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Colóquio “A Casa de Clarice” reúne especialistas em Clarice Lispector na sede da Academia Mineira de Letras

Marcado para os dias 19 e 20 de setembro, encontro traz alguns dos maiores pensadores sobre Clarice Lispector para uma reflexão ampla sobre o legado da autora

Por que é tão grande a influência de Clarice Lispector na França? Quais de suas obras foram parar no cinema? E como seus livros dialogam com o tema do feminino e o feminismo nos dias de hoje? Estes são apenas alguns dos temas que o Colóquio “A Casa de Clarice” trará à sede da AML nos dias 19 e 20 de setembro, terça e quarta (programação completa abaixo). O acesso é gratuito mediante inscrições neste link.

“O Colóquio, ao lado da emocionante exposição sobre Clarice Lispector, é um convite ao público em geral a ter acesso a grandes conhecedores e conhecedoras da vida e obra de uma escritora tão importante para o Brasil e para a literatura mundial”, celebra Antonieta Cunha, ocupante da cadeira 09 e Vice-Presidente da Academia Mineira de Letras (AML).

“E a oferta de cursos gratuitos sobre Clarice Lispector, com especialistas na obra da escritora, é uma oportunidade única de redescobrir a riqueza de seu trabalho e de entender como Clarice é simbólica para o modernismo literário brasileiro e uma das maiores escritoras do século XX", completa Vincent Nédélec, adido de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França, parceira do evento.

Durante a programação, que terá acessibilidade em Libras, o público entrará em contato com diversos temas que atravessam a obra da autora Ucraniana, radicada no Brasil. A Conferência de abertura do Colóquio fica por conta da professora aposentada da USP Nádia Battella Gotlib , que trará o tema “Clarice Lispector: literatura e cinema”.

“Literatura e cinema constituem fontes de conhecimento e de aprimoramento da sensibilidade estética. A obra de Clarice ‘relida’ sob a forma audiovisual propõe questões de sumo interesse na atualidade, como, por exemplo, a vida rotineira de pessoas das diferentes classes sociais nas grandes cidades; a miséria do nordestino no Rio de Janeiro; as relações conjugais homossexuais; a solidão na velhice; o percurso da mulher no seu processo de construção da liberdade”, conta Nádia.

No dia 19 de setembro, terça-feira, além de Nádia Battella Gotlib , o Colóquio conta também com palestras de Guiomar de Grammont (UFOP), com "Clarice e a França", de Lúcia Castello Branco (UFMG e UFBA), com “Lispector e Duras: o direito de dizer o feminino de ninguém”, e de Rafaela Vianna (UFMG), com “Fazer na escrita, o abismo dela: mulher que escreve em Um sopro de vida, de Clarice Lispector, e Emily L., de Marguerite Duras”.

Já no dia 20 de setembro, quarta-feira, Luiz Fernando Lima Braga Júnior (UFF) fala sobre “Clarice Lispector: silêncio, solidão e representação verbal” e Leonardo Alexander C. Silva (Aliança Francesa de Belo Horizonte) aborda “O arrebatamento segundo Clarice Lispector e Marguerite Duras”. Já a professora Joelma Santana Siqueira (UFV) traz o tema “A verdade é sempre um contato interior e inexplicável – Aspectos da narrativa de Clarice Lispector”, Luciene Guimarães (UFSJ) aborda “Macabéa (de Clarice Lispector) e Lol V. Stein (de Marguerite Duras): a escrita do direito ao grito”, e Leandro Garcia Rodrigues (UFMG) encerra a programação com “Clarice Lispector e Alceu Amoroso Lima: relações”.

O Colóquio “A Casa de Clarice” ocorre no contexto da Exposição La Maison de Clarice, que fica em cartaz na sede da AML até 14 de outubro. Realizada no Palacete Borges da Costa, em Belo Horizonte, mostra expográfica apresenta a estrutura de uma “casa” em que a autora brasileira recebe as escritoras francesas Nathalie Sarraute e Marguerite Duras. Como atividade da exposição, está previsto ainda o minicurso online gratuito “O Abismo Clarice” entre os dias 20 de setembro e 09 de outubro, ministrado por Rafaela Vianna.

Resultado de parceria com a Embaixada da França, a Aliança Francesa e a Universidade Federal de Minas Gerais, o evento acontece no âmbito do Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 220355), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e trezentos médicos cooperados e colaboradores – e da CEMIG.

Programação Resumida

- Dia 19 de setembro, terça-feira: 14h30 às 18h30

"Clarice e a França" - Guiomar de Grammont (UFOP) .

