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dotART galeria inaugura novo espaço cultural em Belo Horizonte, a CASA dotART, que recebe exposições individuais dos artistas Jhafis Quintero, Roberto Freitas e Alvaro Seixas

Em parceria com a Revista Ernesto, a CASA dotART está localizada no hipercentro da capital mineira. A inauguração do espaço e abertura das exposições será no dia 20 de agosto, com entrada gratuita.

Criada nos anos 70, a dotART foi pioneira na divulgação e promoção da arte em Belo Horizonte e em Minas Gerais. A galeria prepara uma grande novidade para o mês de agosto, com a inauguração da CASA dotART (Rua São Paulo, 249 – Centro), que, em parceria com a Revista Ernesto, presenteia a cidade com um novo espaço cultural. A inauguração será no dia 20 de agosto e contará com a abertura de três exposições individuais, do panamense Jhafis Quintero e dos brasileiros Roberto Freitas e Alvaro Seixas.  As visitas, inclusive na abertura, devem ser agendadas pelo e-mail: [email protected]. A entrada é gratuita.

 

Localizada no hipercentro da capital, a CASA dotART fica na rua São Paulo, na esquina com avenida Santos Dumont, é resultado do encontro e da partilha entre a dotART galeria e a Revista Ernesto. O prédio fica a quatro quarteirões da Praça Sete, ponto de maior movimento da cidade. A CASA está totalmente inserida em um ambiente de efervescência urbana, cultural e política de Belo Horizonte. Além de abrigar mostras e exposições, o espaço, composto por 8 salas, será também um lugar voltado para residências artísticas, possibilitando que criadores ultrapassem as fronteiras da criação e da forma de pensar a arte. A partir do próximo ano, a CASA dotART irá iniciar seu programa de residências artísticas. A proposta é que os artistas acolhidos possam transformar o local em atelier, experimentando cotidianamente temas como centro, território e conviver junto, de forma específica, e criação, de forma geral. A CASA dotART pretende proporcionar aos artistas e público uma oportunidade única de integração com o processual, culminando com a exposição dos trabalhos produzidos ao longo de cada processo.

 

Para a sua inauguração, a CASA dotART recebe uma mostra de vídeos do artista panamense Jhafis Quintero. O trabalho de Quintero é fortemente influenciado por experiências vividas durante um regime de prisão. Sua carreira artística teve início durante  regime de reclusão. Encontrou na arte uma maneira de nutrir e re-canalizar o apetite pela transgressão. Sua prática artística deriva de uma extensa experiência no mundo do encarceramento – o silêncio, a insegurança – mas também da imaginação e da criatividade como formas de buscar uma espécie de escape do ambiente prisional.

 

 

Quintero apresenta uma percepção particular da passagem do tempo e suas implicações para um corpo imerso neste espaço – a prisão – e neste tempo particular. Uma visão acerca dos limites físicos e mentais do encarceramento e uma constante reflexão sobre a morte na vida dos detentos. Entre os trabalhos selecionados para esta exposição estão Spiders (Aranhas – 2014), em que, através das rachaduras no concreto, uma parte do corpo de um prisioneiro escapa da arquitetura institucional de confinamento e vai de encontro ao outro lado, como uma espécie de última tentativa de preservar a sua humanidade; e We only exist when we  communicate (Só existe “Nós” quando nos comunicamos – 2010), inspirado no chamado “confinamento solitário”, prisão punitiva especial sem qualquer possibilidade de comunicação, expondo a prisão como uma alegoria da nossa necessidade absoluta e do nosso medo infinito de interagir com o outro.

 

Também na programação de inauguração da CASA dotART, Roberto Freitas apresenta a instalação "Três", que oferece uma visão da dança enquanto objeto de exposição. Roberto dedicou 3 anos de pesquisa para a instalação (2012-2015), rendendo uma série de desenhos, uma pintura e várias versões de esculturas. Na criação das estruturas escultóricas que compõem obra, foram usadas marcenaria, mecânica, vídeo e eletrônica digital. Sobre o processo de trabalho, Freitas comenta: “Pela primeira vez eu optei em fazer uma série de esculturas de maneira menos artesanal. Depois de prototipar tudo a mão, eu desenhei em vetor e mandei cortar a laser. Assim, as peças podem ser substituídas de maneira mais eficiente durante a exposição. Como as caixas se batem bem forte, é inevitável que elas quebrem, mas dai é só cortar uma peça e substituí-la, para que elas continuem em sua luta.”

 

Já Alvaro Seixas apresentará na CASA dotART uma mostra trazendo a sua mais recente produção de desenhos, que surge como um trabalho paralelo às suas pinturas. Inicialmente feitos em pequenos cadernos, estes desenhos assumiram outras superfícies e suportes: Postados incessantemente no perfil do artista em redes sociais, como o Facebook e o Instagram (@alvaroseixas), constituem um ágil e ácido canal crítico e teórico, seja com relação ao sistema artístico ou a própria produção e persona de Seixas. Nas palavras do próprio artista: “Estes desenhos buscam fugir do clichê - imposto por si próprio ou pelo meio de arte - do jovem ou promissor pintor abstrato”.  Nesse sentido, seus desenhos, que na maioria das vezes associam texto e imagem, não são meros estudos visuais para suas pinturas ou instalações, mas sim embates poéticos e conceituais com a ideia de arte e sua relação com o mundo.

Foto: Jhafis Quintero

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