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“Eu sobrevivi ao Holocausto”

Uma das últimas amigas vivas de Anne Frank, Nanette Koning lança livro e realiza palestra para alunos de escolas municipais no Shopping Contagem

 

O Shopping Contagem recebe no dia 30 de setembro, Nanette Koning, autora de "Eu sobrevivi ao Holocausto: o comovente relato de uma das últimas amigas vivas de Anne Frank" (Universo dos Livros). Na ocasião, Nanette fará uma palestra para os alunos da rede municipal de ensino de Contagem, além de lançar e autografar o livro. O evento acontece de 15 às 17 horas, no piso L1, próximo à Renner, em uma parceria com a prefeitura municipal de Contagem. 

 

"Eu sobrevivi ao Holocausto: o comovente relato de uma das últimas amigas vivas de Anne Frank"

Como sobreviver a um campo de concentração? Estaria essa sobrevivência condicionada ao acaso do destino? Em um emocionante relato, Nanette Blitz Konig conta a história de um período em que ela e milhões de judeus foram entregues à própria sorte com a mínima chance de sobrevivência. Colega de classe de Anne Frank no colégio, Nanette teve a juventude roubada e perdeu a crença na inocência humana quando esteve diante da morte diversas vezes – situações em que fora colocada em virtude da brutalidade incompreensível dos nazistas.

Hoje, aos 86 anos, Nanette vive no Brasil e expõe suas lembranças mais traumáticas aos leitores. As cenas vivenciadas por ela fizeram os mais experientes oficiais de guerra, acostumados a todos os horrores possíveis, chorarem ao tomar conhecimento. Em uma luta diária pela sobrevivência, Nanette deveria suportar o insuportável para manter-se viva. Através de um depoimento ao mesmo tempo sensível e brutal, ela questiona a capacidade de compaixão do ser humano, alertando o mundo sobre a necessidade urgente da tolerância entre os homens.

 

Biografia:

Nanette Blitz Konig nasceu em 6 de abril de 1929, em Amsterdã, Holanda. Sua família era de origem judia e seu pai trabalhava no Banco de Amsterdã. Sua família tinha uma vida normal até o desencadear da Segunda Guerra Mundial.

A partir de maio de 1940, a Holanda foi ocupada pelo exército alemão e os nazistas começam a perseguir os judeus. No início de outubro de 1941, os alunos judeus tinham que frequentar escolas separadas e é nessa ocasião que Nanette torna-se colega de classe de Anne Frank no Liceu Judaico.

Em setembro de 1943, a família Blitz é presa e levada para o campo de transição de Westerbork. Em 15 de fevereiro de 1944, Nanette, seus pais e seu irmão são deportados para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Neste campo, a família Blitz é enviada para uma parte conhecida como “Sternlager”, onde, às vezes, prisioneiros comuns eram trocados por soldados alemães prisioneiros.

Em janeiro de 1945, Nanette é enviada para outra parte do campo de Bergen-Belsen, conhecida como campo pequeno para mulheres. De lá, ela vê Anne no chamado campo grande de mulheres, através da cerca de arame farpado. Estes dois campos tornam-se um só, depois que a cerca de arame farpado é retirada, em fevereiro de 1945. Nanette procura por Anne e encontra com ela e sua irmã, Margot.

No final de novembro de 1944, o pai de Nanette morre de exaustão e doenças. No início de dezembro, o irmão de Nanette e sua mãe são transferidos de Bergen-Belsen e ela permanece sozinha.

Sua mãe morre no trem cinco dias depois de partir e seu irmão morre no campo de concentração de Oranienburg.

Nanette sobrevive a Bergen-Belsen e é salva pelo major britânico Leonardo Berney, hoje com 93 anos. Depois da guerra, ela passou três anos hospitalizada por ter contraído tifo, doença que matou Anne Frank.  Nesta época, ela recebe de Otto Frank um exemplar do livro escrito por Anne Frank - “Het Achterhuis”(O Anexo Secreto).

Quando se recuperou, foi morar na Inglaterra, onde conheceu o atual marido, John Konig, que é húngaro. Em 1953, os dois se casaram e mudaram para o Brasil logo em seguida. A sobrevivente perdeu os pais, os irmãos e os avós na guerra. Ela e John têm três filhos, seis netos e quatro bisnetos. Nanette hoje segue dando palestras e falando sobre o Holocausto pelo mundo.

Sobrevivente à ocupação nazista. Sobrevivente dos campos de concentração. Sobrevivente do holocausto. Sobrevivente da intolerância e do ódio. "Contar essa história é minha obrigação como sobrevivente. Não posso me negar a falar dizendo que estou traumatizada. E daí? E os outros que não estão mais aqui?", ela diz.

 

Foto: Divulgação 

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