Conferência de abertura: “Clarice Lispector: literatura e cinema” - Nádia Battella Gotlib (USP)

“Lispector e Duras: o direito de dizer o feminino de ninguém” – Lúcia Castello Branco - UFMG e UFBA

“Fazer na escrita, o abismo dela: mulher que escreve em Um sopro de vida, de Clarice Lispector, e Emily L., de Marguerite Duras” – Rafaela Vianna (UFMG)

- Dia 20 de setembro, quarta-feira: 10h às 18h30

“Clarice Lispector: silêncio, solidão e representação verbal” –Luiz Fernando Lima Braga Júnior (UFF)-

“O arrebatamento segundo Clarice Lispector e Marguerite Duras” – Leonardo Alexander C. Silva (Aliança Francesa de Belo Horizonte)

Didier (on line)

“A verdade é sempre um contato interior e inexplicável” – Aspectos da narrativa de Clarice Lispector” - Joelma Santana Siqueira (UFV)

"Macabéa (de Clarice Lispector) e Lol V. Stein (de Marguerite Duras): a escrita do direito ao grito” – Luciene Guimarães (UFSJ)

“Clarice Lispector e Alceu Amoroso Lima: relações” – Leandro Garcia Rodrigues (UFMG)

Programação Estendida – Dia 19 de setembro

"Clarice e a França" - Guiomar de Grammont (UFOP) .

Sinopse: A palestra terá como objeto as relações da vida e da obra de Clarice Lispector com a França, estabelecendo uma breve comparação entre as vidas e obras de Clarice Lispector, Marguerite Duras e Nathalie Sarraute.

Sobre a palestrante: Guiomar de Grammont é escritora, dramaturga, professora da Universidade Federal de Ouro Preto e curadora de exposições e eventos literários. Em seus romances e peças teatrais psicológicos e polifônicos, aborda o desaparecimento de presos políticos e o impacto de tragédias ambientais, como a de Mariana. Foi curadora da homenagem ao Brasil no Salão do Livro de Paris (2015).

Conferência de abertura: “Clarice Lispector: literatura e cinema” - Nádia Battella Gotlib (USP)

Sinopse: A conferência propõe examinar modos pelos quais contos e romances de Clarice Lispector foram transplantados para o modo audiovisual, sob a forma de filmes de longa e curta metragem. As questões levantadas, que se abrem para debate em torno da relação entre literatura e cinema, permitem desenvolver uma reflexão sobre os efeitos causados pelos suportes específicos a cada uma dessas artes e aferir sua importância no contexto da cultura brasileira.

Sobre a conferencista: Nádia Battella Gotlib, professora aposentada da Universidade de São Paulo, publicou dois livros sobre a escritora Clarice Lispector: o estudo de vida (biografia) e obra intitulado Clarice, uma vida que se conta (1995) e Clarice Fotobiografia (2008). Atuou também como professora e pesquisadora em várias universidades do Brasil e do exterior, como nas de Oxford e Buenos Aires.

“Lispector e Duras: o direito de dizer o feminino de ninguém” – Lúcia Castello Branco - UFMG e UFBA

Sinopse: O texto promove a aproximação entre Lispector e Duras, tomando como ponto de partida o que Duras considerava como um "direito de dizer totalmente desconhecido pelas mulheres". Esse direito de dizer se condensa, no texto dessas autoras, no que Maria Gabriela Llansol teria chamado de "feminino de ninguém".

Sobre a palestrante: Escritora e autora de diversos livros nos campos da literatura, dos estudos sobre o feminino e da psicanálise literária, Lúcia Castelo Branco é psicanalista e professora permanente do Programa de Pós-graduação em Letras da UFMG e professora visitante do Programa de Pós-grauação em Letras da UFBA. Pesquisadora do CNPq desde 1991.

“Fazer na escrita, o abismo dela: mulher que escreve em Um sopro de vida, de Clarice Lispector, e Emily L., de Marguerite Duras” – Rafaela Vianna (UFMG)

Sinopse: Tanto em Um sopro de vida, de Clarice Lispector, quanto em Emily L., de Marguerite Duras, há personagens escritoras, cuja presença implica uma encenação do processo de escrita. O objetivo é abordar esse movimento através da imagem da mise en abyme. A estrutura do abismo é usada como método para ler as obras dessas escritoras, nas quais o abismo da escrita dentro da escrita se desdobra em outros: o saber em fracasso, a tormenta da escrita, a vertigem da identidade.

Sobre a palestrante: Rafaela Faria Vianna nasceu em Belo Horizonte e formou-se em Letras em 2020, pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possui mestrado em Estudos Literários pela mesma instituição, tendo escrito uma dissertação sobre obras de Clarice Lispector e Marguerite Duras. Estuda, sobretudo, literatura de autoria feminina, em língua francesa e portuguesa. Em agosto de 2021, lançou o seu livro de estreia, Altar, pela editora belo-horizontina Cas’edições.

Programação estendida - Dia 20 de setembro

“Clarice Lispector: silêncio, solidão e representação verbal” –Luiz Fernando Lima Braga Júnior (UFF)

Sinopse: Em "A Hora da Estrela", a coemergência dos seres de palavras no espaço da ficção condiz com o que Maurice Blanchot considera como espaço autossuficiente da literatura: a palavra fissura o silêncio, mas a ele sempre retornará. A palavra desafia o silêncio, mas sucumbe a ele.

