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Festival de Arte Negra chega na sua quarta edição

Artistas da Nigéria, Senegal, Mali, entre outros países, além de atrações nacionais e locais, se apresentam no evento De 19 a 25 de novembro, Belo Horizonte sedia a quarta edição do Festival de Arte Negra, que contará com importantes artistas nacionais e internacionais vindos de diversos pontos da África e suas diásporas. Serão sete dias de intensa programação com cortejo, shows musicais, exposições, espetáculos de teatro e dança, mostra de cinema, entre outras atividades. Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, o FAN é o maior evento nacional dedicado à arte e à cultura negra. O Festival nasceu em Belo Horizonte, capital do terceiro maior estado brasileiro em densidade populacional negra, em 1995, integrando as celebrações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares. A cidade, pouco acostumada aos grandes eventos internacionais, assistiu fascinada ao ruidoso desfile de artistas, que ocuparam palcos, ruas e praças. Em 2007, o FAN volta novamente o seu olhar para a África, em especial, para a parte ao norte da linha imaginária do Equador como Nigéria, Senegal, Mali e seus vizinhos. O Festival pretende estabelecer a ponte entre os diversos caminhos que a arte negra percorre nos tempos de hoje. Um dos seus objetivos é celebrar acordos e parcerias entre Brasil, a Afríca e os povos das diásporas. A curadoria e direção artística é assinada pelo ator e diretor Adyr Assumpção e pelo bailarino e coreógrafo Rui Moreira. Exposições Com curadoria de Emanoel Araújo, a exposição de máscaras e objetos da cultura Bijagós, da Guiné Bissau, um dos grupos mais tradicionais do país, abre o 4º Festival de Arte Negra. Na maioria de suas festas, sejam elas fúnebres ou comemorativas, ocorre a exibição de danças ou números artísticos que quase sempre imitam os movimentos de animais como o boi, búfalo ou de peixes como o tubarão-martelo, tubarão-espada, jasaca e taínha. Antes de iniciarem a dança, os grupos se enfeitam com os trajes e adereços próprios para o número que irão executar. Integrando a programação de artes plásticas, o projeto Vestir a cidade, realiza intervenções em edifícios, ruas e praças, com pinturas e obras de diversos artistas plásticos. Combinadas com estas intervenções, acontecem ainda performances artísticas. Música Nada é mais evocativo ao enorme deserto do Sahara do que a música do Tartit, uma banda de Tuareg, que se formou no inicio dos anos 90, num campo de refugiados, durante a rebelião do país. Formada por cinco mulheres e quatro homens da região de Timbuktu, no Senegal, a banda hipnotiza com sua música: a mulher se senta, canta, e toca ritmos cíclicos em seu tambor, enquanto o homem canta e toca instrumentos de corda, acústicos e elétricos. Tartit já fez diversas turnês pela Europa. Doudou N'Diaye Rose, o mais famoso percussionista senegalês e um dos mais renomados músicos africanos do século XX, também se apresenta no FAN. A ele é atribuída a autoria e desenvolvimento de cerca de 500 novos ritmos. Apesar de ter se especializado na arte de tocar um tradicional tambor chamado sabar, Doudou cria e toca vários outros tipos de tambores como saouruba, assicot, bougarabou, meung meung, lamb, n'der, gorom, babass e khine, além de ser fundador e integrante da banda de percussão “Percussionistas da África Oeste”, formada por membros da sua família, e de liderar o “Les Rosettes”, um grupo de percussão de mulheres formado por suas filhas e netas. Os percussionistas do Burundi Drummers têm o dom de hipnotizar o público durante suas apresentações. Em formato de semicírculo, os pesados instrumentos são colocados no chão e os percussionistas começam a se movimentar de forma fluente, criando uma animada e repentina brincadeira. Cada um sai do círculo para tocar um tambor maior e decorado, colocado ao centro, girando e aparentando guerrear pela posse do mesmo. Jorge Benjor, Martinália, Maurício Tizumba, Vander Lee, Berimbrown e Tambolelê também integram a programação musical. Artes Cênicas O bailarino e coreógrafo brasileiro Ismael Ivo é uma das atrações de dança do festival com o espetáculo solo “Mapplethorpe”. Ismael deixou o Brasil no início da década de 80 e se consagrou no exterior. Desde 2005, é diretor do Festival Internacional de Dança da Bienal de Veneza. Por quatro anos esteve à frente da companhia de dança-teatro do Deutsches Nationaltheater Weimar, na Alemanha onde ficou radicado desde 1985. O artista conheceu o controvertido fotógrafo americano Robert Mapplethorpe em Nova York, na década de 80. Famoso por retratar de forma erótica corpos de homens negros, Mapplethorpe convidou Ivo para uma sessão de fotos e vinte anos depois, convidado a participar da Bienal de Veneza 2002, Ivo resolveu prestar um tributo ao amigo, criando o solo “Mapplethorpe”, que se divide em três partes: “Prisão”, “Flores” e “Mortalidade”. Waxtaan, o mais novo espetáculo da Companhia Jant-Bi, também será apresentado durante o festival. O grupo foi fundado em 1998 por Germaine Acogny, uma das maiores dançarinas e coreógrafas da África, e Patrick Acogny. O nome do espetáculo significa “discussão” em Wolof, uma das línguas do Senegal. Waxtaan tem um olhar crítico dos poderes de vários líderes africanos. Casa do Conde será transformada no espaço OJÁ O OJÁ, palavra africana que designa mercado, será o local que receberá parte da programação do FAN. O Espaço Funarte Casa do Conde se tornará um centro de convivência especialmente preparado para shows, espetáculos, festas, palestras e oficinas. Uma das atrações previstas é o espetáculo cênico Besouro Cordão-de-Ouro, com direção de João das Neves, e a performance Zumbi Somos Nós, de Daniel Lima. Também acontecerão as Rodas de Conversa na qual educadores, líderes comunitários, representante de manifestações da cultura popular, escritores e pensadores se encontram para discutir temas variados. No local serão exibidos peças e objetos artesanais para apreciação e comercialização. A Rádio OJÁ completa o ambiente, com entrevistas exclusivas de artistas convidados e programação musical, voltada para o público local. Mais informações para a imprensa na Fundação Municipal de Cultura, telefones 3277-4620 e 3277-4621. (Paula Senna ou Andréa Mendes) Site: http://www.pbh.gov.br/cultura

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