Tenondê na cidade de Valença, litoral da Bahia. O encontro homenageará o fazer cultural do Mestre Cobra Mansa, da Fundação Internacional de Capoeira Angola (FICA), e integrará a programação do XXIII Encontro Internacional de Capoeira Angola.

Com a temática “Quilombos urbanos, fé e cultura”, a circulação pelo estado baiano faz parte do compromisso da Mostra de construir interlocuções e conexões entre os realizadores do cenário audiovisual mineiro com o cenário nacional.  Na ocasião serão exibidos os filmes da Programação Resistência,composta por curtas produzidos por diretores de Minas Gerais: “Quanto Vale?” [Thiago Nascimento e Danilo Candombe, 10', 2016, MG], “Cabeceira do Turco” [Cristiano Pereira da Silva 15'19, 2017, MG], “Eu Pareço Suspeito?” [Thiago Fernandes, 27’, 2018, SP], e um trecho do media-metragem “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a Volta que o mundo dá” [Carem Abreu, 15’, 2012, MG].

Os diretores Thiago Nascimento e Danilo Candombe no curta “Quanto Vale?” propõem uma reflexão sobre uma triste temática, infelizmente, muito atual para os moradores do estado de Minas Gerais e para muitas outras comunidades que estão a margem das ações predatórias de mineradoras e empreiteiras por todo o Brasil. O filme trata da marcha organizada pelo MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens, que percorreu o caminho inverso da lama ao longo da extensão do Rio Doce, iniciando em Regência, no Espírito Santo, até Bento Rodrigues, no distrito de Mariana (MG). Assim, o documentário apresenta a importante marcação da marcha criada para cobrar os responsáveis, reivindicar respostas e para lembrar do maior crime socioambiental do Brasil.

Já no curta “Cabeceira do Turco” o diretor Cristiano apresenta a comunidade homônima, na zona rural do distrito de São Sebastião do Bom Sucesso (Sapo), em Conceição do Mato Dentro. São fortes e chocantes relatos de moradores sobre as diversas violações de direitos que a mineradora inglesa Anglo American realiza na região.

No filme “Eu Pareço Suspeito?”, o diretor Thiago Fernandes inverte a lente e busca entender os motivos do seu estereótipo ser considerado suspeito, tratando de momentos de enquadros, prisões, invisibilidade, racismo e mortes muito próximas, como meio de se discutir essa vivência infelizmente tão comum para os negros no Brasil. Um trecho de “PAZ NO MUNDO CAMARÁ: a Capoeira Angola e a Volta que o mundo dá”, da diretora e capoeirista Carem Abreu, fecha a noite de exibição de filmes e abre a roda de conversa entre os participantes.

As exibições de rua da MCABH também tem como objetivo homenagear e promover o trabalho cultural desenvolvido pelos mestres da Cultura Popular e efetivar a legitimação dos seus saberes como Patrimônio Imaterial Cultural Brasileiro. Por isso, a programação é composta por sessões de cinema seguidas de rodas de conversa com os mestres homenageados, convidados e publico, sempre próximo aos locais onde esses mestres executam seu fazer cultural, contribuindo para um reposicionamento simbólico de suas atividades na comunidade local. Desta forma, os mestres ganham maior visibilidade no bairro onde vivem e recebem o devido reconhecimento por seu fazer cultural em suas próprias comunidades, pelo Estado, ou mesmo pela indústria cultural.

Os 10 filmes selecionados para a terceira edição são majoritariamente produzidos por realizadores afro-brasileiros, sendo 6 deles mineiros ou então radicados em Minas Gerais, e os outros quatro vem do Rio de Janeiro, Maranhão e Espírito Santo. Desta forma, a Mostra CineAfroBH, realizada com os recursos do Fundo Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, reafirma seu compromisso de valorizar prioritariamente o cenário audiovisual mineiro, construído bravamente por realizadores que atuam na transmissão das tradições culturais seculares para as futuras gerações, ao mesmo tempo que ao receber participantes de outras regiões do Brasil, constrói interlocuções e conexões com o cenário cinematográfico nacional.

Sobre a Mostra CineAfroBH (MCABH)

A Mostra CineAfroBH foi idealizada em 2014 pela cineasta Carem Abreu, roteirista, Diretora  e Produtora Executiva da ATOS Central de Imagens. A MCABH foi criada como objetivo de incentivar e divulgar a produção audiovisual afro-brasileira de Minas Gerais, além de colocar no foco das atenções o trabalho cultural desenvolvido pelos mestres das culturas populares. Esses verdadeiros representantes da cultura brasileira, muitas vezes tem seu fazer cultural menosprezado, por aqueles que não os reconhecem como mestres populares, em função de ignorância, intolerância e covardia imposta pelo racismo velado. Promover o conhecimento da contribuição da cultura afro-brasileira para a identidade do brasileiro e respeito pela humanidade são os objetivos primordiais dessa atividade cultural. A Mostra CineAfroBH é realizada pela ATOS Central de Imagens e conta com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, Projeto 0171/2017 – FPC-SMC-PBH”.

Foto: Divulgação

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