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Alergia ocular é fator de risco do ceratocone

Além de confortáveis, lentes esclerais estabilizam doença e impedem transplante de córnea

Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a alergia ocular atinge aproximadamente 20% da população brasileira e é um considerável fator de risco do ceratocone porque, conforme explica o oftalmologista Dr. Leonardo Gontijo, a fricção constante da córnea fragiliza suas fibras, agravando a doença.

“O ceratocone é uma condição degenerativa e progressiva da córnea, hereditária, que acomete o adolescente ou adulto jovem. Caracteriza-se por um afinamento e deformação desta membrana, levando ao aparecimento de miopia e elevado grau de astigmatismo irregular e acentuada baixa da acuidade visual. O indivíduo apresenta sintomas como coceira nos olhos, visão dupla, distorcida ou embaçada, mudança do grau dos óculos e aversão à luz. Podem ocorrer também dores de cabeça”, afirma o especialista em córnea.

Embora a doença cause preocupação, seu tratamento evoluiu muito, principalmente nos últimos dez anos com as lentes esclerais – cross-linking – tecnologia que evita a realização de transplante de córnea em muitos casos. “Essas lentes surgiram nos Estados Unidos, foram desenvolvidas pela Universidade do Colorado e são uma importante opção para reabilitação visual. O fato de não serem apoiadas nas córneas faz delas uma solução muito confortável para os pacientes, isso porque apoiam-se na esclera – área periférica da córnea, muito menos sensível e, além disso, funcionam como uma espécie de proteção aos olhos”, elucida Dr. Leonardo Gontijo, pioneiro no uso das lentes esclerais no Brasil.

Segundo o médico, o cross-linking possui a vantagem de estabilizar o ceratocone, que antes não era possível com o ANEL DE FERRARA. “Nos olhos, as lentes esclerais aparentam ser uma lente gelatinosa pelo seu tamanho. Surpreendem médicos e pacientes já no teste de adaptação. O conforto origina-se do fato de não tocar a córnea e não se mover. Exigem apenas um aprendizado inicial porque seu diâmetro é grande, mas dificilmente as lentes saem dos olhos ou permitem que ciscos adentrem e incomodem, como nas lentes rígidas comuns”, afirma o oftalmologista. Outro ponto ressaltado por Gontijo é que a lente é especialmente boa não só para casos de ceratocone, como também para os de Degeneração Marginal Pelúcida e para olhos com qualquer tipo de irregularidade corneana, astigmatismo, traumas, acidentes e ainda pós-transplantes de córnea.

Dr. Leonardo Gontijo adianta mais uma novidade, a chegada de uma nova geração de lentes, a Esclera SG, desenvolvida pela empresa belo-horizontina Mediphacos e com suporte técnico do IOMG (Instituto de Olhos Minas Gerais) – leia-se, Dr. Leonardo Gontijo. “Será mais uma alternativa para o tratamento do ceratocone. Meus pacientes serão os primeiros a terem acesso a essa novidade no Instituto de Olhos de Minas Gerais. A expectativa é grande, tendo em vista a qualidade deste novo tipo de lente e o sucesso das primeiras adaptações, estas devem ser lançadas ainda este ano no Brasil", declara o especialista.

Foto: Divulgação

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