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Espetáculo "Os olhos moles de Pagu" estréia em BH

Peça conta a vida e a obra de Patrícia Galvão, inspirada nas cartas de Pagu

A vida e obra de Patrícia Galvão,  ou apenas "Pagu", como ficou conhecida, serviu de inspiração para o monólogo  "Os olhos moles de Pagu". A peça estrelada pela atriz e produtora Ana Gusmão fica em cartaz no Sesc Palladium entre os dias 11 e 26 de outubro. Texto, direção, figurino e iluminação são assinados por Kalluh Araújo, premiado profissional das artes cênicas.Os ingressos já estão disponíveis online ( https://www.ingressorapido.com.br/event/32646-1/d/64934/s/337580 ) e custam R$30 a inteira.

Pagu foi considerada Musa do modernismo aos 12 anos de idade. Desde então sua vida foi bastante agitada. Militante ativa do comunismo, Pagu foi a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil, somando 23 detenções. Além do forte histórico de luta, sua biografia é preenchida por muitas obras artísticas. Pagu escrevia, desenhada, traduzia textos e atuava na direção de peças teatrais. É dela a obra considerada o primeiro romance proletário da literatura brasileira, intitulado "Parque Industrial" (1933). Na ocasião, o livro foi lançado sob o pseudônimo de Mara Lobo. 

O diretor de "Os olhos moles de Pagu", Kalluh Araújo, relembra que participou, em 1982, da montagem dirigida por Carmem Partenostro intitulada “Noturno para Pagu”. “foi quando conheci essa personagem intrigante. Ali, naquela peça, senti que realmente queria ser artista, queria viver da minha arte, encorajado pelas ideias da personagem-título”, lembra o diretor.

Quando a atriz e produtora Ana Gusmão propôs a montagem da peça ao diretor, ele iniciou o processo de pesquisa para escrever o texto. Anos após “Noturno de Pagu”, Kalluh redescobriu uma nova Pagu:  solitária, afetiva e frágil.  Bem diferente da imagem que a maioria das pessoas associam à ela. “Quando li Paixão-Pagu, sua autobiografia, sabia que deveríamos ir por esse caminho.  Ana topou a entrega, topou o abismo de Pagu", conta.

 O cenário de "Os olhos moles de Pagu" é simples. Remete a uma sala de um espaço qualquer. A vontade da produção é ocupar distintos lugares com a peça, desprendendo-se do teatro. “Esse espetáculo não ficará preso à uma sala de espetáculos, como Pagu não se prendia a normas e convenções sociais. Ele foi criado para um palco italiano, mas pode acontecer em um terreno baldio. Esse desprendimento de espaços culturais determinados a priori é uma posição política, já que devemos realizar um enfrentamento de toda essa onda reacionária em campo, na criação, no encontro com as mais diversas pessoas. Essa era Pagu”, conclui Ana Gusmão.


A peça estará em cartaz no Teatro de Bolso do Sesc Palladium, dias 11, 12, 13 de outubro (sexta e sábado, às 20h e domingo às 18h), 19, 20, 26 e 27 de outubro (sábados às 20h e domingos às 18h).

Foto:Rodrigo Gemperle

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