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TEATRO EM MOVIMENTO TRAZ A BH “SÍSIFO”, PEÇA DE GREGÓRIO DUVIVIER SOBRE MITO GREGO E O BRASIL DOS GIFS E MEMES

Parceria entre Duvivier e Vinícius Calderoni, montagem chega à Belo Horizonte dias 1 e 2 de novembro, no Teatro Sesiminas, para celebrar os 18 anos do Festival Teatro em Movimento

As afinidades artísticas entre dois representantes de uma geração que cresceu no ambiente virtual resultou na criação de um trabalho inédito: Gregório Duvivier (Greg News, Porta dos Fundos) e Vinícius Calderoni (5 a Seco, Teatro Sortido), assinam juntos o texto da peça “Sísifo”, que chega a Belo Horizonte dias 1 e 2 de novembro (sexta às 21h e sábado às 20h), no Sesiminas, dentro da programação do Festival Teatro em Movimento.

Após a estreia no Rio de Janeiro e apresentações em São Paulo, é a vez do público mineiro mineira acompanhar um Gregório Duvivier sozinho em cena inspirado pelo mito grego do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo. A montagem conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos gifs e memes.

Desta forma, as cenas fazem um vasto panorama do frenético mundo contemporâneo, com todo o seu excesso de informação e tecnologia. Um misto de comédia moderna com textos críticos à sociedade e ao universo comportamental da atualidade. Entre os muitos temas, entram em pauta os “influencers”, alguns absurdos nas transmissões ao vivo pelas redes sociais, o complexo momento político brasileiro e até mesmo as desilusões pessoais em um ambiente cada vez mais digital.

A produção é de Andréa Alves, da Sarau Agência, responsável pela idealização dos premiados “Elza” e “Suassuna - O Auto do Reino do Sol”. A realização em Belo Horizonte é do Festival Teatro em Movimento, patrocinado pelo Itaú, e promovido há 18 anos pela Rubim Produções.

SOBRE A PEÇA

Embora Gregório fique sozinho no palco durante as 60 cenas curtas de pouco mais de 1 minuto cada, a travessia talvez seja a grande protagonista de “Sísifo”.

“Sísifo é o gif fundador da mitologia histórica, com essa ideia de eterno retorno. Percebemos como isso dava combustível para falar do momento histórico brasileiro, ao mesmo tempo em que falamos sobre travessia, sobre um trajeto que é preciso seguir. Não se chega a um novo Brasil sem passar por um Brasil distópico. Não se chega a um lugar sem passar por outro”, analisa Calderoni, autor das premiadas “Ãrrã”, “Elza” e “Os Arqueólogos”, que divide o texto com Duvivier e assina a direção do monólogo.

Em cena, o ator repete o mesmo movimento: caminha de um ponto a outro do palco num monólogo extremamente ritmado e um desafio muito grande entre fala, atuação e corpo. A cada início de uma nova cena, ele retorna ao ponto inicial, como em um gif, formato de imagem altamente difundido no universo digital. A investigação cênica deste formato deu origem ao trabalho, que incorporou outras características das novas formas de comunicação.

Se os memes e gifs são capazes de resumir uma situação às vezes complexa em apenas uma imagem, a ideia em ‘Sísifo’ é de poder falar sobre temas bem diversos em uma única cena, ou em uma das travessias que Gregório faz pela rampa que ocupa o palco, elemento central da cenografia de André Cortez.

Foto:Elisa Mendes

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