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Os artistas de Peter Ludwig

Visões na Coleção Ludwig reúne no CCBB parte do acervo de um dos principais colecionadores de arte da Europa

A paixão pela arte uniu Peter Ludwig e Irene Monheim, em 1951. Dessa admiração mútua, que começou com alguns azulejos e obras medievais, a coleção do casal chegou a mais de 20 mil peças. Mas não demorou muito para que Ludwig se deixasse encantar por Picasso e olhasse com uma diferente perspectiva para a arte contemporânea. Agora, cerca de 70 obras do acervo de um dos principais colecionadores de obras de arte da Europa estão em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil até 20 de outubro, com entrada gratuita.

 

As obras no CCBB fazem parte da coleção Ludwig, do Museu Estatal de São Petersburgo, na Rússia, e o público da capital mineira pode conferir trabalhos de diferentes períodos estéticos. O acervo traz nomes de peso, como Pablo Picasso, os artistas do cenário pop, Andy Warhol e Roy Liechtenstein, além de exemplares do hiper-realismo, do neoexpressionismo alemão e do não-conformismo russo. A coleção de Ludwig está distribuída em 12 museus em países como Alemanha, Áustria, China, Hungria e Suíça. 

 

“Ao centrar na Coleção Ludwig, a exposição joga luz na figura do colecionador como um agente estimulante da produção cultural. O curador da mostra, Joseph Kiblistky, aponta que Peter Ludwig foi “o primeiro colecionador alemão a visualizar o potencial da pop art e ficou famoso por adquirir trabalhos de Roy Liechtenstein e Jasper Johns, que atualmente alcançam valores expressivos por conta da sua relevância artística”.

 

Um dos destaques da exposição é o óleo sobre tela de Gottfried Helnwein, nomeada Cabeça de criança (1991). Com 6,50m de altura, a obra está disposta no pátio do CCBB. Esculturas, fotografias e vídeos integram a exposição, que ocupa oito galerias do espaço. Para a coordenadora-geral da exposição, Ania Rodriguez, Peter Ludwig “criou uma relação com os artistas e passou a promover o trabalho deles pelo mundo”, disse.

 

Rodriguez também ressalta que “por meio dos trabalhos expostos, os visitantes poderão mapear as coordenadas geográficas das viagens que o colecionador fazia por várias partes do mundo em busca de obras de arte, bem como refletir sobre os contextos estéticos que, em muitas ocasiões, marcaram suas épocas dentro da história da arte”.

 

A tendência de estimular novos caminhos da arte por meio da aquisição de obras de jovens artistas, garantindo às peças força e visibilidade por meio do aclamado acervo do colecionador alemão duraria até o fim da vida de Ludwig, em 1996. A partir da década de 1980, ele se encanta com os trabalhos do neoexpressionismo alemão, que, na mostra, são representados por Georg Baselitz, Markus Lüpertz e Anselm Kiefer.

Por Vitor Cruz

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