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Jardins de Burle Marx são restaurados por Nãna Guimarães para 25ª CASACOR Minas

Assinado por Nãna Guimarães, projeto Jardim Burle Marx recria parte do projeto original, criado na década de 1950 nos jardins do Palácio das Mangabeiras, pelo paisagista que se tornou uma das maiores referências na área.

Recuperar parte da história da obra feita por um mestre do paisagismo. Esse foi o desafio que a paisagista mineira Nãna Guimarães assumiu para a 25ª edição da CASACOR Minas Gerais. A profissional é responsável por dois projetos nesta edição:  Jardim Burle Marx, que se trata na verdade do restauro do projeto original elaborado por Roberto Burle Marx, e o Jardim das Bromélias. Além disso, Nãna ainda colaborou com outros ambientes da mostra, produzindo dois jardins verticais, uma de suas especialidades, que podem ser conferidos na Praça do Café, assinada por Rodrigo Aguiar e na Área de Convivência, de Bárbara Barbi, Jéssica Sarriá e Murad Mohamad. Mas a maior responsabilidade desta edição foi assumir o restauro do projeto original de Burle Marx. Ocupando uma área de 400 metros quadrados, o jardim estava bastante descaracterizado e precisou ser inteiramente reconstruído. Nãna teve acesso ao projeto original e pesquisou bastante sobre o universo do paisagista e das espécies escolhidas por ele para aquele local.

Para recriar parte desse ambiente datado da década de 1950, instalado dentro um  bosque com total de 5 mil m² de área, Nãna Guimarães mergulhou fundo no universo do paisagista, que sempre manteve um forte diálogo com a arquitetura modernista da época. Além disso, precisou superar a maior dificuldade do trabalho, que foi o de encontrar as espécies nativas brasileiras utilizadas por Burle Marx.

Após diversas pesquisas, a profissional conseguiu obter seis delas: Guaimbé, Camará, Bela Emília, Trapoeraba Roxa, Giesta e Agave. “São espécies que a grande parte das pessoas não conhece. No entanto, resgatar essas mudas é a parte mais interessante do exercício, pois elas dão uma textura diferente para o jardim, deixando-o totalmente harmonizado. Essa é uma boa oportunidade para o público conhecer essas plantas que ficaram em desuso com o tempo, mas que são belíssimas e conseguem criar efeitos ornamentais surpreendentes”, destaca Nãna Guimarães.

Ainda de acordo com a ela, o público encontra um ambiente que ficará ainda mais bonito ao longo do tempo. “Plantamos as mudas recentemente. Essas espécies demoram a se desenvolver, ainda mais durante nessa fase inicial. Por isso, acreditamos que, em poucos meses, o jardim irá amadurecer e realçar a sua real beleza e imponência”, diz.

A ideia de recriar o jardim nasceu depois que o projeto original foi encontrado, conforme aponta o diretor da CASACOR Minas, Eduardo Faleiro. “Ficamos muito empolgados com a restauração após termos acesso a essa valiosa informação. Colocamos como meta refazermos parte do ambiente, uma vez que não sabemos ao certo se o projeto original foi totalmente executado”, diz.

Ele explica, por exemplo, que os desenhos dos canteiros apresentados por Nãna Guimarães são baseados no projeto original. No entanto, algumas plantas que faziam parte do esboço inicial não existem mais ou sequer foram plantadas no Palácio das Mangabeiras, não havendo nenhum resquício delas. ”Por isso, os visitantes poderão ver parte desse ambiente em sua originalidade. O restante será executado ao longo dos próximos quatro anos, tempo que a CASACOR Minas ocupará o Palácio das Mangabeiras”, diz.

Além do Jardim Burle Marx, Nãna Guimarães também assina o Jardim das Bromélias. Assim como no primeiro projeto, a inspiração vem do famoso paisagista, que era um profundo admirador das bromélias e chegou a catalogar 500 espécies nativas do Brasil. A ideia central desse ambiente é o de impactar as pessoas com as mais de 600 plantas que compõe o espaço e desmitificar a fama que o gênero ganhou, de maneira incorreta, ao ser classificada como vilã em tempos de surto de dengue.

“As bromélias, ao contrário do que muita gente pensa, definitivamente, não são uma ameaça para a proliferação do Aedes aegypti, já que a água acumulada nas folhas serve como reservatório de nutrientes a para a planta, e contém um suco biológico que é nada propício para a reprodução do inseto”, ressalta. Entre as 20 espécies que estão sendo  apresentadas ao público na CASACOR Minas 2019 estão as Bromélias Imperiais, Porto Seguro, Vriesias e Fire-ball.

Sobre o Palácio das Mangabeiras

Inaugurado oficialmente em 1955, o Palácio das Mangabeiras foi construído entre 1951 e 1955 para ser a residência oficial dos governadores de Minas Gerais. A edificação vem sendo utilizada para esta finalidade desde a sua inauguração, ocorrida durante o governo de Juscelino Kubitschek. Tudo indica que o projeto arquitetônico é assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Já o projeto paisagístico original é de Roberto Burle Marx, duas grandes referências em suas áreas de atuação. Localizado aos pés da Serra do Curral, o Palácio segue o estilo modernista. Apesar de não ter as dimensões que outros palácios tradicionais da cidade como o da Liberdade, por exemplo, o Palácio das Mangabeiras tem uma importância histórica para a política de Minas Gerais, sendo palco de inúmeras reuniões e encontros decisivos. 

Sobre a CASACOR Minas

A CASACOR é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas e reúne, anualmente, renomados profissionais. Em 2019 chega à sua 25a edição em Minas Gerais e com mais de 20 eventos nacionais (Alagoas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Litoral de SP, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina) e seis internacionais (Miami, Peru, Chile, Equador, Bolívia e Paraguai).

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Foto: Daniel Mansur

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