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Pedra e ouro! A junção destes dois materiais dá nome à mostra PetrAurum

Pela primeira vez, os acervos dos dois principais concursos do país serão expostos juntos em uma mostra que discute a construção da identidade da joia brasileira Pedra e ouro! A junção destes dois materiais dá nome à mostra PetrAurum – a construção de uma identidade para a joia brasileira, que acontece de 09 a 28 de outubro, no Museu de Artes e Ofícios, dentro da programação da Bienal Brasileira de Design, em Belo Horizonte. “O design brasileiro ainda é bastante recente, mas a combinação do ouro e das pedras coradas já pode ser considerada a marca registrada da joia nacional”, comenta Manoel Bernardes, curador da exposição. Para a montagem da mostra, foram utilizados os acervos dos dois principais concursos de design do país, o Prêmio IBGM, promovido pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, e o AuDITIONS, realizado pela mineradora AngloGold Ashanti. A mostra é uma iniciativa do IBGM, AngloGold Ashanti, Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais e Apex-Brasil. “Aproveitando a importância da Bienal e sua visibilidade junto ao público, o IBGM e seus parceiros julgaram oportuna a realização de uma mostra de joias que refletisse o amadurecimento do design brasileiro nesse setor, hoje reconhecido tanto internamente quanto no exterior, por seu conceito e identidade próprios. O resultado é uma mostra imperdível, que deve ser visitada por todos”, afirma Hecliton Santini Henriques, presidente do Instituto. Cerca de 200 peças compõem a exposição, que faz um registro evolutivo do design de joias no Brasil. Luz, cor e forma são os principais elementos utilizados nas peças expostas, que valorizam as pedras e o ouro. “Nas nossas joias, a exuberância das gemas brasileiras é o maior destaque, ao lado do ouro. O design nacional privilegia essa rica matéria prima que possuímos, aliada às formas mais volumosas. As nossas peças são orgânicas, articuladas. A mulher brasileira gosta desse movimento, talvez por conta da sensualidade que está enraizada nela”, observa o curador. A mostra foi concebida como uma experiência sensorial. Os ambientes são mais escuros e a iluminação vem das vitrines. Além disso, todas as salas dispõem de vídeos e algumas com áudio, a fim de aumentar o foco do visitante no objetivo de refletir sobre a importância do design como fator diferenciador e também como um reflexo de nossa cultura. A escolha do espaço também é simbólica, pois o Museu de Artes e Ofícios nos relembra o elevado grau de manualidade e artesania, ainda hoje presentes no desenvolvimento das peças. Apesar de fazer um resgate da história do design brasileiro de joias através dos concursos, Manoel garante que a mostra não será cronológica, mas apresentará aspectos recorrentes que se destacam na forma criativa dos designers nacionais. Foram criadas quatro salas, com ambientes distintos. No espaço destinado ao Prêmio IBGM, três temas principais se destacam: “Natureza”, “Full Color” e “Formas”. Já na sala do AuDITIONS, a divisão será pelos seguintes nichos: “Formas”, “Repetição” e “Sensualidade”. A Sala 3 fará um paralelo entre os concursos AuDITIONS, promovidos pela Anglogold Ashanti na Índia, África do Sul e China e a produção brasileira. “A Anglogold tem um acervo muito importante, que traça o perfil do design contemporâneo de joias nos maiores países em desenvolvimento”, observa Bernardes. Para finalizar, a Sala 4 apresenta a “Identidade do Design Brasileiro”, com iconografias do Brasil e uma pergunta: “Para onde estamos indo?”. “A ideia é discutir sobre como dar uma identidade nacional sem ser óbvio, estereotipado”, conta ele. Ainda segundo Bernardes, mais do que impressionar pela beleza das joias, a exposição busca despertar no público a importância do design, além de mostrar que ele ainda está em construção no país. “Espero que as pessoas possam refletir sobre o nosso caminho. Quero que saiam de lá um pouco diferente do que entraram”, torce o curador. DESIGN BRASILEIRO Até 1994 o Brasil não tinha identidade própria no design de joias. Em pequenos ateliers eram confeccionadas joias autorais, mas que não possuíam uma escala industrial. A partir do plano Real, a indústria abriu os olhos e começou a desenvolver um design sem cópia, com personalidade mais autêntica. Nos últimos anos, 50% dos prêmios nacionais de design de joias são conquistados por profissionais mineiros. O estado é referência criativa, apesar de não ser o maior produtor de joias do país. Segundo pesquisas do IBGM, 13% da produção nacional é feita em Minas, enquanto 42% é produzida em São Paulo. “Hoje, muitos designers daqui moram em São Paulo por conta da oferta de empregos. Temos vários vencedores dos Prêmios IBGM e AuDITIONS, que atuam no mercado paulista e até no estrangeiro”, conta Manoel. O curador ainda destaca outra importância dos concursos: “A partir da ousadia dos designers nos concursos é que a indústria de joias se moderniza, levando às joalherias peças alegres, coloridas e com movimento”, finaliza.

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