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Filarmônica de Minas Gerais recebe Arnaldo Cohen, um dos maiores pianistas brasileiros, nos dias 1 e 2 de agosto

Nos dias 1º e 2 de agosto, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais recebe o pianista Arnaldo Cohen, que vai interpretar duas peças essenciais para piano e orquestra: o Concerto para piano nº 17 em Sol maior, K. 453, de Mozart; e a célebre Rhapsody in Blue, de Gershwin. Ainda de Gershwin, sob a regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra executa a suíte da ópera Porgy e Bess: um retrato sinfônico, recheada de elementos da música popular norte-americana. O programa tem início com uma das obras mais saborosas do amazonense Claudio Santoro, Frevo, neste ano de seu centenário.

Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O convidado desta semana é Marcus Julius Lander, Clarinetista Principal da Filarmônica. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais e contam com o incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre Frevo

Claudio Santoro (Manaus, Brasil, 1919 – Brasília, Brasil, 1989) e Frevo (1982)

O vocábulo frevo nasceu da pronúncia errada do verbo ferver. Assim, na primeira década do século XX, da frevança da folia nascia a principal dança coreográfica de rua do Carnaval recifense. Diversos compositores se encantaram pela energia melódica e o poder rítmico dessa dança. Santoro, em 1951, denominou Frevo o movimento final de seu Concerto para piano nº 1. Em agosto de 1953, na capital paulista, compôs o Frevo para piano solo, peca curta e vigorosa, dedicada ao pianista Oriano de Almeida e estreada somente em 1961 por Iris Bianchi. Em 1978, o Frevo foi arranjado para dois pianos e, em novembro de 1982, transcrito para piano, cordas e percussão; no mesmo ano, foi ampliado para grande orquestra. Nessa época, Santoro residia em Brasília, embora demitido da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília — que hoje leva o seu nome. A versão sinfônica do Frevo demonstra suas qualidades como orquestrador, a exuberância da escrita para percussão e metais e a pujança de seu estilo nacionalista.

Sobre o Concerto para piano nº 17 de Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e Concerto para piano nº 17 em Sol maior, K. 453 (1784)

Dos cerca de quarenta concertos compostos por Mozart para quase todos os instrumentos, vinte e três têm o piano como solista. Os aspectos que mais impressionam no conjunto desses concertos são a diversidade e riqueza de caráter, de inspiração e os meios utilizados que fazem deles uma coleção de obras tanto ou mais importantes que as sinfonias. O ano de 1784 foi particularmente rico para esse acervo e igualmente rico para o conjunto de obras-primas mozartianas em todos os gêneros, nos últimos sete anos de sua vida. De maneira geral, os concertos de piano eram escritos por Mozart para sua própria execução. Porém, dos seis concertos daquele período, dois foram escritos para sua talentosa aluna Babette Ployer, entre eles o Concerto em Sol, único composto por Mozart nessa tonalidade. O Concerto K. 453 traz estados de alma bem diferentes dos anteriores: mais serenidade, caráter às vezes pastoral, menos brilho e um virtuosismo moderado. O tema inicial se apresenta em ritmo de marcha leve pelas cordas, pontuada pelas madeiras. Todo o desenvolvimento do Allegro, como o constante diálogo piano-orquestra, se faz com sabedoria tipicamente mozartiana e prefere a calma, porém com paixão. O Andante não oferece oposição ao primeiro movimento; o tema que se apresenta na orquestra é de uma expressividade das mais profundas. No Allegretto final Mozart utiliza o tema com variações. É curioso como o tema reproduz o canto de um passarinho, fato comentado numa anotação de Mozart que, encantado com um estorninho, comprou o pássaro.

Sobre Rhapsody in Blue

George Gershwin (Nova York, Estados Unidos, 1898 – Hollywood, Estados Unidos, 1937) e Rhapsody in Blue (1924)

George Gershwin era filho de emigrantes russos, vindos para a jovem nação americana que então despontava como potência expansionista e imperialista. Deveria chamar-se Jacob Gerchovitz, mas os pais, compreensivelmente, americanizaram seu nome. A família passou por diversos bairros de Nova York, entre os quais o Harlem, quando o jazz começava a ser conhecido. Não havendo ainda uma tradição americana de música de concerto, o talento precoce do compositor orientou-se no sentido da canção popular, do ragtime e do jazz. O piano, mais que instrumento de trabalho, era o catalisador fundamental de suas ideias musicais, e a improvisação permaneceu inerente ao seu estilo de composição. A criação de uma música americana original, para além das fronteiras estilísticas, tornou-se um ideal mais concreto para Gershwin depois de seu encontro com o maestro Paul Whiteman, grande incentivador do que se convencionou chamar jazz sinfônico. Whiteman foi quem encomendou a Gershwin a Rhapsody in Blue. A obra foi composta para dois pianos e orquestrada por Ferde Grofé. A Rhapsody abre-se com um célebre glissando de clarinete, revelando a fonte jazzística da obra cujo fascínio associou-se indelevelmente à vida pulsante da Nova York dos anos 1920. Na sequência do sucesso, Gershwin aprofundou sua aprendizagem teórica e passou a orquestrar suas próximas obras importantes: o Concerto para piano em Fá maior, Um americano em Paris e Porgy and Bess, saudada como a primeira ópera verdadeiramente americana.

