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Insensata Cia de Teatro realiza Temporada dedicada ao Teatro para a Infância com os espetáculos: "Prutiti - Memórias de Estimação" e “Memórias de um quintal” no Teatro Marília.

A temporada será realizada entre os dias 09 e 19 de agosto.

Nesta temporada, o público poderá conferir as duas recentes obras da Insensata Cia de Teatro: O premiado espetáculo "Memórias de um quintal" e a estreia do seu mais novo trabalho, "Pru-ti-ti Memórias de estimação". Ambos os espetáculos integram a atual pesquisa do grupo, que desde o ano de 2014, de forma ininterrupta, vem desenvolvendo diversos processos artísticos e pedagógicos dedicados ao Teatro para a Infância.

Os espetáculos tiveram Criações Coletiva além de possuírem a autobiografia como forte elemento das dramaturgias. A atriz/diretora Brenda Campos e os atores/diretores Claudio Marcio, Dário Marques e Keu Freire, compartilham suas lembranças que se relacionam com temas como a morte, a perda e a frustração, criando em conjunto todos os elementos dos espetáculos.

As experiências com os espetáculos propõem ao público o lugar de uma participação artística ativa, pois muitas das cenas são desenvolvidas a partir de brincadeiras e testemunhos dos atores em relação direta com o público.

Sinopses:

Memórias de um quintal

Em meio a músicas e brincadeiras populares, "Memórias de um Quintal" traz à cena o duelo entre uma criança e um pardal. Manguinha, sonhava em acertar o pássaro com o seu bodoque, mas sua péssima pontaria fazia dele motivo de chacota. Determinado, depois de muito treinar, finalmente consegue acertar um pardal! Mas o que sentiu nesse momento não foi exatamente a alegria que sempre esperou. A dramaturgia é livremente inspirada na obra "O Matador", texto de Wander Piroli que se mistura com as memórias dos próprios atores, que narram e comentam seus apelidos e brincadeiras de infância.

Pru – Ti – Ti – Memórias de Estimação

Livremente inspirado no livro "O Menino e o Pinto do Menino", de Wander Piroli, "Prutiti - Memórias de Estimação" dá continuidade à metodologia desenvolvida pela Insensata Cia de Teatro, utilizando a memória pessoal como ponto de partida para o processo de criação. Dessa forma, o texto de Piroli se mistura com as memórias dos atores em cena, compondo, assim, a dramaturgia do espetáculo que foi criada em processo.

Pru – ti – ti – Memórias de estimação

Livremente inspirado no livro "O Menino e o Pinto do Menino", de Wander Piroli, "Prutiti - Memórias de Estimação" dá continuidade à metodologia desenvolvida pela Insensata Cia de Teatro, utilizando a memória pessoal como ponto de partida para o processo de criação. Dessa forma, o texto de Piroli se mistura com as memórias dos atores em cena, compondo, assim, a dramaturgia do espetáculo que foi criada em processo.

Antigamente, nas terras mineiras, havia a tradição da carroça, que geralmente era puxada por um homem que passava nas ruas chamando as crianças para trocar ferro velho por pintinhos ou pipoca.

Em “Prutiti - Memórias de Estimação”, quando passa a carroça do troca-troca, o menino Cau troca sua leiteira furada por um pintinho e para levar o pintinho para casa, Cau engana sua mãe, dizendo que ganhou de sua professora, na escola.

A partir da relação de afeto que se estabelece entre Cau e o pitinho, além das muitas memórias dos atores sobre seus animais de estimação, o espetáculo propõe possíveis reflexões sobre a relação bicho x ser humano.

Você já teve algum animal de estimação? Quanta estima existiu nessa relação? E se acontecer a perda? Algumas pessoas acreditam que criar um animal em casa é o mesmo que cerceá-lo de sua liberdade, outras não conseguem imaginar suas casas sem seus animais de estimação.

Memórias de um quintal

O premiado espetáculo “Memórias de um Quintal”, é a quinta montagem da Insensata Cia de Teatro, e o primeiro fruto de uma pesquisa continuada sobre o Teatro para a Infância. É recorrente percebermos uma certa repetição nas produções de espetáculos infantis, indo em sua maioria, para um caminho restrito ao didatismo, moralismo e excessos de fantasias. Nesta pesquisa a Insensata Cia busca realizar um trabalho voltado para o público infantil, mas que não menospreze a sua inteligência.

No início do processo de criação coletiva, algumas indagações sempre eram postas: Para se pensar e trabalhar o teatro infantil, precisamos estar sempre ligados a finais felizes, fábulas, príncipes e princesas? São esses, os únicos pontos de partida para uma narrativa cênica destinada a tal público? Quais são os temas/tabus existentes para este público? Essas eram as perguntas iniciais. Partindo dessas inquietações, começamos a nos reunir e compartilhar diversas obras escritas para o público infantil, e pudemos perceber que, em algumas obras literárias, existiam abordagens diferenciadas, como por exemplo a literatura de Wander Piroli, que foi o ponto de partida para a montagem.

O belorizontino, escreveu “O Matador” para crianças, porém sem se preocupar em ser politicamente correto, e sem deixar sua alma e poesia de lado. Ao colocar em cena uma criança que sonha em matar um pardal e, quando consegue, se depara com a imensa culpa pelo seu ato, provoca dor e angústia no leitor, optando por abrir mão do famigerado final feliz, sempre esperado nas histórias infantis.

No processo de livre adaptação da obra, os atores/diretores trouxeram para a cena suas próprias memórias de infância e pessoalidades, narrando, comentando e ficcionalizando-as. Seus apelidos e brincadeiras de infância também compõem a dramaturgia, criada em processo. A direção adotada foi a direção coletiva.

Acreditando na importância de um olhar distanciado, em determinado momento do processo, abrimos os ensaios. Em um primeiro momento, convidamos artistas para um feedback. Daniel Ducato, Eugênio Tadeu, Marcelo do Vale, Marcos Alexandre, Raysner de Paula e Roberto Freitas foram importantes colaboradores nessa etapa. Num segundo momento, junto ao Sesc/MG, apresentamos o processo para várias escolas infantis, contemplando uma plateia de crianças, no qual pudemos ter os primeiros contatos e retornos do público, a partir de então o processo assumiu-se aberto.

Após os encontros com as mais distintas plateias, considerávamos e experimentávamos outras possíveis formas e caminhos, chegando a estreia oficial no dia 15 de dezembro de 2015, no Galpão Cine Horto. Nestes primeiros, e nos sequenciais encontros com os mais diversificados públicos, pudemos perceber que toda a fruição artística e a reflexão era assimilada pelas crianças e que quem cria os diversos tabus sobre o que pode ou não ser tratado com crianças, são os adultos.

Foto: Elmo Gomes

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