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Crítico literário Sérgio Alcides faz palestra sobre a poeta e tradutora Ana Cristina Cesar, na academia mineira de letras, dia 20/9

EM TOM INFORMAL, CONFERÊNCIA ABORDA OS ASPECTOS EXPERIMENTAIS DA ESTÉTICA DA AUTORA, CUJA MORTE COMPLETA 35 ANOS EM OUTUBRO

A Academia Mineira de Letras recebe no dia 20 de setembro, às 19h30, a palestra “Ana Cristina Cesar, para ancorar no espaço”, com o crítico literário Sérgio Alcides, doutor em História pela USP e professor da Faculdade de Letras da UFMG.

O evento faz parte do programa Universidade Livre – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,7 mil médicos cooperados e colaboradores. A AML integra o Circuito Liberdade.

Nascida no Rio de Janeiro, em 1952, Ana Cristina Cesar foi poeta, jornalista, tradutora e crítica literária. Um dos pontos altos de sua carreira foi a tradução anotada do conto “Bliss”, de Katherine Mansfield, com 80 notas explicativas. Teve quatro livros poéticos publicados em vida: “Cenas de abril” (1979), “Correspondência completa” (1979), uma carta intercalada a poemas; “Luvas de pelica” (1980), em formato de diário; e “A teus pés” (1982), a reunião das três primeiras obras em um único volume. Depois de sua morte, em 1983, o poeta e amigo Armando Freitas Filho organizou o material de textos inéditos nos livros póstumos “Escritos da Inglaterra” (1988), com ensaios, artigos, prosa e poesia escritos durante o mestrado em Tradução Literária na Universidade de Essex, no Reino Unido; e “Escritos no Rio” (1993). Em 2008, o Instituto Moreira Salles ainda reuniu 301 manuscritos, publicados em fac-símile com o título “Antigos e soltos”.

Na palestra, que coincide com a proximidade dos 35 anos da morte de Ana Cristina Cesar, em 29 de outubro, Sérgio Alcides busca ter uma conversa informal com o público sobre este legado literário. “Farei uma abordagem dos aspectos mais experimentais de sua poética, sobretudo, de caráter mais conceitual que artesanal. O estilo do texto lembra mais a colagem do que a pintura, pela justaposição de gêneros e vozes, com páginas de diário ou de correspondência privada misturadas em poemas, além de citações literárias que se sobrepõem à própria voz”, adianta ele.

Uma das preocupações do palestrante é afastar a impressão de uma escrita “confessional”, que pode reduzir a obra de Ana Cristina a um teor meramente autobiográfico. “Irei realçar o trabalho literário exigente e, principalmente, a elaboração mental de uma poética que reclama um contato intenso com a vida subjetiva, mas nada tem de ingênua a respeito da possibilidade de resgatar a experiência vivida por meio do discurso poético.” Outro ponto de destaque é a ênfase nas lacunas da representação da vida, do desejo e do cotidiano. “Isso abre para o leitor um espaço onde se possa ancorar a própria experiência, mais do que contemplar a autora”, sugere Sérgio Alcides.

Sobre o palestrante:

Sérgio Alcides nasceu no Rio de Janeiro, em 1967. É poeta, crítico literário, tradutor, professor da Faculdade de Letras da UFMG e doutor em História pela Universidade de São Paulo. Escreveu “Píer” (Editora 34, 2012), entre outros livros de poemas, e “Armadilha para Ana Cristina e outros textos sobre poesia contemporânea” (Verso Brasil, 2016). Traduziu e publicou livros e poemas de Ted Hughes, Joan Brossa, Juan Gelman, Alejandra Pizarnik e Philippe Jaccottet, entre outros. Organizou uma edição de “Eu e outras poesias, de Augusto dos Anjos” (Ática, 2005) e venceu o Prêmio Minas de Cultura, na categoria “Ensaio”, com “Estes penhascos: Cláudio Manuel da Costa e a paisagem das Minas” (Hucitec, 2003).

Foto: CaduPilotto

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