Sobre o palestrante: Luiz Fernando Lima Braga Júnior nasceu em Muriaé, MG, onde iniciou sua trajetória pelo magisteŕio. No final dos anos de 1990, mudou-se para Belo Horizonte. Cursou o mestrado em Teoria da Literatura e o doutorado em Literatura Comparada, ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais, e é professor da Universidade Federal Fluminense

“O arrebatamento segundo Clarice Lispector e Marguerite Duras” – Leonardo Alexander C. Silva

Sinopse: Clarice Lispector e Marguerite Duras estrearam na cena literária no mesmo ano, em 1943, com Les Impudents e Perto do Coração Selvagem. Cada uma forjou rapidamente um estilo de escrita único, desconcertante e imediatamente reconhecível. Este trabalho buscará refletir sobre os sentidos do “arrebatamento” nos romances de Lispector e Duras.

Sobre o palestrante: Leonardo Alexander C. Silva é professor pesquisador da área de Letras com experiência no ensino de língua portuguesa, francês, literatura e tradução. Doutor em Literatura Brasileira pela Université Sorbonne Nouvelle em cotutela com a Universidade de São Paulo, possui um mestrado em Literatura Comparada pela Sorbonne Université e um mestrado em Estudos Lusófonos pela Sorbonne Nouvelle. Desde fevereiro de 2023, leciona francês na Aliança Francesa de Belo Horizonte e participa das atividades culturais da instituição.

“A verdade é sempre um contato interior e inexplicável” – Aspectos da narrativa de Clarice Lispector” - Joelma Santana Siqueira (UFV)

Sinopse: A frase “A verdade é sempre um contato interior e inexplicável” encontra-se no início da obra A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector. Propomos que tem relação com reflexões da escritora sobre sua narrativa, em especial, referimo-nos a um pequeno texto intitulado “Romance”, publicado na segunda parte da obra A legião estrangeira (1964). Pretendemos demonstrar nossa leitura de alguns contos da obra Laços de família (1960) tendo em vista essas reflexões e buscaremos, também, pensar sobre o sucesso de Lispector entre os leitores.

Sobre a palestrante: Joelma Santana Siqueira (UFV) é professora da Universidade Federal de Viçosa. Autora do livro Figurar a sensação - o espaço na pintura e na narrativa moderna de Clarice Lispector. Desenvolve projetos de pesquisa, ensino, extensão e cultura sobre narrativa moderna; poesia moderna; estudos interartes; e literatura e imprensa.

“Macabéa (de Clarice Lispector) e Lol V. Stein (de Marguerite Duras): a escrita do direito ao grito” – Luciene Guimarães (UFSJ)

Sinopse: Macabéa, de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, e Lol V. Stein, de O arrebatamento de Lol V. Stein, são duas personagens em que as trajetórias convergem para um estar à deriva, no limiar da existência, entre o silêncio e o grito. Movidas ou paralisadas, atravessadas - cada uma à sua maneira- , pela nebulosidade de um desejo, elas se deslocam em errância (a migração de Macabéa de Alagoas para o Rio de Janeiro, o percurso de Lol V. Stein por lugares ou cidades). Pretende-se, nesse sentido, articular os aspectos que permitem aproximar, pelo viés do desejo feminino, as narrativas da duas autoras.

Sobre a palestrante: Luciene Guimarães de Oliveira é coordenadora da Coleção Marguerite Duras pela Relicário Edições. Concluiu um doutorado sobre a obra de Marguerite Duras na Université Laval (Canadá). É tradutora e atualmente pós-doutoranda na UFSJ, (bolsista CAPES), com um projeto sobre a obra de Annie Ernaux.

“Clarice Lispector e Alceu Amoroso Lima: relações” – Leandro Garcia Rodrigues (UFMG)

Sinopse: A relação de amizade e admiração entre Clarice Lispector e Alceu Amoroso é pouco explorada por críticos e biógrafos. Ambos não trocaram uma correspondência como se poderia supor, mas tiveram uma forte ligação que variava entre respeito e admiração entre o crítico e a escritora, traduzida em dedicatórias, entrevistas e citações na imprensa da época. O objetivo desta palestra é trazer luz sobre esta relação, inclusive, sobre algumas lacunas e silêncios que permeiam tal amizade.

Sobre o palestrante: Leandro Garcia é licenciado em Letras pela Universidade Castelo Branco (RJ); Mestre em Literatura Brasileira pela PUC-RJ; Doutor e Pós-doutor em Estudos Literários pela PUC-RJ e Pós-doutor em Teologia pela FAJE-BH; É professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Letras da UFMG, sendo especialista na obra e no pensamento de Alceu Amoroso Lima.

 

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O Instituto Unimed-BH completa 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentar a economia criativa, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou mais de R$170 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,3 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. No último ano, mais de 9,3 mil postos de trabalho foram gerados e 1,6 milhão de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

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Foto: PalomaMorais

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