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Cine Sesc Palladium apresenta programação de outubro do Cinema em Transe

Em outubro, a programação do projeto Cinema em Transe exibe quatro documentários que refletem sobre o próprio fazer cinematográfico, tendo como pano de fundo as questões inerentes à realidade brasileira. As sessões são realizadas às terças-feiras, sempre às 20h, no Cine Sesc Palladium, com entrada gratuita, retirada de senha 1h antes da exibição e espaço sujeito a lotação. Excepcionalmente, neste mês não haverá sessão em 15/10 No filme Tudo é Brasil, Sganzerla concentra-se na passagem de Orson Welles pelo Brasil para realizar o longa-metragem Its All True, retratando também o cotidiano dos negros no país. Em Rocha que Voa, Eryk Rocha tenta compreender a trajetória de seu pai, Glauber Rocha, ao mesmo tempo em que tece um ensaio poético-político sobre o papel dos intelectuais latinos na construção de um discurso antiburguês e anticolonização. Já em Santiago, o cineasta João Moreira Salles recupera suas próprias imagens produzidas anos antes e reflete sobre sua relação com o mordomo da casa em que crescera, bem como sobre o tempo que separa a filmagem (1992) da edição e corte final do filme (2006). Também recuperando filmagens do passado, Eduardo Coutinho traz à tona as imagens interrompidas pelo Golpe Militar de 1964, e retoma, em 1981, o projeto interrompido com o intuito de recriar as experiências dos personagens envolvidos no filme. O objetivo do Cinema em Transe é apresentar sessões gratuitas de filmes que não estão inseridos no circuito comercial e que exploram novas estéticas cinematográficas. O projeto privilegia obras que correspondem à nossa própria cultura, busca formar público e difundir a produção brasileira, ainda hoje deixada em segundo plano na maioria das salas de exibição comercial. Confira abaixo as sinopses dos filmes: 1º/10 Tudo é Brasil de Rogério Sganzerla (RJ, 1998) 82 min I Classificação: livre Tudo é Brasil traz cenas inéditas e imagens dos bastidores do filme americano Its All True, dirigido e rodado no Brasil por Orson Welles na década de 40. Com depoimentos do próprio Welles e de tantos outros colaboradores brasileiros e americanos, o longa-metragem traz a tona a história secreta do filme Its All True, e revela o encanto do cineasta ao conhecer a cultura e a criatividade do povo brasileiro. 08/10 Rocha que voa de Eryk Rocha (RJ, 2002) 94 min I Classificação: livre Filho de Glauber Rocha, o polêmico cineasta de tantas obras-primas, Eryk Rocha realiza este documentário, um ensaio sobre o papel dos intelectuais na América Latina baseado nos anos em que seu pai ficou exilado em Cuba, de 1971 a 1972. O filme ambiciona recuperar a ligação entre os principais movimentos cinematográficos latino-americanos dos anos 60/70, o Cinema Novo, no Brasil, e o Cine Revolucionário, de Cuba. Por meio de depoimentos de cineastas e do povo cubano entrevistado em Havana, revivemos o impacto provocado pelo cineasta e seus filmes. 22/10 Cabra marcado para morrer de Eduardo Coutinho (RJ, 1964-1984) I 119 min I Classificação: 12 anos No início da década de 1960, um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, dispersados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar. Para essa produção foram utilizados áudios, depoimentos, poemas, desenhos e trechos de filmes de Glauber. 29/10 Santiago de João Moreira Salles (RJ, 2006) 79 min I Classificação: livre Em 1992 o diretor João Moreira Salles planejou o documentário Santiago, baseado na vida do mordomo da casa de sua família. Devido à sua incapacidade em editar as cenas filmadas, o longa-metragem nunca foi concluído. Em 2005 o diretor voltou a trabalhar com as cenas gravadas, encontrando outro foco no material rodado. Ao refletir sobre o tempo que separa a filmagem de 1992 e a edição de 2005/2006, o narrador, aos poucos, se aproxima do segredo do filme. Santiago é esse lento processo de desvelamento (da identidade, da memória e da própria natureza do documentário).

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