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Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta obras inéditas de COMPOSITORES MINEIROS

Repertório também conta com peças de Heitor Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes

Para celebrar a música produzida no Brasil, com destaque para obras de compositores mineiros, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta as séries Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto com composições inéditas de Andersen Viana, Robson dos Santos eRogério Vieira. Sob regência de Silvio Viegas, o repertório traz, ainda, O Trenzinho do Caipira e Magnificat-Alleluia, de Heitor Villa-Lobos; eBatuque, de Lorenzo Fernandes. Os concertos também contam com a participação do Coral Lírico de Minas Gerais e da solista convidada Deborah Burgarelli (mezzosoprano).

Dos compositores locais, os destaques que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais incluiu em seu repertório foram as obras Suíte de Canções Infantis Brasileiras, de Andersen Viana; Esquecendo a Música, de Robson dos Santos e Música Lúdica para Cordas, de Rogério Vieira. Para o maestro Silvio Viegas, Minas Gerais sempre foi um celeiro da produção artística. “Na música, em especial, o estado tem presenteado o país com grandes talentos”, comenta.

Os compositores selecionados para as apresentações já trabalharam ou ainda prestam serviços à Fundação Clóvis Salgado e, de acordo com Silvio Viegas, enaltecer a trajetória desses artistas é uma forma de retribuir toda a dedicação que eles têm demonstrado à instituição. “Temos de dar espaço e divulgar os compositores de hoje. E nada mais correto que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais valorizar os compositores daqui”, destaca.

Silvio Viegas também pontua que um repertório destacando artistas mineiros e compositores nacionais é um deleite para o público, que já conhece o trabalho de excelência da Orquestra Sinfônica, mas tem pouco contato com as obras com a assinatura brasileira. “A música dos nossos compositores é ainda muito pouco feita, infelizmente. Como uma orquestra pública por vocação, temos a obrigação de divulgar a nossa música e a nossa cultura”, conclui.

Trechos das obras serão interpretados na terça-feira (25), na série Sinfônica ao Meio-Dia. Já a versão integral das composições, será apresentada na quarta-feira (26), na série Sinfônica em Concerto.

Sinfonias Contemporâneas de Minas – O que mais aproxima as obras de Andersen Viana, Claudia Cimbleris, Robson dos Santos e Rogério Vieira é o toque de contemporaneidade em cada composição. Em Suíte de Canções Infantis Brasileiras, Andersen Viana apresenta uma obra em estilo tonal que foi encomendada pelo violoncelista e prof. José Maria Lajes, em seu original, para quarteto de cordas. Na versão atualizada, para orquestra sinfônica, o compositor reúne melodias inspiradas em canções populares como Marcha Soldado, Teresinha de Jesus, Ciranda Cirandinha, Peixe-Vivo entre outras, estabelecendo uma relação afetiva entre público e Orquestra.

De diferentes propostas para trilhas sonoras, Rogério Vieira criou a obra Música Lúdica para Cordas. O compositor gosta de intitular esse trabalho como uma “verdadeira colcha de retalhos”, já que ele reúne episódios de caráter variado e origens curiosas: um dos trechos surgiu durante um sonho do compositor, outro foi cortado de um esboço de música para balé, enquanto outro faria parte da trilha sonora de curta-metragem que não foi realizado. “Os climas musicais variam do jocoso ao melancólico, passando pelo dramático e pelo despretensiosamente sentimental”, explica Vieira.

Robson dos Santos trabalha em dois extremos com a composição Esquecendo a Música. A obra trata dos movimentos sinfônicos para grande orquestra intercalados com longas pausas não coordenadas. “A duração da música está nas mãos do maestro. O objetivo do silencio é causar entre o público o efeito de esquecimento, pois a pausa é demorada, e expectativa, pois eles vão querer saber os próximos acordes. Então é uma música de silêncio para criar o burburinho”, brinca o compositor.

Música Sinfônica Brasileira – Outros dois importantes nomes da música sinfônica brasileira integram o repertório dos concertos: Heitor Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes. De Villa-Lobos, a OSMG interpreta O Trenzinho Caipira e Magnificat-Alleluia. Em O Trenzinho do Caipira, os instrumentos da orquestra imitam o som de uma locomotiva. Significativa para o cenário artístico nacional, O Trenzinho do Caipira inspirou o trabalho do poeta Ferreira Gullar, que compôs Poema Sujo após se encantar com a melodia da obra.

Já Magnificat-Alleluia, que conta com a participação do Coral Lírico de Minas Gerais e solos da mezzosoprano Déborah Burgarelli, é uma das três obras corais de Villa-Lobos. A peça foi escrita a pedido da Associação Italiana de Santa Cecília, para uma homenagem ao Papa Pio XII. Mesclando coro e orquestra, as modulações dessa composição fazem uma alusão às obras do período Barroco.

Encerrando o repertório, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta Batuque, terceira peça composta para a Suíte Reisado do Pastoreio, obra que foi internacionalmente reconhecida por expressar a cultura e a musicalidade do repertório nacional. Nessa obra, o destaque é a percussão, que apresenta ritmos afro-brasileiros que percorrem toda orquestra, mesclando a delicadeza dos outros instrumentos com a força da sonoridade africana.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Seu atual regente titular é Silvio Viegas. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Já estiveram à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais os regentes Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

Coral Lírico de Minas Gerais – O Coral Lírico de Minas Gerais é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Sua atual regente titular é Lara Tanaka. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau Lírico, Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. O objetivo desse trabalho é fazer com que o público possa conhecer e fruir a música coral de qualidade. Também os concertos que o Grupo realiza em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras contribuem para a democratização do acesso do público ao canto coral. As apresentações têm entrada gratuita ou preços populares. Já estiveram à frente do Coral Lírico de Minas Gerais os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais é um dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado.

Silvio Viegas – Mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Esteve à frente das orquestras: Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, por 8 anos; Sinfônica Brasileira; Sinfônica de Minas Gerais; Filarmônica do Amazonas; Orquestra Sinfônica de Roma e Orquestra da Arena de Verona (Itália); Sinfônica do Teatro Argentino de La Plata e Sinfônica do Sodre (Argentina), entre outras. É o regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Professor de Regência na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

Foto: André Fossati

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