Sobre Porgy and Bess

George Gershwin (Nova York, Estados Unidos, 1898 – Hollywood, Estados Unidos, 1937) e Porgy e Bess: Um retrato sinfônico (1935)

Por sua fusão de elementos sinfônicos europeus com o jazz americano, Porgy and Bess é uma ópera que sempre transitou entre o erudito e o popular. Em sua grande lista de apresentações, ela já foi montada como ópera, musical, teatro musicado e filme para televisão e cinema. Suas canções foram gravadas pelos grandes nomes da música popular americana, tais como Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Louis Armstrong, Miles Davis, John Coltrane e Janis Joplin. A cultura dos teatros musicais americanos é baseada em trabalho de equipe. Uma vez que a demanda por novos musicais sempre foi frenética, os compositores precisavam recorrer aos arranjadores, que orquestravam as músicas e as deixavam prontas para o palco. Robert Russell Bennett era um arranjador da Broadway e de Hollywood, tendo trabalhado, entre outros, com Irving Berlin e Cole Porter. Em 1937, último ano de vida de Gershwin, Bennett foi seu assistente na orquestração da música para o musical de Hollywood Vamos dançar (Shall we dance), com Fred Astaire e Ginger Rogers. Em 1942, através de uma encomenda de Fritz Reiner, regente da Orquestra Sinfônica de Pittsburgh, Bennett criou uma versão de concerto da ópera de Gershwin, intitulada Porgy and Bess: um retrato sinfônico. A versão de Bennett inclui a maioria das canções de Gershwin, embora não exatamente na ordem em que aparecem na ópera. Esta versão para concerto, que tem uma orquestração muito próxima do original, foi um dos grandes esforços para tornar a música de Gershwin conhecida do grande público.

Maestro Fabio Mechetti

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é seu Regente Emérito. Regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.

Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

Arnaldo Cohen, piano

Graduado em piano e violino pela Escola de Música da UFRJ, Arnaldo Cohen conquistou por unanimidade o 1º Prêmio no Concurso Internacional Busoni, na Itália e, desde então, tem se apresentado como solista das mais importantes orquestras do mundo. Após mais de 20 anos em Londres, onde lecionou na Royal Academy of Music e no Royal Northern College of Music, transferiu-se para os Estados Unidos em 2004, tornando-se o primeiro brasileiro a assumir uma cátedra vitalícia na Escola de Música da Universidade de Indiana. Além de recitalista e concertista, transita também pelos domínios da música de câmara, tendo integrado durante cinco anos o prestigiado Trio Amadeus. Conhecido por sua técnica clara e exemplar, Cohen também gravou discos premiados e muito bem recebidos pela crítica, de compositores como Liszt, Brahms, Rachmaninov e uma abrangente coletânea de música brasileira para o selo sueco BIS.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, desde então a Filarmônica de Minas Gerais se apresenta regularmente em Belo Horizonte. Em sua sede, a Sala Minas Gerais, realiza 57 concertos de assinatura e 12 projetos especiais. Apresentações em locais abertos acontecem nas turnês estaduais e nas praças da região metropolitana da capital. Em viagens para fora do estado, a Filarmônica leva o nome de Minas ao circuito da música sinfônica. Através do seu site, oferece ao público diversos conteúdos gratuitos sobre o universo orquestral. O impacto desse projeto artístico, não só no meio cultural, mas também no comércio e na prestação de serviços, gera em torno de 5 mil oportunidades de trabalho direto e indireto a cada ano. Sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra conta, atualmente, com 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central e do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com diversos prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, ao encerrar seus 10 primeiros anos de história, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais recebeu a principal condecoração pública nacional da área da cultura. Trata-se da Ordem do Mérito Cultural 2018, concedida pelo Ministério da Cultura, a partir de indicações de diversos setores, a realizadores de trabalhos culturais importantes nas áreas de inclusão social, artes, audiovisual e educação. A Orquestra foi agraciada, ainda, com a Ordem de Rio Branco, insígnia diplomática brasileira cujo objetivo é distinguir aqueles cujas ações contribuam para o engrandecimento do país.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com os títulos de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de Organização Social (OS), um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados.

Foto: Netun Lima

 

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