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Grupo Galpão trabalha com diretores conviados em projeto de experimentação cênica para novo espetáculo

Amir Haddad, Rafael Conde, Marcelo Castro e Vinícius Souza guiarão os atores durante dias de exercícios e leituras

Entre os meses de outubro e novembro os atores do Grupo Galpão darão uma pausa na agenda de viagens pra se dedicarem a um novo projeto na sede da companhia, em Belo Horizonte. Chamada de Experimentos Cênicos a ação promove um trabalho de troca e experimentação do grupo com diretores convidados. O objetivo é estimular o contato com diferentes propostas e impulsionar a criação do novo espetáculo do grupo, com estreia prevista para o segundo semestre de 2020. O projeto é dividido em três etapas de ensaios fechados, cada uma com um diretor e temática distinta. Ao final, o público poderá conferir, em sessões abertas, uma mostra do processo de intercâmbio com cada convidado: a dupla Marcelo Castro e Vinícius Souza (16 e 17 de outubro), Amir Haddad (26 e 27 de outubro) e Rafael Conde (9 e 10 de novembro).  A entrada é gratuita e sujeita à lotação, com distribuição de senha uma hora antes de cada sessão que acontece às 19h na sede do Galpão (R. Pitangui, 3413).

Em seus quase 37 anos de trajetória, o Grupo Galpão traz na bagagem a tradição da busca pela experimentação artística, passando por diferentes períodos e escolas do teatro. O costume de trabalhar com diretores e artistas convidados vem também desde o início do grupo e a troca é parte fundamental do processo de criação dos atores. “Esses encontros ampliam nossa percepção do teatro e abrem novas possibilidades de projetos que vão além de uma próxima montagem”, explica Eduardo Moreira, ator fundador do Galpão. Não por coincidência, os dois últimos espetáculos do grupo – dirigidos por Marcio Abreu - tiveram sua estrutura criativa iniciada em oficinas ministradas por artistas convidadas. Em NÓS (2016), a base foi o trabalho de improvisação e escuta feito com a atriz e diretora Miwa Yanagizawa e em OUTROS (2018), a oficina com a performer Eleonora Fabião norteou todo o processo de criação do espetáculo.  Com os Experimentos Cênicos o Galpão pretende investigar possibilidades e caminhos que podem inclusive vir a definir o próximo projeto artístico do grupo. “Se não definirem, eles certamente terão reflexos na próxima montagem, não só na forma como no conteúdo de se pensar o teatro e a encenação”, finaliza Eduardo.

Os atores e dramaturgos, Marcelo Castro e Vinícius Souza, serão os primeiros diretores a trabalhar com os atores do grupo nos Experimentos Cênicos. De 10 a 15 de outubro eles realizarão exercícios de imersão na poesia contemporânea brasileira, focando na relação da palavra poética com os elementos de cena: luz, espaço, música e performatividade. As atividades contarão com a participação especial do poeta Ricardo Aleixo, da artista plástica Júlia Panadés e do músico Rafael Martini. Nos dias 16 e 17 de outubro o público poderá ver um recorte do que foi trabalhado na sala de ensaio.

Na segunda etapa, de 21 a 25 de outubro, o ator, diretor e teatrólogo Amir Haddad trabalhará com os atores os diferentes caminhos do teatro de rua - tendo como base sua experiência de 60 anos de teatro e quase 40 anos como coordenador do grupo Tá na Rua – utilizando ainda recursos musicais e textos de autores clássicos, como Shakespeare e Brecht. A mostra para o público de parte do processo será nos dias 26 e 27 de outubro.

Fechando o projeto, de 4 a 8 de novembro, o diretor e cineasta Rafael Conde promoverá com os atores a realização de pequenos filmes em procedimentos ora associados ao documentário ora à ficção. O objetivo é investigar o ator no filme, em sua presença, ou mesmo na sua ausência, sempre entre a pessoa e o personagem. O público presente na sede do Galpão nos dias 9 e 10 de novembro poderá conferir fragmentos do processo construído ao longo do trabalho com o diretor.

Apesar de individualmente alguns atores do grupo já terem trabalhado ou contribuído com obras dos diretores convidados, os Experimentos Cênicos marcam o primeiro encontro do Galpão com esses artistas, escolhidos pela importância e relevância de seus trabalhos e por contemplarem também gerações distintas do teatro brasileiro, além de formas e visões variadas de ver o teatro e a atuação. Para o público, o projeto apresenta a chance de acompanhar e conhecer um pouco do exercício de criação de um dos grupos teatrais mais importantes do Brasil. “O público terá a oportunidade de presenciar um processo nas suas entranhas, sem o acabamento de uma apresentação, mas o calor e a força de um material em elaboração. Uma rara oportunidade de compartilhar da fragilidade e do encantamento da criação”, finaliza Eduardo Moreira.

Foto:Alessandro Persan

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