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Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais interpretam peças de Schubert e Mendelssohn nas séries Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e em Concerto

Sob regência de Sérgio Gomes, estarão também os solistas convidados Edna D’Oliveira, Edinéia de Oliveira e Eric Herrero

Composições de Franz Schubert e Felix Mendelssohn integram o repertório das séries Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e Sinfônica e Lírico emConcerto, com a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais. Sob regência do maestro assistente Sérgio Gomes, os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado interpretam Rosamunde, de Schubert; e Sinfonia Nº2 em Si Bemol Maior, de Mendelssohn. Os concertos também contam com a participação dos solistas convidados Edna D’Oliveira (soprano), Edinéia de Oliveira (mezzosoprano) e EricHerrero (tenor).

 

Trechos do repertório serão apresentados durante a série Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia, na terça-feira (9). Já na quarta-feira (10), o público poderá conferir a versão integral das composições, na série Sinfônica e Lírico em Concerto.

 

Para dar início ao concerto, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta uma das mais belas composições de Schubert: Rosamunde, abertura de Harpa Mágica, ópera de transição entre os períodos Clássico e Romântico da música sinfônica. Rosamunde é composta por dois movimentos - Andante e Vivace - e narra algumas das passagens mais marcantes de Harpa Mágica. “São dois movimentos que fazem um contraponto na abertura. O primeiro, Andante, tem um ritmo mais denso, pesado. Já o segundo, Vivace, é mais alegre, mais leve. Harmonicamente, isso dá um efeito muito bonito”, explica Sérgio Gomes.

 

Um canto de louvor – Após essa introdução melódica, será a vez do Coral Lírico de Minas Gerais e os solistas Edna D’Oliveira, Edinéia de Oliveira e Eric Herrero se juntarem à Orquestra Sinfônica para interpretar Sinfonia Nº2 em Si Bemol Maior, de Mendelssohn. Também conhecida como Lobgesang ou Canto de Louvor, a obra é a penúltima das cinco sinfonias compostas por Mendelssohn, e foi escrita a pedido da prefeitura municipal da cidade alemã de Leipzig, para celebrar os 400 anos da invenção da imprensa, por Johannes Gutenberg.

 

Segundo Sérgio Gomes, Lobgesang é uma sinfonia-coral, e tem uma leve semelhança com a 9ª Sinfonia de Beethoven, pois o início da peça reúne três movimentos instrumentais, em que os naipes de sopro, de corda e de metais, estão bem estruturados e harmonizados. Em seguida, a sinfonia se transforma em cantata sinfônica, com canto coral e trechos interpretados pelos solistas, seguindo a tradição dos oratórios do século XVIII. “A estrutura com três movimentos encadeados, seguidos de um 4º movimento coral, são um claro exemplo de que o compositor se inspirou na 9ª de Beethoven. O texto da peça é formado por frases da Bíblia e do hino evangélico Nun danket alle Gott, de Martin Rinckart, por exemplo”, detalha Sérgio Gomes.

 

A partir do IV movimento, tanto as vozes dos coristas do Coral Lírico de Minas Gerais quanto dos solistas convidados, passam a protagonizar a obra, como aponta o regente titular do CLMG, Lincoln Andrade. De acordo com o maestro, essa é uma peça em que o público pode apreciar as diferentes inflexões vocais ao mesmo tempo em que percebe a bela harmonia criada por Mendelssohn. “A presença dos coros e vozes solistas sintetiza o que acontece nos movimentos anteriores neste IV movimento, o que dá um aspecto imprescindível de unidade à obra, quando as vozes e os instrumentos trabalham em perfeita harmonia”, ressalta.

 

Com cerca de uma hora de duração, Lobgesang é uma peça que demanda grande preparação física dos cantores, além de técnica vocal aprimorada. As alternâncias entre os coros e os solos dos convidados consistem em uma dinâmica diferente para a apresentação. Segundo Lincoln Andrade, “a obra exige precisão rítmica para estar junto do acompanhamento da Orquestra, mas o desafio é fácil de contornar, pois a preparação do Coro e a diversidade de peças apresentadas ao longo da temporada permitem que nos aventuremos em repertórios como esse”, aponta.

 

Por dentro da Orquestra – O público terá a oportunidade de assistir ao concerto de “dentro” da Orquestra. A proposta é do atual regente titular da OSMG, maestro Silvio Viegas, e pretende aproximar o público dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado. Os espectadores poderão registrar a emoção do concerto por fotos e/ou vídeos. “Nós queremos trazer o nosso público para dentro de nossa casa e transformar o Palácio das Artes na casa deles”, afirma o maestro. O projeto teve início na apresentação de abril da Série Sinfônica ao Meio-Dia e foi um verdadeiro sucesso.

  

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Executa repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Em 2016, Silvio Viegas assume o cargo de Regente titular da Orquestra. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

 

Sérgio Gomes – Graduado em trompa pela UFMG, nasceu no Rio de Janeiro onde começou seus estudos musicais com o pai, maestro Sebastião Gomes, aos 10 anos, e de trompa na Escola de Música de Brasília, aos 11 anos. Em 1977 passou a integrar a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas como primeiro trompista. Em 1981, foi convidado para atuar na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, como primeiro trompista e solista. Em 2000, participou da primeira turnê internacional da OSESP, sob a regência de John Neschling e Roberto Minczuk. Em 2011, atuou na Orquestra Sinfônica Del Sodre, em Montevidéu. Foi professor do Cefart da FCS e professor da Escola de Música da UEMG. Atuou como assistente dos maestros Holger Kolodziej, Marcelo Ramos e Roberto Tibiriçá. Esteve à frente da OSMG nas séries Sinfônica no Museu, Concertos Educativos, Concertos no Parque, Concerto na Cidade, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto. Atualmente, é primeiro trompista solista e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

 

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e que interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Dentro das estratégias de difusão do canto lírico, o Coral Lírico desenvolve os projetos Lírico Sacro, Lírico no Museu, Lírico Educativo e participação nas temporadas de óperas realizadas pela Fundação Clóvis Salgado. O objetivo desse trabalho é fazer com que o público possa conhecer e fluir a música coral de qualidade. Atualmente, Lincoln Andrade é o regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais. Em sua trajetória, teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda e Márcio Miranda Pontes.

 

Lincoln Andrade – Lincoln Andrade possui doutorado em Regência pela University of Kansas, EUA e mestrado pela University of Wyoming, EUA, onde também foi professor assistente e ministrou aulas de canto coral e regência coral. Foi diretor musical do grupo vocal Invoquei o Vocal, maestro titular do Madrigal de Brasília e do Coral Brasília. Recebeu prêmios nos Estados Unidos e na Europa. Foi professor e diretor da Escola de Música de Brasília. Regeu concertos na Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia, Portugal e Turquia. É constantemente convidado para dar palestras sobre Regência e Canto Coral em festivais no Brasil.

 

SOLISTAS CONVIDADOS:

 

Edna D’Oliveira, soprano – Natural de Belo Horizonte e dona de um timbre escuro e quente com pleno domínio sobre os estilos do Canto, especialmente o Bel Canto, é considerada uma das mais importantes sopranos da América do Sul. Reconhecida pela crítica brasileira por suas célebres interpretações em “Floresta do Amazonas” de Villa-Lobos, “Carmina Burana” de Carl Orff, “Exultate, Jubilate” de Mozart e “Vier Letzte Lider” de Strauss, Edna foi premiada em diversos concursos de Canto no Brasil.

 

Ednéia de Oliveira, mezzosoprano – Mineira de Belo Horizonte, a mezzosoprano vem se consagrando por atuações memoráveis em papéis como Lola/Santuzza (Cavalleria Rusticana, Mascagni), Sacerdotiza (Aida, Verdi) e M. Larina (Eyguêni Onieguin, Tchaikóvsky). Seu trabalho é igualmente expressivo na música sinfônica e camerística. Dentre os prêmios recebidos estão o Concurso de Canto Maria Callas, o de Jovens Solistas da OSESP, o III Concurso Nacional de Canto Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Concurso Nacional de Música Brasileira Francisco Mignone. Ednéia também se apresentou como solista na Coréia do Sul, na Alemanha e na Itália. 

 

Eric Herrero, tenor – O paulistano é reconhecido como um dos mais promissores cantores líricos da nova geração no Brasil, já tendo se apresentado nas principais salas brasileiras de concerto, interpretando papéis importantes como Edgardo (Lucia di Lammermoor, Donizetti), Don José (Carmen, Bizet), Rodolfo (La Bohème, Puccini), Pinkerton (Madame Butterfly, Puccini), Ismaele (Nabucco, Verdi) e Cavaradossi (Tosca, Puccini). De seu repertório sinfônico se destacam obras de Bethoveen (Missa Solene e Nona Sinfonia), Verdi (Réquiem). O reconhecimento pelo seu trabalho veio com o Prêmio Especial do VII Concurso Maria Callas. Integrou masterclasses de ícones da ópera com Fiorenza Cossoto, Jaume Aragall* e Sylvia Sass, com quem se aperfeiçoa atualmente. No Brasil foi aluno de Vânia Pajares e Antonio Garófalo.

 

SOBRE OS COMPOSITORES:

 

Franz Schubert (1797-1828) – Foi um compositor austríaco, considerado um dos maiores do século XIX e expoente da passagem do estilo clássico para o romântico. Schubert escreveu certa de 600 canções, além de óperas, sinfonias e sonatas. Começou a estudar música com apenas 7 anos, recebendo mais tarde um lugar no coro e uma bolsa de estudos em Stadtkonvikt, um dos melhores colégios de Viena. O compositor faleceu precocemente aos 31 anos, e o reconhecimento de sua carreira aconteceu posteriormente, estabelecendo-o em um estilo imaginativo, lírico e melódico.

 

Felix Mendelssohn (1809-1847) – Compositor, maestro e pianista alemão do período romântico, começou a compor aos nove anos e, entre suas principais obras, estão a suíte Sonho de uma Noite de Verão, que inclui a marcha nupcial e os oratórios São Paulo e Elijah.

Foto: André Fossati

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